ESTE CAMPEONATO NÃO DEVERIA ESTAR ACONTECENDO.
Vasco e Flamengo fizeram ontem o que podemos tranquilamente chamar de “clássico
raiz”, expressão tão utilizada na internet nos dias de hoje. Um serviço
completo pra quem gosta de futebol.
Como uma verdadeira peça de teatro o jogo teve diversos atos. Gol no início do jogo, partida disputada,
divididas fortes, virada, falhas, aflição, polêmica. Teve de tudo na tarde-noite
de sábado em São Januário.
Ato 1: A história.
É possível dizer que mais ou
menos desde 2016 o clássico dos milhões se tornou uma espécie de Davi contra
Golias. Isso, é claro, no papel. E apesar dos, agora, 16 jogos sem perder, em
campo foram poucos os jogos em que realmente o Flamengo conseguiu demonstrar a
superioridade que apresenta fora das quatro linhas. A bem da verdade é que só
em 2019 isso se traduziu em domínio, com as vitórias na final do Carioca e no
primeiro turno no Brasileirão.
Ato 2: O início rápido.
Na partida de ontem não foi diferente.
Mesmos com muitos desfalques ainda tínhamos um time bem superior ao rival. O
que não se traduziu em campo pelo menos no primeiro tempo e logo aos oito
minutos Talles Magno tratou de mostrar que aquele jogo não era contra um Sport
ou Athlético-PR. O clássico nivela tudo.
Ato 3: O desempenho ruim.
Eu poderia criar diversas teorias
táticas e técnicas da inofensividade e porque não dizer passividade do Flamengo
no primeiro tempo. Porém não há como falar do absurdo que é o calendário da CBF
– com aval dos clubes é claro – para os campeonatos de 2020. São três jogos em
seis dias. Mais três nos próximos cinco a partir de terça feira. Nem o elenco
mais forte do país consegue sustentar um padrão nessas condições.
Ato 4: A virada.
A segunda etapa veio e junto com
ela a virada. E veio com dois gols talvez dos extremos do time. Primeiro com Léo
Pereira. Hoje sem dúvida o jogador mais criticado do elenco. E num jogo como
esse não poderia faltar o gol dele, o “Mister Clássico”. Bruno Henrique,
aproveitando falha de Fernando Miguel. Aliás a melhora nos quarenta e cinco
minutos finais tem sido a marca do Flamengo de Dome nos últimos jogos. Sinal
que a preparação física vem melhorando.
Ato 5: A cadência.
A partir da virada o Flamengo claramente se poupou já visando os próximos jogos. E aí vai uma crítica ao treinador. Se você quer poupar seus jogadores, use as cinco substituições que tem direito. É correto reclamar da sequência de jogos mas é incoerente pensando nas possibilidades que o jogo e a competição te dá.
Ato final: A polêmica.
E foi nessa forma de se poupar
que veio o último ato da partida. Com o Vasco lançado ao ataque e o Flamengo
recuado, Cano recebeu cruzamento e fez o gol. Após quase dois minutos de
consulta o VAR anulou e manteve o 2 a 1 no placar. Resultado que não foi
alterado até o final do jogo.
O Flamengo tem se mostrado ávido
pelo resultado. E Domenec sabe que a sombra de 2019 nunca vai deixar de pairar
sobre ele. Uma derrota e a crise está instaurada. Por isso não chega a ser
surpresa o que acontece no momento, ainda mais com a sequencia de jogos que se
avizinha.
No mais,
Saudações rubro-negras!
0 Comentários