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Kobe, this is for you!

Kobe this is for you
Imagem: Twitter @brawdis

O ano era 2010. O Brasil elegeu a primeira mulher presidente de sua história, Dunga deixou Ganso e Neymar fora da lista pra Copa da África, Marcelo Dourado vencera o BBB e Fluminense era o atual campeão brasileiro.

Enquanto isso, lá pelas bandas do Tio Sam, uma das maiores franquias da Liga comemorava seu 16º título, marcando o 5º anel do lendário Kobe Bryant que morreu tragicamente num acidente junto a filha Gianna e mais sete pessoas em janeiro desse ano.

Naquela final, Kobe estava no auge de sua forma física\técnica e aos 31 anos e carregou os Lakers durante toda temporada com médias de 27 pontos, 5 rebotes e 5 assitências. Ao seu lado, teve companheiros como Paul Gasol, Derik Fisher e Ron Artest e venceram os Celtics em 7 jogos.

De lá pra cá, o time voltou aos playoffs apenas duas vezes (nos dois anos seguintes) mas não conseguiu ir além da segunda rodada. Depois disso, emplacou uma sequência de longas seis temporadas sem conseguir figurar entre os 16 melhores times da Liga e castigou seu torcedor

Foram 492 jogos de temporada regular disputados com míseras 163 vitórias e 329 derrotas. Totalizando pouco mais de 33% de aproveitamento. Kobe se aposentou em 2016 e desde então o time bateu uma sétima escolha de draft (Julius Randle) e três segundas escolhas seguidas (D´Angelo Russel, Brandon Ingram e Lonzo Ball) sem nenhum impacto, culminando na troca de todos anos depois.

 
LeBron James e Anthony Davis
Imagem: NBA
Por falar em troca, após a chegada de LeBron James e o fracasso na temporada passada, os Lakers trocaram tudo. O presidente de operações, o comando técnico, os jogadores e principalmente a mentalidade.

As chegadas de Avery Bradley, Danny Green, Dwight Howard e obviamente Anthony Davis, encaixaram precisamente com tudo que LeBron queria (e precisava) para chegar ao título da Liga.

E deu certo! Nessa temporada com apenas 71 jogos por conta da pandemia, foram 52 vitórias totalizando 73% de aproveitamento e a terceira melhor campanha da liga.

Davis liderou o time em pontos, rebotes, tocos e se mostrou decisivo nos momentos cruciais, como a bola de três no jogo 2 contra Denver. LeBron, liderou a liga em assistências pela primeira vez na carreira e enfileirou recordes atrás de recordes nos playoffs.

Los Angeles encontrou adversários que embora não tivessem grandes elencos, se mostraram aguerridos e dificultaram a vida do time californiano que contou com ajustes na rotação em praticamente todos os jogos.

McGee e Howard não pisaram na quadra contra Houston. Já contra Denver, Howard foi fundamental para conter Jokic e até Markieff Morris e Alex Caruso apareceram entre os titulares em dado momento. Além da participação enorme de Rajon Rondo numa pós temporada espetacular.

Quem assistiu apenas o jogo 6 das finais, com certeza ficou com a impressão errada sobre o Miami Heat. A equipe foi gigante! Jimmy Butler foi um verdadeiro leão. Mas seria impossível parar a dupla James\Davis numa série de 7 jogos.

Num ano atípico, que começou com a trágica perda de Kobe, passou - e ainda passa - por uma pandemia global a NBA ficará marcada na história pela bolha em Orlando, os jogadores ficarão na história pela luta antirracista, o grito por justiça para George Floyd, Breonna Taylor e tantas outras vítimas da brutalidade policial no país. E os Lakers? Chegam ao seu 17º título e se igualam aos Celtics como maiores campeões da Liga.

LeBron James e companhia não só cravam seus nomes na história como fazem parte do renascimento da maior franquia da NBA, que 10 anos depois, retorna ao lugar de onde nunca deveria ter saído. O manto roxo e dourado brilha novamente e o torcedor não só pode como deve ficar muito orgulhoso.

A conquista é emblemática. Finalmente, o trabalho está feito! E depois de ter dado tudo por essa franquia durante 20 anos, em algum lugar muito especial lá de cima, Kobe Bryant sorri. Sabendo que foi por ele. Foi para ele.


Pedro Ramos | @peedrohramos



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