"Muitas vezes Ă© a falta de carĂ¡ter que decide uma partida. NĂ£o se faz literatura, polĂtica e futebol com bons sentimentos." Nelson Rodrigues
Com essa dura frase de Nelson Rodrigues decido iniciar o texto, com o asco de agora cair a ficha de que o futebol romĂ¢ntico, pelo povo e para o povo se foi.
Hoje, encontramos um mercado, envolto em bolsas de valores, jogos polĂticos, resumido ao simples e valoroso... dinheiro. NĂ£o Ă© mais a tradiĂ§Ă£o, camisa, histĂ³ria e conquistas "heroicas" que ditam o futebol, mas o mercado.
O futebol romĂ¢ntico, sempre associado a festas e celebrações se foi. Com ele, jamais estarĂamos discutindo e executando uma volta em meio ao caos social.
Mas concordamos, ele se foi. O futebol vigente, necessita estar sempre em execuĂ§Ă£o, e Ă© ai que o futebol reflete nossa sociedade. Fria, as vezes cruel, e principalmente, onde bons sentimentos poucas vezes tĂªm vez.
Estamos assistindo uma potĂªncia forçar uma volta em uma cidade calamitosa, discutir ciĂªncia com cientistas, ignorar o Ă³bvio e abandonar justamente aqueles que deveriam ser sua razĂ£o de existir, o povo.
No esporte goiano, trĂªs times da capital voltaram. Pressionados talvez pelas percas de patrocĂnios, alguns com o anseio de sair na frente em uma possĂvel volta de campeonatos. Um de forma mais suja, outros tentando fazer o bĂ¡sico.
Agora se discute um quadrangular goiano, entre os 4 times da capital. Obviamente, sem torcida, o futebol pelo qual me apaixonei Ă© o que em determinado momento do jogo, o estĂ¡dio balançava, eu abraçava meu pai em alguma comemoraĂ§Ă£o.
Vamos encontrar agora sons de mixagens, efeitos computadorizados e uma experiĂªncia morta.
Aparentemente o "show" precisa continuar, independente do momento. O que foi criado com alegria, que era sinĂ´nimo de festividade, agora Ă© um negĂ³cio, e segundo alguns, negĂ³cios sĂ£o mais importantes que vidas.
@analivia_dias
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