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The Best: FIFA dá mais visibilidade ao Futebol Feminino, mas peca nas escolhas

2019 foi o ano de maior notoriedade do futebol feminino no mundo. A oitava edição da Copa do Mundo Feminina atingiu números impressionantes, quebrando recordes em diversos países. No Brasil, a eliminação da seleção feminina bateu 30 milhões de espectadores. Na Holanda, a seleção feminina holandesa superou, nas oitavas de final, a audiência que a seleção masculina teve na final da Liga das Nações. Os números ajudaram a FIFA a abrir os olhos e a entidade máxima de futebol resolveu dar mais visibilidade à categoria no maior prêmio de futebol, o The Best. Além de melhor jogadora do mundo, este ano, pela primeira vez, elegeram a melhor goleira do mundo e o 11 ideal.

  • Melhor goleira do mundo

(Foto: Getty)
Sari Van Veenendaal, Christiane Endler e Hedvig Lindahl concorreram ao primeiro prêmio feminino do dia, o de melhor goleira do mundo. Sari levou a melhor e deixou bem claro o tamanho da importância de uma boa participação numa competição FIFA. A goleira já havia ganhado o prêmio de melhor goleira da Copa merecidamente, fazendo o maior número de defesas da competição, ela foi única goleira que enfrentou os EUA e não levou gol nos primeiros 13 minutos. Mas muitos fãs de futebol feminino ainda torciam para que Endler, tecnicamente melhor, levasse o primeiro prêmio da história das goleiras.

  • 11 ideal

(Foto: FIFA)

O primeiro 11 ideal foi de longe o “ideal”. A primeira vista já há um questionamento: onde está Ada Hegerberg? Das atacantes que foram escolhidas para compor o time dos sonhos, a com mais gols, Alex Morgan, tem 10 gols a menos que Ada na temporada (e Ada não enfrentou nenhuma Tailândia). O time escolhido reforça a ideia de que a Copa foi extremamente importante e que tudo o que fizeram, ou deixaram de fazer na temporada, foi esquecido. Atletas que tiveram um 2018/2019 muito abaixo da média, sem importância nos seus respectivos times, mas que decolaram na Copa acabaram recebendo a oportunidade de estar entre as escolhidas. Por isso, Hegerberg, que fez uma grande temporada, com média de um gol por jogo, foi esquecida, porque optou não jogar por sua seleção.


Mas afinal, se a copa foi tão importante, cadê Miedema? Como Marta, que não foi artilheira nem da sua seleção, foi escolhida? O que ficou claro é que jamais fariam algo histórico sem colocar Marta no meio, mesmo que seja uma escolha escandalosa, pela temporada horrorosa feita pela brasileira, é como uma ação de gratidão por tudo o que ela já fez no futebol feminino. Como não premiar a maior goleadora da história das Copas? Provavelmente foi este o pensamento que originou os votos.

  • A melhor do mundo

(Foto: Getty)
Megan Rapinoe desbancou Alex Morgan e Lucy Bronze e foi eleita a melhor jogadora do mundo, confirmando o que a maioria já esperava. Com uma Copa do Mundo nas costas, sendo artilheira da competição e a 2º maior assistente, o The Best parecia óbvio mesmo com a temporada apagada que a atacante do Reign viveu no seu clube.

O que causou espanto foi Alex Morgan ter ficado em segundo quando não fez algo que justificasse sua presença nem no top 3. Morgan foi vice-artilheira da Copa, mas tudo por causa dos seus cinco gols na primeira partida, contra a Tailândia. E no resto da temporada? Zero gols pelo Orlando Pride. De longe o que se espera de uma atacante. Lucy Bronze teve uma participação muito mais importante na Copa, no único dia em que não rendeu, a Inglaterra também não rendeu como se esperava. Na temporada? 1 Champions, 1 Campeonato Francês e 1 prêmio de melhor jogadora da Europa. Parece que mais uma vez a popularidade venceu a qualidade.

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