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Libertados?!

Apesar de saber que o nome da competição se dá por uma homenagem à todos os "libertadores" dos países latino americanos, como Símon Bolívar, Sucre, San Martín, O´Higgins e Artigas, há exatos dois anos que me sinto de forma totalmente oposta ao que propõe a alcunha do mais importante torneio americano. Não fui libertado. Muito pelo contrário. Me sinto cada vez mais preso, agarrado, acorrentado e enclausurado em minha eterna atleticanidade.

Fonte: Foto EFE
Claro que todos nós, que tivemos a dádiva de Deus por nascer atleticanos, nunca perdemos sequer uma mínima parte do sentimento que nos faz a cada dia exaltar esse presente. Nem no fatídico 2005, nem com alguns corruptos mafiosos travestidos de presidentes, nem com verdadeiros ladrões disfarçados de árbitros, quando tivemos motivos para talvez deixar o Atlético ocupar uma parcela menor de nossa vida. Nem assim fomos capazes de tal ação. Simplesmente porque não se trata de uma atitude voluntária. Está em nossa alma, no nosso sangue e em praticamente tudo que rege nossa vida.

Acontece que desde aquele dia, que se iniciou em vinte e quatro e foi terminar num longínquo vinte e cinco de julho, o atleticano se viu cada vez menos dono de sua própria vida. Não conseguimos mais comer, beber, dormir, trabalhar ou estudar sem que o Galo esteja presente em grande parte de todas essas atividades.

Por favor, Atlético, devolva parte de minha vida! Sei que não ficarei livre de você e esta é a última coisa que quero. Mas preciso me dedicar também pouco de meu tempo para mim e para aqueles que amo, além de ti.

Escrevo este texto no dia posterior em que é lançado nos cinemas o filme "O Dia do Galo", que conta a história de cinco atleticanos durante todo o dia da final contra o Olímpia no Mineirão. Me lembro de cada segundo, de como passei aquelas horas que se pareciam anos de tamanha ansiedade.

No derradeiro tiro de Giménez na trave, pudemos não só celebrar a taça de campeão. Comemoramos juntos a essência da atleticanidade e tudo o que isto representa. Ali nos tornamos campeões, de almas lavadas, orgulhosos, mas sem vaidade, e donos do continente. Nos tornamos tudo o que queríamos ser naquele momento. Tudo, menos uma coisa: LIBERTADOS!

Por @RobertoDabes

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