Em jogo disputado, Esquadrão de Aço triunfa e enfrentará Sport na semifinal
Era quase unanimidade entre torcida e analistas: Bahia
precisaria de um gol cedo contra a organizada equipe do Campinense para
tranquilizar o time e forçar o adversário a sair para o jogo e abrir espaços.
Os mais otimistas acreditavam até que esse gol poderia ser a chave que abriria
o cadeado da boa defesa paraibana. Por isso o controverso gol de Kieza aos
cinco minutos foi comemorado com um brado que misturava alegria e alívio.
Kieza fez o gol decisivo que levou o Bahia à semifinal Foto: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia |
A despeito da vantagem inicial dar a classificação ao
tricolor, o roteiro fugiu às previsões. A celebração da arquibancada seria
envolta por um clima de suspense até o apito final. Méritos sejam dados a
equipe de Francisco Diá. Reclamaram de falta no lance do gol, mas souberam
controlar os nervos e manter o plano de jogo. Linhas compactadas, marcação
encaixada e ataque sempre à espreita, aguardando uma bola esticada, uma falha
defensiva ou um acaso da sorte.
O Bahia sabia que um segundo gol praticamente liquidaria a
contenda. E o buscou. Sem o ímpeto de outros jogos diante da situação
momentaneamente confortável do placar, mas o suficiente para evitar que
sofresse pressão do adversário. Chances foram criadas e desperdiçadas por
Gamalho, Kieza e Maxi. Fim do primeiro com o placar mínimo.
O panorama não mudou na segunda etapa. As ações seguiam
comandadas pela equipe da casa, com a Raposa aguardando uma oportunidade para
igualar o placar porém sem criar nada que ameaçasse de fato a meta de Douglas
Pires. Pittoni, fisicamente desgastado, foi substituído por Bruno Paulista e o
Bahia passou a imprimir mais velocidade na transição do meio campo, ainda que
errasse demais na hora de complementar as jogadas. A tensão mantinha-se criando
uma atmosfera Hitchcockiana na Fonte Nova. Era preciso espantar o espectro de
tragédia que rondava o ar. Zé Roberto substituiu Gamalho para dar mais
mobilidade ao ataque. Feijão substituiu Patric – era preciso evitar um possível
revide contra o garoto pelo lance que vitimou Alvinho no jogo de ida. A tensão
permaneceu infatigável até que o som aguardado por mais de vinte mil tricolores
ecoou na Fonte do futebol. Não era a bola batendo na rede. Era o apito final.
Após duas edições sendo eliminado na primeira fase, o Esquadrão de aço volta a
uma semifinal de Nordestão – repetindo o biênio 2001/2002 quando foi bicampeão
antes do recesso de dez anos da competição. O adversário da semifinal será o
Sport. Dois jogos que prometem entrar para a história do futebol da região
Nordeste. O roteiro é impossível prever, mas não faltará paixão, tensão e luta.
É isso que faz da Lampions League uma competição tão especial.
AVALIAÇÃO BAHIA:
DOUGLAS: Sem grandes intervenções. Abusou da cera, levou
amarelo e flertou com o perigo discutindo com o árbitro Marcelo Lima Henrique.
Precisa melhorar saída com os pés e reposição de bola. 6,0
YURI: Bastante exigido no jogo, compôs bem a última linha
defensiva. Fez algumas boas ultrapassagens mas foi pouco efetivo no apoio.
Ainda falta cacoete de lateral. 5,5
THALES: Joga sempre sério e não fica disperso. Isso compensa
seu açodamento em alguns lances. Levou a melhor no confronto com Felipe Alves
dessa vez. 6,0
TITI: Comandou a defesa outra vez. Abandonou os chutões e
melhorou bastante a saída de bola. Passa tranquilidade. 6,5
PATRIC: Demonstrou em campo que superou o lance traumático
de quarta-feira passada. Dominou seu setor e foi boa opção nas tramas pela
esquerda. 6,5
PITTONI: Fez bem sua função enquanto teve forças. Faz a
bolar rodar no meio. Saiu desgastado. 6,5
SOUZA: Evoluindo bem. Foi muito bem na marcação e acertou
dois chutes ótimos de média distância. Precisa evitar lançamentos longos. 7,0
TIAGO REAL: Um dos melhores em campo. Comandou a meia
cancha, distribuiu bolas e ocupou bem os espaços. 7,5
MAXI: O melhor do jogo. Movimentação intensa, cortando do
meio para esquerda, confundindo a marcação e abrindo espaços. Faltou concluir
melhor. 8,0
KIEZA: Fez o gol decisivo. Luta bastante e incomoda a defesa
o tempo todo. A fase é ótima, mas abusou da individualidade em alguns lances.
7,0
GAMALHO: A grande decepção do time. Pouco combativo, não tem
contribuído para o jogo coletivo. Tem tomado decisões erradas nos principais
lance. 5,0
BRUNO PAULISTA: Sempre que entra melhora o ânimo da equipe.
Combate bem no meio. Precisa caprichar em lances ofensivos. 6,0
ZÉ ROBERTO: Entrou com uma movimentação intensa e achou bons
espaços na defesa adversária. Dessa vez faltou estrela. 6,0
FEIJÃO: “Cada enxadada é uma minhoca”. Levou amarelo com 1
minuto em campo. Mas entrou para fechar o meio e cumpriu. 5,5
SÉRGIO SOARES: Classifica-se para a segunda semifinal de Nordestão
seguida. Manteve o plano de jogo, não recuou o time na vantagem, fez as
alterações certas. Bom trabalho coroado com o resultado. 7,5
BAHIA 1 X 0 CAMPINENSE
Copa do Nordeste - Quartas de final (volta)
Local: Arena
Fonte Nova, às 16h
Arbitragem:
Marcelo de Lima Henrique (PE), auxiliado por Clovis Amaral da Silva(PE) e
Ailton Farias da Silva (SE).
Cartões amarelos:
Yuri e Douglas Pires(Bahia); Leandro Sobral, Felipe Alves e Negretti, Neto
(Campinense);
Gol: Kieza 5’ 1T
Gol: Kieza 5’ 1T
Bahia: Douglas Pires;
Yuri, Thales, Titi e Patric (Feijão); Souza, Pittoni (Bruno Paulista) e Tiago
Real; Maxi, Léo Gamalho (Zé Roberto) e Kieza. Técnico: Sérgio Soares.
Campinense:
Gledson, Leyrielton (Willian), Jairo, Pedrão e Leandro Sobral (Gabriel Pimba);
Negretti, Neto, Leandro Santos e Luiz Fernando; Felipe Alves (Luquinha) e
Reginaldo Júnior. Técnico: Francisco Diá.
Alex Rolim @rolimpato
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