Depois da ótima apresentação russa contra a Arábia Saudita, muitos analistas pediram calma nas análises devido à fragilidade do adversário. Sugeriram que se esperasse o jogo contra o Egito para analisar a real condição da seleção frente a um oponente de melhor nível. Muitos previram uma vitória do Egito apostando principalmente no retorno de Salah. Pois é, estavam enganados, a Rússia atropelou novamente. Não foi tão fácil como na estreia, mas a equipe se impôs e venceu com certa tranquilidade aquele que a princípio seria seu adversário pela segunda vaga. Veja como são as coisas, agora provavelmente chegaremos à última rodada precisando apenas de um empate para obter a liderança do grupo.
Fonte da imagem: Folha de SP |
Outra expectativa citada aqui inclusive era relacionada à formação utilizada contra adversários mais fortes, já que a equipe vinha tendo uma postura defensiva na reta final de preparação. A ótima surpresa ficou pela manutenção do 4-2-3-1 do primeiro jogo e da postura agressiva e propositiva da equipe. As mudanças em relação se deram pela questão física e também pelo ótimo rendimento dos jogadores que saíram do banco na primeira partida. Dessa forma, Cheryshev atuou pela esquerda na vaga de Dzagoev (que contundido sequer ficou no banco), jogando Golovin para armação pelo meio. No ataque, Dzyuba ganhou a vaga de Smolov, ficou no banco e entrou na segunda etapa. Ainda teve tempo para o lateral esquerdo Kudryashov (titular em toda reta final de preparação) fazer sua estreia no mundial aos 41 minutos da segunda etapa.
Com o estádio de São Petersburgo lotado e apoiando a seleção, a intensidade e entusiasmo da equipe se mantiveram. Assim como os níveis de concentração e um fator chave: a atenção com a principal estrela adversária, Salah, que até os vinte minutos do primeiro tempo era o jogador que menos havia tocado na bola, e não conseguiu ser determinante na partida.
Após um primeiro tempo de poucas chances e muito estudo, a Rússia voltou com uma postura avassaladora definindo a partida com três gols em 17 minutos. Aos dois minutos, após boa jogada de linha de fundo de Golovin, o goleiro cortou parcialmente o cruzamento, mas Zobnin (que fazia grande partida na marcação) pegou o rebote que desviou no zagueiro egípcio Fathi e morreu no fundo das redes.
Aos 14 minutos, o brasileiro naturalizado russo Mário Fernandes fez ótima jogada pela direita, foi ao fundo e encontrou Cheryshev no meio da área. O camisa 6 só teve o trabalho de empurrar para as redes e igualar a Cristiano Ronaldo na artilharia da competição com o três gols.
Aos 17 o golpe final. Após belo lançamento do zagueiro Kutepov, o grandalhão Dzyuba matou a bola no meio na meia lua, invadiu a área, se livrou da marcação e colocou no canto baixo do goleiro para fazer um belo gol. As arquibancadas foram à loucura com a equipe que agora precisa apenas que Arábia Saudita não vença a partida contra o Uruguai para avançar à oitavas de final.
No final da partida o Egito descontou. Salah sofreu pênalti e converteu batendo forte no canto alto do goleiro Akinfeev, mas já era tarde para uma reação egípcia, que espera por uma milagrosa combinação de resultado para não se despedir precocemente do torneio. Precisam torcer por derrotas do Uruguai contra a Arábia Saudita e Rússia, além de vencer os saudistas com uma margem de gols que elimine a diferença para seus rivais.
A tendência é que na última rodada a seleção russa decida o primeiro lugar contra celeste olímpica. Certo é que independente da colocação, as oitavas de final devem reservar uma pedreira já que do outro lado a tendência é que passem Espanha e Portugal. Porém, para quem chegou desacreditado à competição, fez duas ótimas apresentações e conta com o apoio da torcida, há motivos de sobras para acreditar que é possível.
Por Gil Costa
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