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Heróis de uma nação: o craquinho



"Everton Ribeiro não pode nunca mais usar a camisa do Flamengo!".

Eu juro que eu ouvi isso durante meses de um amigo rubro-negro. Eram tempos do início de Everton na zaga, sem ritmo, vindo do mundo árabe, e pra piorar com a mulher grávida internada no hospital. Depois disso foi só alegria.

No meio de tantos jogadores badalados, Everton no Flamengo de hoje talvez seja o mais discreto. Na postura e no comportamento. Um capitão de liderança técnica. E que liderança.

E aqui já vai a opinião desta coluna. Everton Ribeiro é o melhor jogador do Flamengo. Como disse Filipe Luis, "é o nosso Messi". É incrível o que joga bola o baixinho da Gávea.

O canhoto sempre foi um meia aberto, e não é tão difícil de entender o por quê. Justamente pela altura, por ter o corpo franzino e as pernas curtas, a posição de meia central apagava o jogo de Everton por ser um espaço tão brigado e físico do campo. Por isso, passou a cair pra ponta direita, de onde tinha melhor visão e armava o jogo de frente para o gol.

Depois de um 2017 turbulento, 2018 foi um ano de afirmação. Lembro de Flamengo x Emelec, jogo que classificou o rubro-negro pra oitavas da Libertadores. Foram dois gols de Everton. Antes da falta do segundo gol, disse pro amigo autor da frase absurda do início do texto: "Se fizer o gol fora ídolo."

Não virou naquela hora mas fez um belo 2018. A ponta direita do Flamengo era dele, que passou a mostrar todo brilhantismo em 2019.

Foi um dos poucos jogadores que rendeu também com Abel. No time de Gabigol, Bruno Henrique e Arrascaeta, o craquinho se tornou mais discreto mas nem por isso menos importante. Tornou-se um preparador de jogadas, um dono do meio de campo, que faz o time jogar. De vez em quando faz o seu gol ou da sua assistência. Sempre com brilhantismo, sua marca.

Everton não é dos mais letais, mas é um homem de todos os jogos. 

Everton não joga. Everton desfila no gramado do Maracanã. Na habilidade de seu domínio e controle de bola os milhares vêem que seu tratamento com a bola é diferente. O craquinho chama a bola de você e as vezes nem precisa dela pra entortar os adversários que encontra pela frente. Desarma defesas com apenas um toque, limpa as jogadas em seu início, e mesmo fisicamente pouco avantajado, faz o time inteiro funcionar a partir de seu eixo na ponta esquerda. Um motor do time que ao mesmo tempo é seu cérebro. Everton é craque.

Mais ainda, Everton é um devoto. Já com seus 30 anos, ele é um dos que sabe o valor da camisa que veste. Conhecedor da história do clube, fã dos ídolos do passado e principalmente da torcida. Se sente em casa no Flamengo e faz de tudo pelo manto. Inclusive jogar oito meses lesionado. Se ele tá jogando tanto assim machucado e pisando errado, não quero nem ver o que vai jogar ano que vem.

E o Flamengo é a sua casa, Everton. Sua, de Marília, e do Baby Guto, o xodó da nação. Que você continue levantando nossos troféus. Um capitão que honra a camisa, na postura e, acima de tudo, na bola.

No mais,
Saudações Rubro-negras.

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