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O jogo das decepções

Acho que se tem uma coisa que aprendi nesses 17 anos de vida e que detesto quando acontece, é criar expectativa de algo que no fundo, você sabe que não vai dar certo, mas seu coração fala mais alto do que a cabeça, você se deixa levar, e se dá mal com isso. Não foi diferente dessa vez. É incrível como uma vitória nos faz tão bem a ponto de acharmos que podemos ser os donos do mundo, mas uma derrota nos deixa tão mal que nos faz lembrar de coisas que poderiam ter sido diferentes se nossas atitudes fossem melhores.

Eu, como em todo jogo do Goiás esse ano, gritei, xinguei e, quando empatamos o jogo no final do primeiro, aquela expectativa de que podíamos fazer mais e vencermos veio. Até porque não era qualquer jogo. Era um jogo contra o Flamengo e, por mais que eu provoque demais os flamenguistas que eu conheço, não posso negar que é um clube enorme e que é um grande rival para 99% dos esmeraldinos. Ganhar aquele jogo, sinceramente, me deixaria nas nuvens de tanta felicidade.


Não era qualquer jogo, pena que ninguém viu isso.
Foto: Globo Esporte.
Porém, vi um segundo tempo que preferia não ter visto e, dessa vez, não gritei, não xinguei, pois eu ficava lembrando do quanto aquele jogo significava pra mim, e depois do quarto gol que sofremos, só pensei em todas as decepções que passei esse ano, não só com futebol, mas com tudo. Pensava nos jogadores também e imaginava como estava a cabeça deles ao saber que estavam decepcionando, mais uma vez, a torcida do Goiás.

Via decepções até do lado adversário. Torcida xingando e protestando de tudo quanto é canto. Não entendia o porque daquilo, mas eu só pensava que as decepções não iriam acabar por ali. Não só pra mim, mas para muitos outros. Quando a decepção vêm, a vontade de fazer algo que te deixa alegre ou de falar com alguém que você gosta, cresce, e muito, mas você sabe que isso só pode piorar as coisas. 

Eu poderia dizer que não quero criar mais expectativas de nada, mas isso é automático. Por mais que eu não queira, eu acabo criando. Por mais que eu leve pauladas toda vez, eu acabo me levantando, e daí que eu me pergunto se isso é bom, porque sei que uma hora ou outra, vou cair novamente, e a cada queda parece ser pior.

De uma coisa eu sei, no próximo jogo, contra o Coritiba, eu vou estar lá. Se ganharmos, provavelmente eu ficarei muito feliz e, provavelmente, criarei expectativa, mas pelo menos quero estar preparado pra queda dessa vez. Quero estar ciente de que, aconteça o que acontecer, vai ser o melhor pro clube em que eu escolhi amar até o último instante da minha vida.



Wagner Oliveira || @wagneroliveiraf
Linha de Fundo || @linhadefuundo

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