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O que será do futebol após a crise?


No meio do caos, quando a mente espairece da preocupação referente a saúde e economia, vamos pensar no que antes era nosso lazer, o futebol. Aí nasce uma nova preocupação, após essa crise, o que vai acontecer com o futebol? Não tenho idéia, mas podemos passar aqui o que têm sido dito. 

É fato que primeiro, não vamos passar ilesos por isso, o calendário já foi afetado, mundialmente. Presidente da UEFA já não considera loucura pensar que essa temporada está perdida, lembrando que para eles, ela estava encerrando, e para nós, começando.

O que abre espaço para falarmos sobre uma das propostas colocadas nacionalmente, tornar o calendário brasileiro igual ao europeu. Começar no segundo semestre de um ano e terminar no primeiro semestre de outro. Abordagem complexa, mas que vêm ganhando força. 

Outro ponto é os estaduais, a maioria defende seu cancelamento, opinião que vai de encontro a minha, porém nasceria o problema para classificação da Copa do Brasil da temporada seguinte. 

Nos melhores dos cenários e se tivermos um tempo razoável para realização dos jogos, o formato do brasileiro pode ser mantido, ficaria só apertado. Em um cenário pior, não teriamos tempo, nesse caso, fizeram a proposta de resolver tudo em mata-mata, proposta recusada pelas televisões detentoras dos direitos de transmissão. 

Mudando o foco do calendário, temos o problema financeiro, se clubes estruturados e com caixas milionários como Barcelona, PSG e Borussia Dortmund já estão cortando salários para passar a crise, imagina times da nossa série C que vendem o almoço para comprar a janta.

Junto a isso, já temos a questão de 95% dos times não terem uma situação estável normalmente, ainda em março antes do ápice da crise, alguns times não tinham feito o pagamento nem de dezembro para os atletas e funcionários.

Alguns jogadores internacionais estão criando o movimento de abrir mão do salário em detrimento dos funcionários, mas como exigir  aqui no Brasil que atletas cortem o que não recebem. O tiozão do pavê vai alegar nesse momento "eles ganham milhões". Por dados da CBF, os atletas registrados no BID apenas 0,01 recebem mais que 500 mil. 82% ganha ATÉ 1 mil reais e 13% ganha até 5 mil reais.

Percebemos que a categoria em suma maioria não está com caixa para abrir mão de salários. Desde os atrasados até a redução proposta nesse momento. Não é porque 0,001 tem caixa para se manter sem receber que os outros possuem o mesmo patamar.

Lembrando que um jogo para acontecer, não se resume aos 22 atletas em campo, tem comissões técnicas, massagistas, preparadores, assessores, cozinheiras e tantos outros, a maioria com salários pequenos e que precisam de holofotes da mesma maneira.

Em Goiânia, os três times da capital se reuniram e apresentaram uma proposta para o Sindicato dos atletas, envolvendo férias e redução dos salários. O Vila Nova já dispensou 6 atletas em meio a crise e dia 28 de março, saiu a notícia de contratos suspensos com patrocinadores.

Goiás e Atlético, times na elite sofrem do mesmo mal, contratos de patrocínios quebrados, uma realidade que imaginamos ser nacional. 

Leva a pensar também, que voltar o futebol sem o público não pode ser solução, vai gerar gastos e nunca receitas, pode afundar ainda mais os clubes. 

Ainda estamos no início de tudo, sem perspectivas, fica difícil planejar. Ficamos na torcida para que a CBF intervenha e ajude os clubes, é necessário e imprescindível. 

@analivia_dias

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