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A Caixa e sua desonestidade

Quem vive ouvindo as notícias do Goiás diariamente sabem muito bem das dificuldades que o clube passou nos últimos anos. Após sair de um 2013 que esperávamos ser glorioso, mas aconteceu o contrário, com uma entrega de jogos descaradamente feita pela nossa diretoria, que provocou com o afastamento do torcedor esmeraldino do estádio. No ano seguinte, em 2014, ficamos o ano inteiro sem um patrocínio máster, sem dinheiro para fazer boas contratações, com públicos baixos, confiamos nas categorias de base do clube, e graças á eles, não fomos rebaixados novamente. Em 2015, a esperança era de um ano melhor, conseguimos o Campeonato Goiano, e estamos na luta para fazer uma campanha decente no Brasileiro, porém, mais uma vez, o Goiás não montou uma equipe forte e um dos principais motivos é a falta do seu patrocinador.

Apesar da maior parte da torcida esmeraldina não gostar do Harlei Menezes, Sérgio Rassi e principalmente do Hailé Pinheiro, por não terem respeito com o seu torcedor, fazer várias coisas ridículas com o clube, eu reconheço que a "limpeza" que eles fizeram no Goiás foi excepcional. Hoje, o clube mal tem dívidas e paga em dia todos os jogadores. Isso é muito importante para Goiás crescer financeiramente, mostrar que tem comprometimento e trabalha para manter o clube vivo. A redução de débito do Goiás foi reduzido em 22%, já o déficit financeiro dos outros clubes da Série A do Brasileiro (Com exceção do Flamengo) só aumentou. Mas falta investimento, falta uma empresa que apoie o clube, e o Goiás estava contando com a Caixa, mas elas cometeram uma grande falta de respeito com o clube. Não é atoa que é uma empresa do governo, ou seja, está acostumada com desonestidade.

Sérgio Rassi envia nota de repúdio á Caixa Econômica Federal
Foto: Globo Esporte
Para os que não sabem, a Caixa afirmou ao Goiás há três anos que o clube estava no "rol" de times a serem patrocinados por ela, mas ainda não haviam fechado o acordo por conta que o clube não era detentor de certidões negativas de débito. O que o Goiás fez? Começou a trabalhar duro para ter como benefício, o dito patrocínio. Houve limitação salarial, recolhimento rigoroso de impostos, quitação de dívidas trabalhistas e extrema contenção de gastos (Isso tudo foi mencionado na carta de Sérgio Rassi).

Com muita luta, o Goiás conseguiu o que a Caixa precisava para patrocinar o clube. O que a Caixa fez? Ignorou o trabalho duro que a diretoria fez nesses últimos anos, e afirmou que o clube não estava mais nos interesses da empresa nesse ano de 2015. É triste saber isso. O futebol a cada dia está mais desonesto. Uma empresa dessa não merece estar estampado na camisa do Goiás Esporte Clube, um clube grande e respeitoso.

Nota de Sérgio Rassi para a Caixa Econômica Federal:

"Estou perplexo com informação recebida e confirmada pela diretoria da Caixa que estamos "fora" do rol de times a serem patrocinados pela mesma em 2015!
Muito claro e certo na minha memória, quando há cerca de 2 anos, na gestão do Dr. Joao Bosco, lá fomos pedir este patrocínio e tivemos como resposta: "o Goiás Esporte Clube há 3 anos consta em nossa lista de intenções e, até o momento só dela não faz parte porque não é detentora das certidões negativas de débito; traga-as que vocês farão parte dessa lista"!!
No início de nossa gestão, há cerca de 14 meses, arregaçamos as mangas de nossas camisas e começamos a trabalhar neste sentido, cortando da própria carne. Obviamente que não por determinação da Caixa...mas por filosofia de trabalho, tendo, contudo, como premiação aos nossos esforços, o dito patrocínio. Tivemos redução brutal das quotas de TV por antecipações praticadas anteriormente, ficamos sem patrocinador máster em nossa camisa desde maio de 2014 e, ainda pior, não tivemos a compreensão de maioria de nossos torcedores que abandonaram os estádios! Ainda neste cenário adverso, instituímos medidas, tais quais, limitação salarial, recolhimento rigoroso de impostos, assim como quitação de dívidas trabalhistas e extrema contenção de gastos, com proibição de contratações de novos funcionários e demissão daqueles considerados supérfluos à instituição. Sob extrema dificuldade cumprimos nossas obrigações salariais em dia, assim como premiações por desempenho. Tivemos a competência de jogadores da base, que subiram ao time principal e, graças a esses heróis gladiadores esmeraldinos, fizemos boa campanha no campeonato nacional, em nenhum momento sob risco de rebaixamento, além da conquista do campeonato goiano de 2015 e a "quase" conquista de bicampeonato em 2014, em condições de exceção, não consolidadas.
Em 2015 muito alarde se fez à medida provisória adotada pelo governo no sentido de moralização fiscal e trabalhista. Batizada como "Proforte", veio ganhando corpo e discussão ao longo dos meses, com diversas polêmicas e modificações. O Goiás Esporte Clube tem ficado alheio a essa situação, porque não precisa se adequar aos termos da medida! Conseguimos, por esforços próprios, cumprirmos além dos quesitos requeridos!
Este é o grande paradoxo da questão!! Como o governo apregoa o rigor fiscal e trabalhista e marginaliza clubes que rezam sistematicamente desta cartilha?? Vejam a performance do GEC, financeiramente, em 2014. Fomos o time com melhor desempenho em termos de balança econômica, com redução de débito em 22% (cerca de 15 milhões de reais), em que pese toda a dificuldade de receita mencionada!! Ao passo que todos os demais times da série A (com exceção do Flamengo) aumentaram seus déficits financeiros.
Que país é esse, que vive do corporativismo e apadrinhamento de seus comparsas, praticando o clientelismo dos comissionamentos e superfaturamentos??
Que país é esse que não reconhece o mérito e o trabalho honesto!!
Que não premia o bom aluno ou o bom desempenho?? Que prefere virar as costas aos que prometeu ajudar se assim merecesse!!
Torcedor esmeraldino, não precisamos desta humilhação!! Vamos estampar em nossa camisa aquilo que orgulhamos em expor! NOSSO PRÓPRIO NOME!!
Venha e assine-a comigo! Vamos mostrar a todos que somos maiores que nossas adversidades! Que esta injustiça nos faça crescer ainda mais, às nossas próprias custas e méritos!".

Fica aqui o meu apoio ao presidente Sérgio Rassi e toda a diretoria do clube. Não queremos ser patrocinados por uma empresa de um governo que é comandado por um partido de "comunistas e esquerdopatas" que tem "trabalho" no nome, mas nem faz jus a isso!

Texto feito por Wagner Filho, colunista do Goiás Esporte Clube.

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