(Foto: AndrĂ© Melo Andrade/ELEVEN/EstadĂ£o)
Caro leitor, provavelmente, vocĂª mora perto de alguma Igreja CatĂ³lica. Essa religiĂ£o conta com milhões de templos pelo planeta e um simbolo une todas elas.
Em todas as Igrejas comandadas pelo Papa Ă© tradiĂ§Ă£o que se encontre em algum lugar do templo uma sĂ©rie de imagens que ilustram o suplĂcio sofrido por Jesus atĂ© ser crucificado. Esta Ă© a Via Sacra.
Subvertendo a tradiĂ§Ă£o cristĂ£, o Jesus que comanda o Flamengo nĂ£o passa por qualquer tipo de problema. Os milagres que sĂ£o imputados ao Jesus bĂblico nĂ£o precisam ser operados pelo treinador portuguĂªs homĂ´nimo. Em um BrasileirĂ£o fraquĂssimo, ter competĂªncia jĂ¡ basta e isso o lusitano tem de sobra.
Se Jesus estĂ¡ do lado da equipe da GĂ¡vea, sobrou para o supliciado Tricolor o martĂrio. A cruz que carregamos Ă© muito pesada, cada jogo do Fluminense esperamos alguma intervenĂ§Ă£o divina mas ela quase nunca vem.
Fla-Flu, por si sĂ³, jĂ¡ Ă© um jogo carregado de mĂstica. NĂ£o bastasse a aura sobrenatural conferida ao clĂ¡ssico por personagens como NĂ©lson Rodrigues, aparentemente, no Ăºltimo domingo, esse jogo teve um roteiro bĂblico.
Filho que derrota o Pai, Judas que jĂ¡ jurou amor pelo Flu e agora comemora gol pelo Fla, o nome do Filho de Deus exaltado pelo povo de preto e vermelho, hino de AdoraĂ§Ă£o Rubro Negro que exalta Jesus na sua melodia e o jumento do presĂ©pio: Paulo Henrique, camisa 10 do Flu.
Para dar um sopro de esperança para os tricolores, a Via Sacra foi fundamental para que os pecados da humanidade fossem redimidos. Espero que a cruz que a torcida do Flu tem carregado nos traga alguma salvaĂ§Ă£o no final desse roteiro de sofrimento.
Se esse plantel encardido do Fluminense conseguir escapar do rebaixamento este ano, as imagens da "Nossa Via Sacra" merecem ser eternizadas e emolduradas tal qual as ilustrações que estĂ£o nas paredes sagradas das Igrejas que estĂ£o espalhadas pelo planeta.
Amém.
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