Com pouco mais de 120 mil
habitantes, Tuzla é terceira maior cidade da Bósnia e Herzegovina, uma
República situada nos bálcãs, filha da dissolução da antiga Jugoslávia. Pouco
antes da declaração de independência nacional, nascia na cidade Miralem Pjanic,
um jogador que chegou badalado no verão da última temporada, que acabou sendo
menos falado com a finalização da contratação bombástica de Higuain.
Pjanic nasceu na Jugoslávia,
em 01 de abril de 1990, país que dava sinais claros de esgotamento,
concomitantemente ao final da Guerra Fria. Bálcãs é o nome dado a região do sudeste europeu, que engloba a antiga Jugoslavia, Albânia e Bulgária, um lugar de múltiplas etnias
e palco de históricos anseios de independência e liberdade. Em 1992 a Bósnia declarava
sua independência da Jugoslavia e inciava uma guerra civil sangrenta que
resultaria em milhares de mortos.
Com um cenário assim, a
família Pjanic se refugiaria em Luxemburgo, pequeno país que faz divisa com França, Bélgica e Alemanha, onde Miralem daria seus primeiros
passos como jogador. No FC Schifflange 95 iniciou sua base e, posteriormente, terminaria sua formação na
França, no FC Metz, onde também iniciaria sua carreira profissional.
Em agosto de 2008 o Lyon
comprava Pjanic do Metz pela quantia de 7,5 milhões de euros. No eterno clube
de Juninho Pernambucano o bósnio começava a mostrar ao mundo que era um jogador
diferenciado. Pelo Lyon Pjanic realizou 121 partidas, marcando 16 gols. Com o
brasileiro, Miralem também começou a se especializar nas cobranças de falta.
Em agosto de 2011, a Roma
adquiriu Pjanic pela quantia de 11 milhões de euros. No clube da capital, o
jogador amadureceu, tornando-se um dos principais meias da Série A. Em junho de
2016, sentindo falta de um organizador em campo pós era Pirlo, a Juve pagou a cláusula
rescisória de Pjanic. Foram 32 milhões de euros investidos e o "mago bósnio",
filho de Tuzla, desembarcava em Torino para mostrar sua classe.
Decidi fazer esse texto
sobre Pjanic pois o enxergo como o presente e futuro da Juventus, um dos responsáveis
(em campo) pela retomada do bom futebol bianconero. Claro que quando falamos de
Juventus, sempre temos que levar em consideração as prestações de Buffon,
Barzagli, Chiellini e Marchisio. Estes são bandeiras bianconere que já estão na
história do time. Buffon sempre espetacular, Barzagli vem de boas partidas
recentes, Marchisio vem tentando recuperar o ritmo e Chiellini vem sendo o
segundo melhor jogador da temporada.
Com as cores da bandeira da Bósnia e Herzegovina (2º uniforme da Juventus), Pjanic abriu o placar com sua especialidade. Foto: Juventus.com |
Quando Pjanic chegou, logo a
Juventus colocou fogo na Série A com a contratação de Higuain. Os valores e a
contratação em si tomaram boa parte dos noticiários. Pjanic fez uma ótima
temporada passada, talvez não mais valorizada por conta da excelente temporada
de Dybala. Vitória na copa, vitória do campeonato e derrota na final da UCL. Um
início quase perfeito para um jogador que, antes de desembarcar em Vinovo,
jamais havia sido campeão de nada.
Ontem, 17, foi um exemplo da
importância de Pjanic para a Juventus. Vencemos o Bologna fora de casa pelo
placar de 3x0. Pjanic, Mandzukic e Matuidi marcaram para nos colocar na segunda
posição na tabela, um ponto atrás do Napoli.
Allegri colocou a Juventus
em campo da seguinte forma: Szczesny, De Sciglio, Barzagli, Benatia, Alex
Sandro; Pjanic, Khedira, Matuidi; Douglas Costa, Mandzukic e Higuain. Um 4-3-3
que representa o melhor esquema que temos no momento, mas sem todas as peças
que podem compor um time titular ideal.
De ideal nisso temos um meio
com 3 jogadores, que parece ser o mais adequado. Pjanic vem ditando as regras
do ritmo bianconero. Ontem, dominávamos a partida, mas não conseguíamos
concluir em gol. Após bom lance de Alex Sandro pela esquerda, o ingênuo jogador
do Bologna fez falta no brasileiro. Era o que Pjanic precisava para abrir o
placar.
Não satisfeito, já no início da segunda etapa Pjanic deu lançamento de 30 metros para Mandzukic, que dominou e
concluiu com estilo. Matuidi fechou os serviços na Emilia-Romagna e colocou a
Juventus em posição de ataque total ao campeonato.
Um meio campo com três
jogadores está fazendo bem o balanço defensivo e ofensivo da Juventus. Pjanic é o dono
do setor e Matuidi parece estar cada vez mais a vontade e compreendendo o jeito
Juventus de ser. Khedira, Marchisio e Betancur brigariam pela terceira vaga, sendo
que o alemão está na frente, apesar de precisar retomar o bom futebol da
temporada passada.
Resta a Allegri a árdua
tarefa de assentar os outros jogadores e deixar o vestiário com bom clima. O
italiano merece todos os créditos possíveis e conduzirá a Juventus bem, para
chegarmos na copa, no campeonato e para os duros confrontos contra o Tottenham
pela UCL.
Se Higuain já fez valer o
investimento, o filho de Tuzla foi a boa e velha Marottada.
Fino alla fine, FORZA
JUVENTUS!
Vittorio Venturini
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