Faça Parte

Aceitemos: Eusebio vai ficar até o fim da temporada

O respaldo que o clube vem dando a Eusebio desafia a lógica. Infelizmente não acredito mais que isso seja um bom sinal (Getty Images)

Devo confessar que esperei um pouco para escrever este texto porque esperava uma demissão de Eusebio Sacristán. Tinha medo de escrever mais um texto falando sobre o fato dele ainda não ter sido mandado embora e de repente ele acabar saindo e o texto ficar imediatamente obsoleto. Mas mais uma vez ele segue prestigiado com a diretoria e eu já desisti de tentar imaginá-lo fora do time até o fim da temporada. Por fim, falarei justamente sobre este fim de ciclo do seu trabalho.
Sendo o treinador há mais tempo no time desde John Toshack, grande técnico da história do time, em sua segunda passagem nos anos 90, Eusebio começou muito bem. Muito bem mesmo. Não chegou até hoje no comando do time á toa. Mas já á sinais de que está em fim de ciclo.
O jornalista Miguel González, do Diario Vasco, afirma que um time como o de Eusebio, que não varia a forma de jogo, e que precisa estar muito melhor que o adversário para vencer, que estando apenas melhor normalmente empata, que perde quando joga de “igual para igual” e toma goleada quando joga pior, está fadado a ser um time frustrante. Mais cirúrgico, impossível.
Algumas posturas estranhas, como a falta de chances a Pardo na posição de origem dele, de camisa “8”, interior, um elenco excessivamente enxuto e com muitas falhas defensivas depõem negativamente contra o treinador. Com a premissa de dar mais espaços para a base, o fato é que temos 14 jogadores do atual elenco que são canteranos, contra apenas 9 formados em outros lugares, entre espanhóis e estrangeiros.
O número já parece bom, mas de alguma forma o discurso da diretoria parece colocar esse plano à frente de um mínimo de competitividade. Nada contra os garotos, acho até que alguns nomes como Oyarzabal, Odriozola, Zubeldia e até mesmo Rodrigues, português que passou pelo Sanse antes de debutar no time principal, são muito promissores. Desconfio é da diretoria que usa essa filosofia de escudo para a completa apatia no dia-a-dia. Loren, o diretor de futebol, é bastante criticado pelo torcedor, apontado como o principal responsável pelo marasmo e passividade da diretoria em negociações de transferência ou renovação de contratos com os atletas. Um certo Iñigo não me deixa mentir.
Na ponta de tudo, como que encarnando toda essa letargia, se encontra Eusebio. No último jogo contra o Valencia, mal levantou do banco, ainda que com um semblante que demonstrasse insatisfação. Parece completamente entregue. Mas com o atual contexto das coisas, não creio mais que saia antes do fim da temporada. O nível dos piores colocados da LaLiga anda tão ruim que uma ou outra vitória nossa já nos colocou à 10 pontos da degola, mesma distância para as posições europeias acima de nós. Apesar de ter cogitado o desastre ou o abismo, parece que nem tentando muito como vamos tentando conseguiremos ser rebaixados.
No entanto o fim desse time parece anunciado, e será extremamente melancólico. Eusebio deu o que tinha que dar e cada rodada à partir de agora vai ser uma tortura.
Que tenhamos paciência e que venham tempos melhores, provavelmente em outra temporada… e com outro treinador.

Postar um comentário

0 Comentários