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Retrospectiva do Galo: um ano igual aos anteriores

(Foto: Metrópoles)
Com o fim da temporada, é chegada a hora de relembrar as desgraças de um 2019 que seguiu o esquema dos últimos três anos, com alta rotatividade de treinadores e de tampões para encerrar a temporada. A diferença é que não temos mais os medalhões de 2016/17, como Fred, Robinho e Rafael Carioca. Atualmente, a nossa esperança é Franco Di Santo, o centroavante de 30 anos e 60 gols na carreira.

A política de contratação de jogadores também segue a mesma, pelo menos de 1 ano pra cá. Continuamos trazendo jogadores emprestados, em fim de contrato e em baixa no mercado. Dos poucos investimentos que fizemos, só Igor Rabello rendeu algo positivo, enquanto Lucas Hernández, o homem de 12 milhões de reais, é reserva do Patric improvisado, e Ramón Martínez ainda é uma incógnita.

Dentro de campo, a instabilidade se repetiu. O Galo fez uma campanha tão patética na Libertadores que muita gente nem se lembra que jogamos o torneio continental no primeiro semestre do presente ano. Após a derrota por 4x1 para o Cerro Porteño e a iminente eliminação na primeira fase, Levir Culpi é demitido, continuando o ciclo citado lá no começo. 

Assim, surge Rodrigo Santana, então treinador do Sub-20. O interino dá jeito no futebol da equipe e quase consegue tomar o Campeonato Mineiro das mãos da Raça Ruim, que naquele momento era considerado o melhor time do Brasil, invicto e tal, mas que só levantou o caneco com a ajuda da arbitragem. 


18/05/19: Galo vence Flamengo e empolga
iludidos como eu
(Foto: Gazeta Esportiva)
Com a queda precoce na Libertadores e o vice do Estadual, nos sobrou o Brasileirão e a Sul-Americana como tentativa de melhorar o ano que se desenhava trágico. 

Na competição nacional, o desempenho pré-Copa América foi animador. Brigamos na parte de cima da tabela, inclusive vencendo o todo poderoso Flamengo, no Independência. Entretanto, como no ano passado, o desempenho caiu e a pressão aumentou, principalmente sobre o já efetivado treineiro atleticano.

Enquanto o pau estava torando no Campeonato Brasileiro, íamos avançando na Copa Sul-Americana, após derrotar os possantes Unión La Calera, Botafogo e La Equidad. Nas semifinais, enfrentamos os argentinos do Colón, e após perder a primeira partida por 2x1, era necessário fazer dois gols no jogo de volta, no Mineirão. Conseguimos. 

No entanto, Elias resolveu botar o pé na frente da classificação, cometendo pênalti. O camisa 10 do Colón (que é a cara do Solimões), bateu e converteu: 2x1. Assim, fomos para a disputa de pênalti e... perdemos. 

Ali parecia ser o fim da linha para Rodrigo Santana, já que o time estava muito mal no Brasileiro e havia mandado para o espaço a chance mais fácil de título que tivemos nos últimos anos. Apesar disso, o cara ganhou uma sobrevida de cinco jogos, caindo somente após o 4x1 aplicado pelo Grêmio, na 25ª rodada do torneio nacional.

Com a queda do nosso técnico, mais um tampão foi chamado, igualzinho como vem sendo feito desde 2016. O nome da vez foi o aterrorizante Vagner Mancini. Cabia a ele terminar o ano de forma minimamente digna, uma vez que naquela altura do campeonato a briga era para não cair. Nos salvamos a duras penas, é verdade, após empatar com o CSA e perder para a Chapecoense em casa, mas salvamos. Como prêmio de consolação, conseguimos a classificação para a próxima Copa Sul-Americana, encerrando o ano na melancólica 13ª colocação.


01/12/19: Fábio Santos faz o gol que manteve
o Galo na Série A e exibe sua bela tatuagem na coxa.
(Foto: Twitter do Galo)
Bom, com tantas coisas se repetindo ultimamente, qual seria o problema do Galo? De 2015 para cá, tivemos dois presidentes, DOZE TÉCNICOS de filosofias diferentes, além de jogadores entrando e saindo. Ou seja, o buraco é bem mais embaixo. 

O que falta para voltarmos a fazer boas campanhas é planejamento. É obrigatório que as escolhas de atletas e treinadores sejam baseadas em um modelo de trabalho, seja ele defensivo ou ofensivo, para que dessa forma as contratações sejam feitas com critério, sem a esquizofrenia que reina lá pelos lados de Vespasiano.

Por muitas vezes, a nossa diretoria demonstra não ter a menor noção do que está fazendo, por estar apoiada numa ideia de austeridade que não se aplica na prática. Um clube com a situação financeira como a do Galo, cuja dívida ultrapassa os R$ 650 milhões, não pode torrar R$ 400 mil mensais no Maicon Bolt. Como não temos as receitas enormes dos times do eixo, precisamos procurar formas de fazer dinheiro e, principalmente, não investir errado os poucos recursos que temos. Para se ter uma ideia, a nossa verba de contratações para o próximo ano é de míseros R$ 20 milhões. Pouco, né? Então, com esse dinheiro em 2019 nós trouxemos Lucas Hernández (R$ 12 mi) e Ramón Martínez (R$ 8 mi). STONKS.

Times ferrados como o nosso precisam ter responsabilidade e criatividade. O primeiro passo é usar a base para que ela seja uma boa fonte de renda, além de comprar bons jogadores de forma pontual. Assim o elenco se torna minimamente competitivo e não passa vergonha durante a temporada, alcançando boas campanhas (quem sabe um título) e, consequentemente, mais dinheiro. 

A torcida também precisa mudar e abaixar o volume da corneta. É óbvio que precisamos cobrar esses animais da diretoria, mas gritar "Fora, Sette Câmara" não ajuda em nada e culpar certos jogadores também não. Precisamos fazer nossa parte, criticando sem sermos irracionais e imediatistas, entendendo que título não se ganha todo ano (talvez isso não se aplique ao Flamengo, mas ok) e, principalmente, parando de criar ambientes hostis para o elenco. Marcos Rocha, um dos maiores jogadores da nossa história, teve o carro quebrado na bicuda pela torcida, enquanto Cazares, o melhor jogador do elenco atual, pode até deixar o clube por causa da ira exagerada da torcida. Torcedor, critique, mas sem ser mongolóide, combinado?

É isso. #pas

@victismo

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