A Bolívia era um adversário engasgado depois da derrota pela
Copa América. Na oportunidade, os bolivianos fizeram 3x0 no primeiro tempo e
levaram dois na etapa final (o resultado foi determinante para a eliminação
precoce), mas historicamente um freguês. Nos últimos onze jogos foram nove
vitórias equatorianas contra apenas uma derrota – justamente esta na Copa
América.
Fazer qualquer análise tática de um jogo cujo gramado estava
mais para a prática de polo aquático do que futebol seria muito cruel. Gramado,
aliás, que foi o grande adversário da noite para o Equador contra a fraca
Bolívia em um jogo que deveria ter sido adiado – estamos falando de um torneio
que vai definir os participantes da maior competição de futebol do mundo.
La Tri teve muita dificuldade para driblar a grande quantidade de água diante da Bolívia. (Foto: Terra) |
O histórico favorável e uma vitória memorável contra a
Argentina fora de casa, construíram um cenário positivo que foi confirmado com
a vitória por 2x0, ainda que o placar demonstre uma tranquilidade que não se
viu, com os dois gols saindo após os 35 minutos.
A partida, mesmo com condições péssimas para o jogo durante
os primeiros 45 minutos, esteve longe de ser ruim. O Equador teve muita vontade
e pressionou o tempo todo em busca do gol, mesmo demorando a sair.
A insistência em bolas aéreas sequer pode ser colocada como
crítica, mas sim como a oportunidade encontrada para enfrentar a grande
quantidade de água. No segundo tempo foi possível ver um melhor toque de bola e
utilização da velocidade pelos lados do campo.
O saldo das duas rodadas foi ótimo para La Tri: poucas
seleções vão vencer a Argentina fora de casa (muitas não vão conseguir fazer
isto mesmo dentro de seus domínios). São daqueles três pontos que devem fazer a
diferença lá na frente. Depois, mesmo com um gramado impraticável durante boa
parte do jogo, nova vitória e mantendo o aproveitamento em 100%.
Paredes disputa jogada: Equador precisou suar para bater a Bolívia, mas segue 100%. (Foto: Lance!) |
O torcedor equatoriano tem motivos para empolgação. A
seleção começa quebrando um tabu importante de nunca ter vencido a Argentina
fora de casa, início arrasador com seis pontos em dois jogos (não havia
conquistado essa marca mesmo em outras edições em que conseguiu a
classificação) e ainda sem Enner Valencia contundido até 2016.
O futebol apresentado também mostra variações: soube
pressionar um time mais fraco quando jogou em casa e, ao mesmo tempo, fez boa
partida jogando recuado diante de uma seleção mais forte. O grande desafio será
manter a força em casa como diferencial: na última participação foram sete
vitórias e um empate.
Em novembro a La Tricolor volta ao estádio Olímpico para
receber o Uruguai e sai contra a Venezuela buscando pelo menos mais três pontos
para confirmar o bom início.
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