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Precisamos falar sobre Racismo

O Brasil tem em sua cultura o racismo estrutural que age diretamente na vida de pretos e pretas do nosso país, esse preconceito está ligado à história do nosso país e o legado da colonização que perdura até os dias de hoje.
Como em toda a sociedade, qualquer esporte terá impacto direto no dia a dia dos indivíduos e estará inserido diretamente nos contextos sociais da cidade, estado, região e país. Dentro desse esporte também ocorre diversos problemas sociais que são vistos fora das 4 linhas, estádio e bastidores.

No dia de ontem 20/12/2020 o atleta do Clube de Regatas Flamengo, Gerson, sofreu com esse problema estrutural na partida Flamengo 4x3 Bahia válido pela 26ª rodada da maior competição nacional. O Flamengo por ter a maior marcada e maior torcida do país, deu uma visibilidade maior ao caso, mesmo compreendendo que todos os casos de racismo precisam ter apelo da grande mídia e que seja combatido como problema estrutural e não apenas quando ocorre.

O Observatório da Discriminação Racial no Futebol (@ObRacialFutebol) vem coletando dados sobre os casos de racismo em nosso país, e o que notamos é que enquanto há fomentação do debate e o nicho que está inserido no futebol vem debatendo mais sobre isso, há mais casos a cada ano, como demonstrado nos relatórios anuais.

2014: 20
2015: 35
2016: 25
2017: 43
2018: 44
2019: 67

Trazendo para a esfera estadual, houveram dois casos recentes de racismo em confrontos entre os maiores clubes do estado da Bahia.

O Caso Kanu: Válido pela 10ª rodada do Campeonato Baiano disputado na Arena Fonte Nova, o jogo terminou com a Vitória do Leão da Barra por 1x2 como visitante, esse caso houve negligência por parte da mídia e também muita discordância por parte de torcedores e torcedoras, a velha compreensão do racismo vista com o olhar branco, chamar de macaco, jogar uma banana ou a negação de algum espaço por causa da cor da pele.

O Caso Renê Júnior: Válido pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Bahia venceu por 2x1 o Vitória na Arena Fonte Nova com torcida única, e Renê Júnior sofreu racismo do Colombiano Santiago Trellez. O Meio-campista na época disse que foi chamado de macaco pelo atacante rubro-negro.

Ambos os casos ocorreram em 2017, um mais explícito perante à compreensão do racismo pelo senso comum, o outro caso passou despercebido diante da grande mídia e após o caso de Gerson ganhou mais repercussão esses dois casos por causa da uma rivalidade mesquinha na bolha da torcida rubro-negra e tricolor do Twitter.

O Racismo não é definido por regra ou compreendido de forma A ou B. Esse problema social está há anos camuflado em diversas falas, ações e enraizado na nossa cultura como um todo.

Edit: É importante compreender também que o apelo midiático é mais pela marca do Clube de Regatas Flamengo do que realmente um apoio à luta racial, a grande mídia como um todo escreve o que dá likes e assim monatizam as pautas sociais, é um fator determinante e gera apelo dentro do futebol brasileiro.

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