O futebol, lembro-me da
primeira vez que fui a um campo, devia ter uns 6 anos, não foi um jogo
profissional. Não fui ver nenhum time grande. Fui ver o meu pai jogar. Sentado na garupa da bicicleta eu o assistia,
ele corria meio desajeitado atrás da bola, mas era persistente. Um bom volante,
talvez.
Meu pai sempre me incentivou
a jogar bola, olhava para mim com um sorriso sincero e um olhar tranquilo e projetava
em meus ouvidos palavras de apoio, a frase que sempre levo comigo era a mais
humilde, ele repetia constantemente “Eu nunca fui bom jogador, mas sempre estou
lá mesmo sem jogar, sempre estou no Colônia”. Colônia era o nome do campinho
que ele jogava, bons tempos de várzea.
Durante anos essa frase
ficou em minha mente, quando criei coragem para perguntar o significado ele me
respondeu que um dia eu saberia.
Ele estava certo.
Homem sábio o meu velho, com
o tempo e maturidade tomei gosto pelo esporte, infelizmente sempre fui péssimo
com a bola nos pés, restou torcer, restou observar os meus amigos, era
sensacional. Divertido.
Pedi a meu pai que me
levasse ao estádio, queria ver algum time jogar, ele nunca pôde. Mas fui, aos 8
fui com um primo, era jogo do Pernambucano, Sport e Santa Cruz, um clássico. No
meio da torcida do Sport eu nasci, eu renasci, encontrei um sentido na vida,
uma religião, uma paixão, o estádio Aldemar de Costa Carvalho, a Ilha do
Retiro, estava lotado. Torci, gritei, tremi. Tremi em todas as grandes defesas
de Maizena, tremi com uma bola na trave no fim do primeiro tempo. No segundo
tempo tudo passou tão rápido, 0x0 e Ricardinho marcou o primeiro para o Sport,
a ilha veio abaixo, os gritos, a alegria a euforia, minutos depois o silêncio
do lado de cá, era gol deles, gol do Santa. A euforia deu lugar a apreensão,
mas durou pouco tempo, Ricardinho novamente entrou na área e chutou forte, GOL
do Sport, as lágrimas rolaram da minha face e ali eu nasci. Ali eu me tornei
feliz.
Esse foi um dos momentos em
que o futebol me fez sorrir, tive muitas outras alegrias, a copa do Brasil de
2008, eu estava lá, saudoso Carlinhos Bala. A campanha na Libertadores de 2009. A copa de 2002. O
futebol me deu inúmeras alegrias, algumas tristeza também, é claro. O
rebaixamento para a série B, as derrotas no estadual para o maior rival. Na
seleção, a copa de 2010, os 7 x 1 em 2014. Lágrimas, sorrisos, gritos de
euforia, dor, alegria, ídolos, amigos… O futebol me trouxe grandes amigos,
unidos pela mesma paixão, o esporte, pelo mesmo calor de torcer e defender seu
time, suas cores, e tenho o prazer de seguir com eles, aqui no Linha de Fundo,
pois é aqui onde começa uma grande jogada!
Ah, o Futebol! O que seria
de mim sem ele?
Hoje eu entendo o meu pai,
não importa se você sabe jogar, não importa se você entende de regras, tática,
técnica, o que importa é se você sente, se você está lá. Não precisa jogar, não
precisa ser o titular ou reserva, só é preciso que você esteja lá. Mesmo que a
bola não entre, mesmo que o estádio se cale, que o manto se rasgue… esteja lá,
esteja lá até o fim. Pela história, pelo futebol, pelo time, por você, por mim
e pelos outros, esteja lá.
Meu nome é Anderson
Vinicius, escreverei sobre o Sport Club do Recife, o maior Leão do Norte e
Nordeste.
Saudações Rubro Negras!
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