(Foto: Juan Carlos Cárdenas/EFE)
Esse final de semana foi marcado pelos amistosos irrelevantes. O Brasil conseguiu a proeza de desfalcar a Série A nacional e empatar com Senegal e Nigéria. Outras seleções entraram em campo para jogar essas aberrações futbolísticas, porém, uma história importante foi negligenciada pela mídia brasileira.
Na Espanha, a Argentina goleou o Equador. A mídia eportiva brasileira destacou a avassaladora atuação dos "hermanos", apontou a ausência do craque Messi na partida e ironizou a presença de Sornoza em qualquer seleção do Mundo.
Essa análise que se resume ao "Campo e Bola" é rasa e reducionista. O Equador vive uma grave crise interna, a capital do país teve que ser deslocada de Quito para Guayaquil, manifestações de diversos setores da sociedade local paralisam o país nesses últimos dias. O decreto assinado pelo presidente que gerava maior austeridade por parte do governo equatoriano culminou com 7 mortes, policiais sequestrados e greve dos caminhoneiros.
O caos no Equador tende a melhorar, o presidente revogou hoje o seu decreto e, dessa forma, os manifestantes se comprometeram a paralisar as suas atividades por enquanto.
A seleção equatoriana estava estava concentrada na remendada capital Guayaquil. Devido as manifestações, o avião que levou o selecionado atrasou e os jogadores tiveram que ficar esperando no aeroporto, esse cenário fez com que Sornoza e cia chegassem na Espanha mais tarde que o esperado e eles nao puderam treinar como programado.
O técnico interino do Equador, Jorge Célico, destacou o clima que estava pesando em cima dos seus jogadores. A situação do país que eles representavam não estava afeito a futebol, somente a chuvas e trovoadas.
A mídia esportiva brasileira, muitas vezes, não pratica o jornalismo. Os membros das "mesas redondas" ficam preocupados em discutir apenas esquemas táticos, queda de treinadores e polêmicas de arbitragem. Eles esquecem que o futebol é um setor da sociedade e que a mídia esportiva é um setor do jornalismo.
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