Em meio as comemoração da Semana Farroupilha, o Rio
Grande do Sul tira o dia para homenagear um de seus grandes ícones, uma
instituição que, desde os primórdios, honra o estado e espalha pelo mundo os
atributos deste povo guerreiro: o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, um
dos times mais tradicionais do estado, que neste 15 de setembro, completa 112
anos de existência.
Se em 1903, ao trazer a primeira bola e organizar a
primeira pelada de amigos Porto Alegre, Cândido Dias da Silva dissesse que
estava dando início à história de um dos clubes brasileiros mais gloriosos,
certamente o chamariam de louco. Mas foi isso o que aconteceu. A, na época, valiosíssima
bola de couro trazida pelo paulista a Porto Alegre despertou a curiosidade e
uma turma de amigos se formou em sua volta. O que era para ser apenas um clube
virou uma instituição. Que deixou de ser Porto Alegrense para ser Mundial. O que
era diversão virou profissão. Os simpatizantes viraram apaixonados.
Foi em 1983, com a Libertadores e o Mundial, que o Grêmio
entrou de verdade no cenário futebolístico. Antes disso, já havia conquistado
diversos Campeonatos Citadinos, Gaúchos e um Brasileiro, mas ainda não era
visto como uma potência dentro das quatro linhas. De lá pra cá foram muitos
altos e baixos. Os anos 90 foram inesquecíveis. Década da conquista da maioria
dos títulos. Em 2005, pensava-se que chegou o derradeiro fim. Que o time não
encontraria forças para voltar. Porém, este se reergueu, voltou em grande
estilo e, mesmo sem grandes conquistas recentes, vê sua torcida – que hoje já é
de 8 milhões de apaixonados – crescer cada dia mais. Só um torcedor apaixonado
(e por que não dizer louco? No bem sentido, é claro) entende a adoração pelo
time “tanto na boa quanto na ruim”.
Impossível falar do Grêmio sem falar da sua torcida. A
torcida que vem do bairro da Azenha, o bairro do Monumental. Segue o Grêmio
desde pequeno e hoje já não pode mais parar. Que nutre pelo clube um amor
descontrolado. A torcida que, com seus trapos, instrumentos e bandeiras, apoia
o time na boa e na ruim muito mais. Que torce pro Grêmio bebendo vinho e faz
chover pingos de amor pelo Tricolor. A torcida que defende essas cores até
morrer. Que vai cantar, por toda a vida, por todos anos. A torcida que é de
Porto Alegre, tem a alma azul celeste, leva o Grêmio no coração e segue o time
aonde ele for. A torcida que canta pelo Tricolor, o seu único amor. Tanta
paixão, descrita nas músicas e presente no peito dos milhões de aficionados, só
prova, mais uma vez, que ao longo dos 112 anos o Grêmio conseguiu, por maior
que tivessem sido as dificuldades, cumprir a sua missão: unir uma nação e
satisfazê-la com conquistas e uma entrega plena, despertando os melhores
sentimentos.
Minha história com o futebol está profundamente ligada
ao Grêmio. Afinal, meus pais e irmão são gremistas e cresci em meio ao
gremismo. Apesar isso, ninguém me forçou a torcer. Eu escolhi o Grêmio. E, sem sombra
de dúvidas, foi a escolha mais feliz da minha vida. Foram tantas alegrias,
tristezas, sorrisos, lágrimas e, acima de tudo, paixão! Uma paixão que move uma
torcida a cada segundo, a cada suspiro, a cada toque, a cada gol.
Grêmio. Uma palavra espalhada aos quatro ventos pela
apaixonada torcida. Um nome que chegou ao topo do Mundo. O nome que já pintou a
América de azul, preto e branco por duas vezes. Só tenho a te agradecer por
tantos momentos inesquecíveis que me proporcionaste. Por ter aberto meus olhos
para o futebol. Que venham mais cem, duzentos, quinhentos, mil anos. Que venham
muitos Felipões, Laras, Renatos, Tarcísios, Danrleis e que todos honrem, da
forma mais maravilhosa possível, este manto sagrado. Enfim, jamais seria
possível expressar em palavras toda a grandiosidade deste clube, mas fica aqui
a lembrança.
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