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Grandes mudanças. Desastres gigantes.

 

ESSE CAMPEONATO NÃO DEVERIA ESTAR ACONTECENDO.

Nesse meu primeiro texto do Campeonato Brasileiro já gostaria de avisar que essa frase vai estar em todos os meus artigos aqui no site. Segundo o Globoesporte.com foram 40 casos entre jogadores do Brasileirão em apenas 4 dias. Para se ter comparação, foram 39 casos novos nas últimas 24 horas em todo o território do Uruguai. Mais especificamente sobre o Atlético Goianiense, adversário de hoje, quatro atletas testaram positivo para COVID-19, e mesmo assim eles foram autorizados pela CBF a entrarem em campo. Agora que o desabafo e aviso foi feito, vamos ao texto.

19:38. Começam a surgir as mensagens nos grupos de whatsapp “DOMENEC MUDOU”, “Começou igual ao Jesus mesmo”. Eu ainda estava chegando em casa depois do trabalho enquanto recebia as notícias. Quando olho no twitter e vejo a escalação, entendi a surpresa. Três zagueiros de ofício entre os titulares, Arrascaeta no banco e Vitinho titular. Notícias sobre uma possível transferência de Rafinha pro Olympiakos da Grécia pipocavam. Esse seria o motivo para ele não estar nos onze inciais. Outros falavam em uma simples rotação, pois ele não estava 100%. Faltavam 50 minutos pro jogo e nesse meio tempo divaguei com amigos diversas opções. Rodrigo Caio na lateral? Três zagueiros (algo que Dome usou em seus tempos de New York City)? Até Arão na direita e Rodrigo Caio de volante cogitei.

Com a bola rolando o esquema estava claro. 4-3-3. Rodrigo Caio como lateral, Arão, Gerson e Everton no meio. Vitinho aberto na direita e BH na esquerda. Com pouco tempo já deu pra ver que o esquema tinha muita coisa errada e a noite seria longa. Nos 15 primeiros minutos o Atlético criou pelo menos três chances nas costas do nosso zagueiro improvisado na lateral. Na frente os três não se encontravam. Gabigol isolado, Vitinho pouco participativo e Bruno Henrique muito menos. Ribeiro errando o básico e Gerson sumido deram o tom da primeira meia hora de jogo. E quando o time se deu conta o jogo já estava dois a zero para a equipe da casa.

Aparentemente os jogadores demoraram 90 minutos pra não comprar a ideia do novo técnico. A vontade e gana, que víamos em 2019 e no começo de 2020, parecem ter ido embora junto com Jesus. Ainda quando estava 1x0, Gabigol veio buscar uma bola no meio dos zagueiros, num claro sinal de insatisfação com a falta de toques na bola. Após o segundo gol, houve uma mudança geral no time que, vendo da TV, parece ter partido dos próprios jogadores. A formação retornou ao 4-4-2 da época de JJ. Vitinho na esquerda, BH e Gabigol se comunicando mais com Everton na direita. Não a toa o camisa 9 melhorou e criou a melhor chance do time no primeiro tempo, cara a cara com o goleiro agressor de mulheres, jogou a bola pra fora. O sentimento de que “hoje não vai entrar”, que tinha ficado no meio de 2019, retornou e ali eu já vi que a maré não tava nem um pouco boa pro nosso lado. Pra completar no lance seguinte o mesmo Gabigol escorregou num lance onde ia receber a bola em grandes chances de finalizar a gol.

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(Reprodução Oficial/Twitter Oficial do Flamengo)

Ainda deu tempo de tomar um terceiro gol num contra ataque e eu estava revendo o jogo contra o Bahia na Fonte Nova no ano passado. Técnico estrangeiro, recém chegado, conhecendo o time e tomando um vareio fora de casa com a equipe jogando absolutamente nada. Ali eu já queria que o intervalo chegasse e o mínimo que esperava era um time modificado não só taticamente mas também em sua postura.

Segundo tempo veio e com ele, finalmente, havia um lateral direito de ofício na posição. Rafinha e Pedro entraram no lugar de Gustavo Henrique e Vitinho. Seguindo o padrão do final do primeiro tempo, o time seguia tentando – ou pelo menos tentando mais que na primeira parte do tempo – criar chances de gol. Aconteceu e em quinze minutos Gabigol teve mais duas chances de marcar. Em ambas parou no goleiro do Atlético. Se o time e o técnico não cooperavam, a sorte também não estava a nosso favor. Pra completar, no lance seguinte, contra ataque do time goiano e um chute de absurda felicidade colocou o último prego no caixão.  Três a zero.  A partir daí foi só esperar o final do jogo chegar e ainda deu tempo pra Diego Alves arranjar uma expulsão idiota aos trinta e sete minutos, pra finalizar o terror que foi essa noite.

É impossível julgar qualquer técnico com dois jogos e dez dias de trabalho, mas também não dá pra passar pano. O que Torrent fez nesse tempo foi desmontar toda uma estrutura que foi montada durante praticamente um ano por JJ. A intensidade e loucura que o time tinha parece não existir mais, e tudo isso passa pelas mãos do técnico. Tendo um calendário tão apertado é necessário dosar o quanto de novas informações devem ser colocadas para os jogadores.

Dito isso, a culpa não deve ser colocada somente no treinador. Alguns jogadores estão claramente abaixo do seu normal. Arão, Bruno Henrique, Everton Ribeiro, Filipe Luis e principalmente Léo Pereira estão em outra órbita, muito fora de padrão e precisam corrigir seus rumos o mais rápido possível para o bem do Flamengo.

Como bom flamenguista só posso me apegar as coincidências, lembrar do vareio que foi a derrota para o Bahia há um pouco mais de um ano, crer que a partir de agora as vitórias virão e novamente seremos campeões. Por enquanto só me resta a raiva, a frustração e lembrar que no sábado meu time vai jogar no pior lugar possível (Curitiba) no dia do meu aniversário, e as perspectivas não são as melhores.

 

No mais,

Saudações Rubro Negras!

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