
(Luciano Belford/Agif)
SĂ£o 7 jogos entre Flamengo x Vasco com invencibilidade do rubro-negra. Entre eles, 5 empates. NĂ£o Ă toa. O jogo deste sĂ¡bado no MaracanĂ£ foi mais um empate pobre, modorrento, feio e com um clima de arquibancada invadindo o campo, fazendo do jogo mais sentido do que pensado. Favoreceu o Vasco que queria o empate, frustrou a massa que esperava a continuaĂ§Ă£o da empolgaĂ§Ă£o.
A peleja foi estranha de modo geral. O cruz-maltino começou atacando mais do que o Fla. O time de Barbieri tocava a bola no campo de defesa e buscava trabalhĂ¡-la atĂ© o ataque. ZĂ© Ricardo, conhecedor do elenco rubro-negro montou sua estratĂ©gia: deixou Leo Duarte e RĂ©ver livres e pĂ´s seus atacantes marcando Cuellar e PaquetĂ¡ na saĂda de bola. Quando o Flamengo passava da primeira linha de marcaĂ§Ă£o, o Ă´nibus estava montado na frente da Ă¡rea e o Flamengo empacava.
De repente, saiu um momento esperado jĂ¡ hĂ¡ algum tempo: o primeiro Vinicius no MaracanĂ£. Um gol achado, do tiro sem grandes pretensões de Everton Ribeiro e da rebatida perigosa de Martin. O garoto espertamente infiltrou e marcou. Flamengo 1x0. DelĂrio na arquibancada rubro-negra.
No entanto, a resposta seria rĂ¡pida. Uma pressĂ£o de cinco minutos, que envolveu um cruzamento mal cortado por RĂ©ver e uma tentativa de bicicleta por Thiago Galhardo, culminou no gol de Wagner em escanteio. Vasco 1x1. Gritaram os vascaĂnos do outro lado.
Por sinal, os cruz-maltinos vieram em pouquĂssimo nĂºmero ao MaracanĂ£ ontem. Talvez reflexo do clima estranhĂssimo do clube e da torcida. O nĂºmero era pequeno. E dessa forma o Vasco jogou a partir do gol. NĂ£o ofereceu mais grandes perigos no primeiro tempo e no segundo apenas esperaria o rival.
Do outro lado, o clima começava a ficar estranho. Em campo, o time nĂ£o se encontrava. Em clĂ¡ssicos, parece baixar um santo nos jogadores do Flamengo que os faz jogar mais para nĂ£o parecerem apĂ¡ticos do que para vencer. Os jogadores se confundiam nas movimentações, o clima ficava tenso entre eles e na arquibancada tambĂ©m.
Para quem nĂ£o sabe, existem vĂ¡rias torcidas organizadas do Flamengo. Um delas Ă© a Torcida Jovem Fla, banida dos estĂ¡dios por inĂºmeros atos de violĂªncia. Ou melhor, supostamente banidos. Seus instrumentos, roupas e bandeiras estĂ£o proibidos, mas eles entram e tem feito cada vez mais barulho. Hoje estavam em uma quantidade que eu jĂ¡ nĂ£o via hĂ¡ bastante tempo e aproveitaram para bradar seus cantos de guerra. A arquibancada rubro-negra de modo geral ficou com um clima esquisito, com o temor de um possĂvel conflito entre as torcidas organizadas.
O segundo tempo refletiu isso. O Flamengo voltou indo pra cima, mas completamente desorganizado e tenso com a possibilidade do empate. Do outro lado, o Vasco jogava para nĂ£o perder, dado o contexto e todas derrotas nos Ăºltimos jogos. Para piorar, Barbieri se mostrou amedrontado como a torcida e tirou Vinicius Jr., melhor homem do segundo tempo, para nĂ£o tirar Diego, lĂder do vestiĂ¡rio, e PaquetĂ¡, queridinho da torcida. O garoto de 17 anos por sinal, havia pouco tinha feito jogada espetacular e posto Dourado sozinho com Martin para por a bola para as redes, mesmo com o bandeira tendo marcado seu impedimento.
AliĂ¡s, Dourado Ă© um caso a parte. Ele simplesmente nĂ£o tem a capacidade de dar prosseguimento as jogadas do time. É urgente que Lincoln seja mais experimentado e que o garoto Vitor Gabriel seja promovido definitivamente ao elenco de cima. Antes do clĂ¡ssico dos profissionais, o Imperinha (apelido dado pela semelhança com Adriano) foi o melhor em campo no tĂtulo do carioca sub-20 nas preliminares no MaracanĂ£.
No fim, o capĂtulo a parte que estragou o fim do clĂ¡ssico. Depois de 90 min com um arbitragem confusa e mal sinalizada, Ricardo Marques guardou todos os cartões para o final. ApĂ³s empurrões entre Everton Ribeiro e Riascos, a confusĂ£o reinou no gramado. Depois do empurra-empurra, o Ă¡rbitro se reuniu em conferĂªncia com os auxiliares durante alguns minutos. MINUTOS. Absolutamente inacreditĂ¡vel. Expulsou Riascos bem, Rodholfo e Breno com enorme exagero e Cuellar sem a menor justificativa. (O colombiano por sinal estĂ¡ merecendo um texto sobre ele nesta coluna. Que jogador)
E terminou assim. Um jogo em que os 22 em campo mais guerrearam do que jogaram, atrapalharam a si e Ă arbitragem e desta guerra sobreviveram apenas 18 no apito final. NĂ£o sobreviveram nem o futebol, nem a empolgaĂ§Ă£o, nem a liderança do Flamengo. Nem a empolgaĂ§Ă£o da torcida rubro-negra. Na saĂda do estĂ¡dio, ainda na arquibancada, fui obrigado a ver um torcedor quase ser linxado ao protestar contra o grito extremamente exagerado de "time sem vergonha".
Um dia lamentĂ¡vel no MaracanĂ£. Clima de guerra na arquibancada replicado no campo. Futebol pĂfio de modo geral. Flamengo 1x1 Vasco.
No mais,
Saudações Rubro-negras
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