Frustrado. Cabisbaixo. Desacreditado. Foi assim que me senti ontem após o juiz decretar o final do jogo. O pênalti cobrado e convertido por Fabricio Dominguez foi só a pá de cal numa noite que já estava clara que não seria feliz.
Esses sentimentos também
estiveram no pré jogo. Conversando com um amigo e falando sobre nossas reações
durante e depois das partidas, comentei como é diferente assistir um jogo no
estádio, no bar ou em casa, pelo menos pra mim.
Ver no estádio significa estar
muito mais conectado com o jogo mas principalmente com a torcida. É nela que eu
me pego encarando em vários momentos, seja ganhando ou perdendo, é a forma de extravasar
o sentimento. Lá, dizia eu, quando o Flamengo perde eu saio muito mais triste
do revoltado.
Ver jogo num bar seria exatamente
o meio termo entre o estádio e a casa de cada um, mas inexplicavelmente é onde,
em mim, a revolta bate mais forte. Todo jogo parece uma final de Libertadores e
cada lance parece o último. Tapas, socos, xingamentos se tornam muito mais naturais.
Em casa esse sentimento o
distanciamento é maior. Ali é você, a TV e hoje em dia o celular, eventualmente
um ou outro amigo, mas existe muito mais uma relação de individualidade, cada
um com seus ritos e rotinas. Assim, não há a mesma paixão nem vibração que
haveria nos dois lugares acima.
Ontem foi um desses dias. Com a
pandemia – que fique bem claro ainda não acabou! – os jogos desde março são todos vistos pela TV
e as emoções estão muito menos afloradas. O apito final só trouxe resignação. Resignação de certa forma esperada. Se em 2019
o rubro-negro tinha absoluta certeza que passaria do Emelec mesmo tendo que
reverter um dois a zero, o mesmo não poderia ser dito do jogo confronto com o
Racing.
Primeiro de tudo porque o Flamengo
que estamos vendo é um time incompetente e muito displicente. Começando pelo
seu técnico. Um técnico que enche a boca para falar que quer tentar ao máximo
repetir o que foi feito em 2019, mas na primeira chance que tem faz o que o
técnico modelo só fez uma vez, e nessa vez perdeu o jogo. E não, não vai ser a
demissão dele que vai resolver esse problema.
É incompetente pois absolutamente
todas as pessoas sabiam que o time iria tomar um gol, então a suposta vantagem do
gol fora de casa não era nem pra ser levada em conta. É incompetente e
displicente porque o melhor zagueiro do time, voltando de quase dois meses
parado, já com cartão amarelo, arrisca a tomar o segundo cartão e deixar o time
com um a menos.
É incompetente e displicente pois
cria diversas chances mas parece ter aversão ao gol, pois age com desdém. Acha
que a qualquer momento pode resolver o jogo. Não vai. É displicente como seu
camisa 8, que tem como função principal o passe e parece estar mais interessado
em cavar faltas no meio de campo, carregando a bola muito mais do que deveria.
É displicente como seu camisa 11, que não é capaz de tomar uma decisão certa
durante um jogo inteiro.
Mas não se engane, o problema não
está no Ninho do Urubu, no banco de reservas, na área técnica ou nos onze que
entram em campo. O problema começa no alto, pois o Flamengo é o clube, e o
clube começa com sua diretoria. Que é incompetente pois e displicente pois nega
a necessidade de acompanhamento psicológico a jogadores que tem o mundo nas
costas, pois não busca resolver o problema de um gramado que já fez vítima o
principal nome do time e tem um departamento médico recheado de coleguismo.
Enquanto isso, o cabide de empregos na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro está garantido.
No mais,
Saudações Rubro Negras
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