Tricolor
tem fraca atuação, mas joga o suficiente para quebrar invencibilidade de 10
jogos do rival. Sem poder de reação, Vasco segue em declínio na temporada.
Jogadores comemoram vitória sobre o Vasco no clássico Foto: Lucas Merçon/Fluminense F.C. |
O Fluminense derrotou o
Vasco da Gama por 2 a 0 na noite deste domingo, em jogo válido pela 3ª rodada
da Taça Rio, no Maracanã. Por cautela, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro
proibiu a presença de torcida nos estádios, mas manteve a rodada deste final de
semana, fato que rendeu críticas e manifestações dos jogadores, que se posicionaram
contra a continuidade do estadual.
No primeiro tempo, o
Fluminense controlava a posse da bola, mas tinha dificuldade para verticalizar
as jogadas. Por sua vez, o Vasco, mesmo jogando com reservas, conseguia chegar
com mais perigo ao gol de Muriel. Aos 11, Cayo Tenório deu passe em
profundidade para Vinícius pela direita. O meia cruzmaltino cruzou a bola na
medida para Marrony, que pegou de primeira e jogou rente à trave esquerda. Em
25 minutos de partida, só o time de Abel Braga havia finalizado.
A primeira boa
oportunidade do Tricolor só apareceu aos 28 minutos. Nenê recebeu a bola com
liberdade pelo meio e fez bom lançamento para Evanilson em velocidade. O camisa
9 ganhou a disputa contra a zaga e bateu por cobertura, sem chances para Fernando
Miguel. Uma finalização, um gol.
Evanilson comemora gol marcado no clássico Foto: globoesporte.globo.com |
O Vasco sentiu o golpe. O
time repleto de meninos formados na base não conseguia reagir. Do outro lado, a
experiência do meio-campo tricolor ditava o ritmo e crescia na partida. Antes
do fim da primeira etapa, o Fluminense quase ampliou com um gol olímpico
cobrado por Nenê.
Na
volta do intervalo, Abel Braga promoveu a entrada de Yago Pikachu no lugar de
Marrony, que precisou ser substituído por lesão no tornozelo. O lateral entrou
avançado pela direita e deu movimentação ao ataque, mas o Vasco sofria com problemas
na criação. Andrey, que exerceu bem a função no primeiro tempo, errava tudo que
tentava: passe, chute, desarme, nada dava certo.
Com o resultado nas mãos,
o Fluminense não esboçava interesse para matar o jogo e o Vasco também não
tinha qualidade para arrancar o empate. O relógio corria, os treinadores
mexiam, mas o jogo continuava truncado.
Em lampejos, o Gigante da
Colina até trocava passes próximo à área tricolor, porém sem objetividade. Nos
contra-ataques, o Flu levava perigo, mas era o próprio time do Vasco quem dava mais
dor de cabeça. Já no fim do clássico, o Tricolor articulou bom ataque na entrada
da área com Nenê. O camisa 77 recebeu de costas para a defesa e fez o pivô para
a batida de Caio Paulista, que acertou a trave. No rebote, a bola bateu nas
costas do goleiro vascaíno e se ofereceu para Fernando Pacheco definir o lance
e o placar.
O resultado quebrou um
jejum que durava quase três anos e recolocou o Tricolor na liderança da
classificação geral do Campeonato Carioca e do Grupo B da Taça Rio. Por sua
vez, o Vasco praticamente se despede da competição e se afunda na crise com
mais uma derrota na temporada.
As duas equipes teriam no
meio de semana compromissos pela 3ª fase da Copa do Brasil, o Vasco viajaria
para enfrentar o Goiás na quarta, e o Fluminense receberia o Figueirense na
quinta, no entanto, em comunicado divulgado na tarde deste domingo, a
Confederação Brasileira de Futebol suspendeu todas as competições de âmbito nacional
por tempo indeterminado em razão da pandemia do COVID-19, o novo coronavírus. Além
disso, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro se reúne com representantes dos
clubes que disputam o Campeonato Carioca para debater a continuidade do torneio.
A tendência é que a Federação também suspenda seus jogos.
Caio Ramos
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