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O clássico e eu

(Foto: Flickr/Atlético)
Como todos sabem, no último sábado rolou o jogo entre o time da Série A contra o da Série B. O Pai contra o Filho, o Bem contra o Mal. Independente do nome, o importante é que EU ESTAVA LÁ!


Sim, amigos, eu fui a um jogo do Galo pela primeira vez em 19 anos de vida. E escolhi justamente o clássico para marcar a minha estreia em jogos do time que eu amo, afinal, para mim não valeria a pena percorrer mais de 600 quilômetros para ver Atlético x Tupynambás. Tinha que ser um jogo grande, que valesse a pena todo esse esforço. 



Planejei essa viagem desde o começo de fevereiro. A empolgação era enorme, não só pelo jogo em si, mas também pela possibilidade de conhecer alguns amigos que fiz pela rede mundial de computadores, em especial a Luiza, que não era do Canadá, mas sim de Contagem.



Em meio a essa animação, chegou o jogo contra o Afogados e a vexatória eliminação. Quase desisti da viagem, do jogo e dos amigos. "Não vou sair de Salinas para ver esse time merda perder para outro tão merda quanto", pensei. 


Aí o Galo anuncia o Sampaoli e coloca lá em baixo o preço dos ingressos. Isso reanima a torcida, que prometeu aloprar o rival do começo ao fim, com direito a mosaico e tudo mais. Eu não poderia ficar de fora, então juntei meus trapos e fui para Belo Horizonte.

Eu tô no meio desse povo aí. Não dá pra ver, mas tô.
(Foto: Flickr/Atlético)
Ao desembarcar em Contagem, fui recebido pela Luiza e sua família maravilhosa. E com eles, fui para o Mineirão. Chegando nos arredores no Gigante da Pampulha, fui dominado por alguns sentimentos. Primeiro, o medo de tomar porrada, afinal era um clássico. Eu não sei brigar e nem tenho forma física pra correr muito. Mas esse temor logo passou quando eu vi as primeiras pessoas vestidas de fantasma, os gritos de "Fala, Zezé", o helicóptero da Série B etc.

Depois, ao entrar de fato no estádio, senti um enorme deslumbramento, tal qual Jeca Tatu na cidade grande. Aquele mar preto e branco nas arquibancadas, as bandeiras, o campo, as redes alvinegras nos gols... O Mineirão, para mim, naquele momento, parecia o paraíso.


No entanto, a medida que o tempo ia passando, aquele lugar deixou de ser uma novidade e parecia que eu ia nos jogos do Galo há anos. Parecia que eu já pertencia a aquele ambiente há muito tempo, mesmo sendo a minha primeira vez num estádio. Soa estranho, mas é verdade.


Comemorar um gol do Galo, ao vivo, foi uma das coisas mais lindas que eu tive a oportunidade de fazer. Ainda mais se esse gol sai aos 47' do segundo tempo, contra o maior rival. Abracei pessoas que nunca vi na vida, cantei até perder a voz, vibrei a ponto de sentir dores no corpo depois do jogo e até tirei a camisa! Eu não tiro a camisa nem quando vou f****, gente. 


Enfim, esse último fim de semana foi o melhor da minha vida. Não só pelo jogo, que foi foda, mas também por ter passado três dias com pessoas incríveis (em especial o gigantesco Zé Ricardo, pai da Luiza), que espero rever o mais rápido possível. Perdi a voz, o ônibus de volta para casa, a tela do meu celular rachou, mas valeu muito a pena. Eu faria tudo de novo. 


E farei, em breve. 



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