Luxemburgo perdeu a confiança da torcida. (Foto: Flamengo) |
A chegada de Vanderlei Luxemburgo
no meio de 2014 serviu para exemplificar a grande montanha-russa que é o
Flamengo nos últimos anos. O treinador encontrou um elenco desmotivado, cheio
de “pesos-mortos” e com uma crise praticamente impossível de ser resolvida.
Mesmo mergulhado na desconfiança e com a mudança sendo improvável, Luxa
conseguiu sair dos trilhos do desastre. Depois de toda campanha salvadora, ele
convenceu a torcida rubro-negra que não era mais aquele técnico que empinava o
nariz com algumas vitórias e que estava mais humilde, menos individual e mais
coletivo.
Os jogadores também pareciam
outra equipe. Por várias vezes o elenco se comportou como se disputasse uma
final a cada partida e isso tirou o rótulo de “lutando contra o rebaixamento”
do Flamengo. Mesmo com alguns velhos problemas, o time parecia ter parado de se
acomodar e de se satisfazer com pouco.
Eduardo, que chegou como ídolo, tenta recuperar a titularidade. (Foto: Flamengo) |
A grande descida dessa
montanha-russa do futebol veio no fim do ano, quando todos, principalmente
Luxa, resolveram que a ausência do risco de rebaixamento já era suficiente.
Além disso, a Copa do Brasil foi completamente deixada de lado no momento mais
importante.
Depois, junto com a mudança de
ano, veio a possível mudança de postura. Novos jogadores, uma atuação razoável
na pré-temporada e um Estadual onde o clube deveria dar tudo de si na guerra
contra todos. A expectativa foi rapidamente substituída pela decepção e assim
ficou claro – e a visão continua a mesma – de que o Flamengo ainda estava longe
de ser o time que todos imaginaram que seria.
LEIA: NADA MUDOU?
Vanderlei Luxemburgo, que
conseguiu começar calando a boca dos críticos, hoje voltou a ser o cara
individualista que tanto torceram para que não fosse. O velho discurso do “a
minha vitória, o nosso empate e a derrota deles” voltou com tudo e a
probabilidade dele mudar agora é muito pequena. Desde que o São Paulo mostrou
interesse, o treinador parece ter largado de mão. Na partida contra o Sport na
tarde deste domingo, ele nem sequer levantou do banco nos piores momentos,
coisa que é bem incomum para seu perfil.
Já o elenco parece entrar num
grande modo avião durante pelo menos metade do jogo. Desde o início do Carioca,
a equipe rubro-negra não consegue ser realmente ativa o tempo todo. No jogo de
ontem foi exatamente isso que aconteceu, já que o Flamengo só começou a lutar
pelo resultado depois que o time marcou o primeiro gol aos 28 do segundo tempo.
Desta forma, a falta de raça, comprometimento e a baixa qualidade técnica se
sobressaem e a torcida já perdeu a paciência.
O gol do empate. (Foto: Flamengo) |
Um clube tão grande como o
Flamengo não pode ficar tão despreparado para o início do campeonato nacional.
O que será que ainda precisa acontecer? Luxemburgo
precisa sair e mais reforços precisam chegar? Futebol é coletivo e esse
discurso de “meu, seu, nosso” já está ultrapassado.
Mariana
Sá (@imastargirl)
Linha de Fundo | @linhadefuundo
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