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Chelsea vence com direito a Gabriel caindo na armadilha de Diego


Desde pequena fui ensinada a fugir das provocações, meus pais diziam que nĂ£o valia a pena e a chance disso acabar se tornando mais prejudicial a mim do que a quem as fazia era grande. Bem, foi exatamente isso que aconteceu com Gabriel Paulista no derby Chelsea x Arsenal, vĂ¡lido pela Premier League.

JosĂ© Mourinho e Arsene Wenger, que recentemente tem sido os principais personagens desse confronto, ficaram apenas como coadjuvantes. Preciso comentar o aperto de mĂ£o entre os dois, que criaram uma relaĂ§Ă£o de (mais) Ă³dio desde que o portuguĂªs afirmou que o francĂªs era um “especialista em fracassos”. Voltando, os atores principais de mais um capĂ­tulo dessa histĂ³ria foram Diego Costa, Gabriel e o Ă¡rbitro Mike Dean.

A superioridade do Chelsea durante quase todo o jogo pouco foi mencionada. Os Blues tiveram 63% de posse de bola, 22 finalizações, sendo 7 no gol, contra apenas 9 dos Gunners, sendo 2 no alvo. Mas para os torcedores do lado vermelho, parece que as expulsões foram o Ăºnico motivo para a derrota por 2-0, alĂ©m de Diego ser um criminoso e tudo isso.

Mourinho foi preciso quando afirmou na entrevista coletiva pĂ³s-jogo que o principal requisito para ganhar clĂ¡ssicos Ă© o controle emocional. Sem isso, o jogador pode facilmente se perder e acabar prejudicando seu time. Foi o que aconteceu com Gabriel. 

“Eu acho que joguei contra o Arsenal 15 ou 16 vezes e sĂ³ uma vez eles nĂ£o reclamaram. NĂ£o sei porque, talvez seja porque eles ganharam. Todas as outras partidas eles tĂªm razões para isso. Joguei meu primeiro derby como treinador em setembro de 2000 e eu lembro das minhas palavras para os meus jogadores: ganhem o derby e tenham controle emocional. Joguei clĂ¡ssicos na Espanha, em Portugal, na Inglaterra, ItĂ¡lia, e eu sempre repito as mesmas palavras. Para ganhar derbys vocĂª precisa ter controle emocional”, afirmou o comandante Blue.

Ao entrar na pilha do hispano-brasileiro, o brasileiro perdeu a cabeça e nĂ£o contou com a orientaĂ§Ă£o de nenhum companheiro para afastĂ¡-lo da confusĂ£o. Costa se aproveitou do desequilĂ­brio, como faz desde que jogava na Espanha, provocou mais, Gabriel tentou dar um coice nele, o bandeirinha viu, Mike Dean entrou em cena e, assim, aconteceu a primeira expulsĂ£o do Arsenal. PoderĂ­amos atĂ© entrar na discussĂ£o se o centro-avante dos donos do Stamford Bridge Ă© desleal em alguns momentos, porque sim, jĂ¡ aconteceu. Mas esse nĂ£o Ă© o ponto. 

O camisa 19 Ă© aquele tipo de jogador que ou vocĂª ama ou odeia. Ama quem o tem em seu time, odeia quem nĂ£o tem. Toda partida os adversĂ¡rios tentam virar o jogo e atingi-lo com seu prĂ³prio veneno. Diego tem pavio curto, todos sabem, mas quando o brasileiro naturalizado espanhol devolve, a repercussĂ£o Ă© quase comovente. NĂ£o brinquem com o demĂ´nio, Ă© o que dizem por aĂ­.

A verdade Ă© que o Chelsea venceu por 2-0 e ganhou confiança para seguir no campeonato. Ivanovic voltou a jogar bem, Hazard teve seu brilho e deixou seu gol aos 90 minutos, FĂ bregas deu mais uma assistĂªncia – no primeiro gol, de Zouma, aos 52 – e, se Diego Costa ainda nĂ£o encontrou sua forma ideal para marcar a quantidade de gols que marcou na Ăºltima temporada, voltou a infernizar os adversĂ¡rios, buscar jogo e fazer a diferença.

Keep the Blue flag flying high! 
Luiza SĂ¡ (@luizasaribeiro)

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