Era final de campeonato carioca. Mas era uma final estranha. A começar pelo dia e horĂ¡rio do jogo. Minha geraĂ§Ă£o se acostumou a ver os melhores do estado jogando pela taça no domingo, as 16 horas, com o sol do Rio de Janeiro estalando na cabeça dos jogadores. Agora, a partida acontecia no frio de uma noite de sĂ¡bado, as 21:05. Frio como foi todo campeonato carioca, que, para mim, foi quase as escuras. Coisas que tempos pandĂªmicos nos trazem.
Também me acostumei a ver essas
finais com estĂ¡dios lotados. Os mosaicos levantados pelas torcidas quando os
times entram em campo ainda estĂ£o lĂ¡, porĂ©m, ficam durante todo jogo. Torcida?
Nenhuma. Quer dizer, quase nenhuma. Os insuportĂ¡veis dirigentes e “convidados”
estĂ£o sempre lĂ¡, reclamando a cada apito do juiz e, em situações que transformam
tudo num grande constrangimento alheio, se passam por torcedores de
arquibancada.
Em campo o que se viu foi um comportamento que tem sido comum no Flamengo dos Ăºltimos anos, principalmente contra rivais locais. Pode-se dizer que desde 2017 o time do rubro-negro Ă© bastante superior que seus rivais do estado, pelo menos no papel. Superioridade que nem sempre se reflete em campo. E em muitas vezes o motivo Ă© sempre o mesmo: Soberba.
É incrĂvel a capacidade do
Flamengo de entrar com o nariz em pĂ© nesses jogos. Foram inĂºmeras ocasiões que
o time entra em campo melhor, sai na frente mas acredita que pode ganhar o jogo
a qualquer momento e simplesmente diminui o ritmo. O adversĂ¡rio, que se vĂª
encurralado e abatido num primeiro momento, vĂª que o bicho de sete cabeças nĂ£o
ataca e resolve ele mesmo atacar. O resultado Ă© a perda da vitĂ³ria da maneira
mais frustrante possĂvel.
NĂ£o foi diferente neste sĂ¡bado.
ApĂ³s sair na frente com gol de pĂªnalti, o Flamengo começou a colocar o jogo em
banho maria, com toques de letra e mais enfeites. Ainda assim criou chances – e
as desperdiçou. O castigo veio no segundo tempo. O Fluminense cresceu e empatou
o jogo. Depois disso, nĂ£o conseguiu voltar para a partida e o resultado final
foi o empate.
O Flamengo e seus jogadores precisam
dar o devido respeito a seus rivais locais. Hoje foi um empate, semana que vem
pode ser a derrota e perda do tĂtulo carioca.
AtĂ© lĂ¡!
Saudações rubro-negras!
Hugo GĂ³es (hgoes8 no twitter)
Colunista do Flamengo no Linha de Fundo
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