Foto: Marcos Ribolli |
Após maus resultados e atuações
pífias como a de ontem, há certa obsessão por encontrar os culpados. Sobra para
Fellipe Bastos, Rhodolfo, Roger, juiz... Eles podem até ter parcela de culpa,
mas o grande problema do Grêmio é não ter elenco, e os reforços vêm a passos
lentos.
Além do goleiro Grohe, convocado
para defender a Seleção, o Grêmio teve dois grandes desfalques para a partida
contra o São Paulo: o lateral Galhardo e o volante Walace. Ambos exerceram
papel fundamental na vitória diante do Corinthians no meio da semana. E a
derrota de ontem foi muito em função da ausência deles. Por não ter mais nenhum
lateral direito de origem no elenco, o técnico Roger improvisou o volante
Fellipe Bastos na função. Resultado: a lateral virou uma avenida. O São Paulo
atacava com três jogadores pelo lado, que conseguiam fazer o que queriam com o
lateral improvisado gremista, que até se esforçava, mas suas limitações e o
fato de estar sozinho complicaram a vida gremista. Para o lugar de Walace, que
vinha sendo o destaque do meio de campo, o comandante colocou o garoto Araújo,
que não acertou nada enquanto esteve em campo. Houve outros problemas, é claro,
mas os principais foram ocasionados pelas alterações que precisaram ser feitas
no time.
É preciso contratar. Não grandes
craques, mas pelo menos algumas peças, para que não seja preciso, por exemplo,
improvisar um volante, que já nem é bem visto pela torcida, na lateral por
falta de jogadores na posição. A direção ouve as cobranças e vê a necessidade,
mas não age. No discurso, admite que seja importante reforçar o time, mas o
tempo vai passando e a indefinição angustia o torcedor. Palavras não ganham
jogo. Ao ver nosso banco de reservas, a vontade que se tem é chorar ao ver
opções tão fracas.
O Grêmio já começou o jogo
pressionado. Desde o primeiro minuto, o tricolor gaúcho foi assustado pela
blitz são-paulina. Aos 26 minutos, a insistência paulista surtiu efeito. Após
presentão de Rhodolfo, Luis Fabiano abriu o placar para o São Paulo. Dois minutos
depois, o Grêmio teve uma chance de ouro para igualar o marcador, a única no
jogo todo, mas Pedro Rocha desperdiçou. O Grêmio tratava apenas de se defender.
Demonstrava nervosismo. O fim da primeira etapa foi um alívio. Era preciso
mudar a postura para o restante do jogo.
O time voltou para o segundo
tempo sem alterações. A única medida adotada por Roger foi trazer Pedro Rocha
para auxiliar Fellipe Bastos no lado direito. O Grêmio até começou tentando se
impor, mas logo caiu por terra. Aos oito minutos o juiz cometeu um erro
grotesco e assinalou pênalti para o São Paulo em um lance ridículo. Na
cobrança, Rogério Ceni ampliou o placar. A partir de então, a impressão que se
teve foi de que o Grêmio desistiu do jogo. Sem poder de reação, os gremistas só
esperavam o apito final. As constantes trombadas de Braian retratavam muito bem
o que foi o Grêmio. O Grêmio foi um amontoado de jogadores em campo. Bem
distinto do time compactado e ofensivo que venceu e convenceu contra o
Corinthians.
Com a derrota, o Grêmio caiu para
a 10ª posição com 8 pontos. Já o São Paulo é vice-líder com 13 pontos. O
próximo desafio do Grêmio será domingo (14/06), às 16 horas na Arena, contra o
líder Atlético Paranaense.
Janaína Wille | @janainawille
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