Faça Parte

2015 do Metrô: Mais um chopp amargo pra nossa conta

Em 22 de Janeiro, o Metropolitano completou 13 anos de vida. O ano começou com vacas magras, a promessa de um time mais simples, mais barato e mais jovem, devido ao baixo investimento, e a perca do patrocínio master, já em Julho de 2014.

Depois do fracasso, e do tombo na série D 2014, o time se viu novamente no zero. Começar tudo de novo. Montar elenco, buscar patrocínio, chamar sócios e mostrar competitividade em um dos estaduais mais equilibrados e fortes do Brasil. E claro... Buscar a vaga na série D do Campeonato Brasileiro.

Parte do elenco apresentado pra disputa do estadual. Apresentação dos uniformes. Créditos: (Sidnei Batista Assessoria/Metropolitano)
Com a permanência do técnico Pingo e comissão, e de alguns jogadores remanescentes, o Metropolitano apresentou os reforços para 2015. Entre eles, destaque para o goleiro Mauricio e o atacante Trípodi, esse último, já ídolo do clube e que faria a sua 2ª passagem pelo Verdão. Com um elenco mais jovem e barato, a promessa que a raça e a vontade supriria a técnica e a experiência dos outros times. Mas, com o fraco desempenho na pré-temporada, as dúvidas da qualidade do elenco começaram a surgir. A desconfiança aumentou, e muitos davam o time como provável rebaixado, visto que os concorrentes diretos aparentavam mais força e qualidade.

Enfim, chegou a hora da bola rolar no estadual. O objetivo, claro, chegar ao hexagonal. O campeonato era dividido em dois subgrupos: O grupo dos grandes, aqueles que usam o estadual para laboratório para o brasileirão; e o grupo dos médios, aqueles que sonham com um lugar ao sol. E era nesse grupo que o Metrô estava, junto com Atlético de Ibirama, Guarani, Inter de Lages e Marcílio Dias. Esses seriam teoricamente, os confrontos diretos, aquele pela "única" vaga dos médios no hexagonal.

Comemoração do gol contra a Chapecoense. Nosso maior público em 2015, ainda pífio. Pouco mais de 2500 pessoas no jogo. Créditos: Sidnei Batista (Assessoria/Metropolitano)
E a tabela do Metrô, reservou já nas três primeiras rodadas, três jogos diretos: Marcílio, Inter e Guarani. Três testes de fogo. E o time falhou, e muito. Empate fraco em 1x1 contra o Marcílio em casa, empate com gosto de derrota em 1x1 contra o Inter lá em Lages. E uma derrota catastrófica pro Guarani em casa, por 2x0. Com apenas dois pontos em três jogos, e com uma sequencia complicada pela frente, todos já temiam o pior. Metropolitano ser rebaixado. Mas, após a derrota, a diretoria contratou o jogador, que seria a nossa "salvação". Gustavo Sauer, meio campo da base do Joinville. Veio de empréstimo até o final do estadual. Com duas pedreiras fora de casa, contra times de serie A e B, era esperado duas derrotas verdes. Mas não, o milagre aconteceu. Fomos a Criciúma, e vencemos o Tigre por 2x1.

Na semana seguinte, fomos a Floripa, e surpreendemos o Avaí na Ressacada por 2x1 com gol salvador de Altino, nos acréscimos. Duas vitórias improváveis, mas que deu um ânimo para o elenco e torcida. Continuando na sequencia de pedreiras, o próximo adversário foi a Chapecoense, em casa. Um frustrante empate em 1x1, onde dominamos o jogo inteiro, mas levamos o gol de empate já na parte final do jogo e tínhamos um jogador a mais. Depois, clássico contra o Atlético, em Ibirama. Lugar onde nossa torcida gosta de ir. E lá, mesmo com a expulsão de Sauer ainda no 1º tempo, saímos com a vitória por 3x1 e uma festa incrível por parte da torcida.

A classificação inesperada estava próxima. E veio com a vitória sobre o Joinville, em casa. 1x0 e não estávamos apenas classificados pro hexagonal, como também tínhamos uma das três melhores campanhas da 1ª fase. Encerramos a 1ª fase, "cumprindo tabela" contra o Figueira, em Floripa. A derrota por 2x1 pôs fim a uma boa sequencia de resultados, mas que não diminuía em nada a superação do elenco. Junto com Figueira, Chape, JEC, Criciúma e Inter de Lages, fomos para o hexagonal já um pouco aliviados: A vaga na série D já estava confirmada. Agora era buscar uma vaga na Copa do Brasil, e por que não, na final do estadual?

Vitória por 3x1 em Ibirama e Classificação garantida pro Hexagonal. Nossa única alegria no ano.
Crédito do vídeo: Sidnei Batista Assessoria/Metropolitano

Mas o Hexagonal já começou errado: A diretoria, de olho na renda, aumentou o preço do ingresso. Na estreia, um bom jogo contra o Joinville fora de casa. Mas a derrota por 2x1, com os dois gols tricolores nos últimos 10 minutos de jogo, esfriou o ânimo do torcedor. No 2º jogo, em casa, contra o Criciúma uma boa vitória, 2x0. Mas um público muito baixo, pois o jogo foi as 22 horas, com ingresso caro e passando na TV pra toda cidade. A empolgação voltou, mas não por muito tempo. No domingo seguinte, contra o Figueira, em casa, Sauer se machucou depois de uma entrada dura de França, "jogador" alvinegro. Sem o nosso principal jogador, e totalmente perdido, fomos goleados por 4x0 em casa. O time sentiu. E muito. Derrotas pra Chapecoense e Inter, mostrou que o time perdeu o gás. Com estádio vazio, perdemos ainda pra Chapecoense, Figueirense e Criciúma no returno do hexagonal. Conseguimos apenas dois pontos. Inter em Lages e Joinville em casa. E assim terminou, mais uma vez, o sonho de um título ou até mesmo uma Copa do Brasil. Com uma campanha de 1V, 2E e 7D, terminamos na 5ª colocação do estadual, a frente no saldo de gols do Criciúma. A impressão que ficou, é que tivemos apenas aqueles 4-5 jogos bons que nos levaram ao hexagonal. Sem aqueles jogos, certamente seríamos rebaixados.

Metropolitano apresenta o 3º uniforme na única vitória no Hexagonal. Uniforme que relembra os nossos dias em terras europeias em 2007. Pode se tornar nosso uniforme padrão. Créditos: Sidnei Batista(Assessoria/Metropolitano)
Após o estadual, no intervalo de três meses até a série D, o que entrou em campo foram os bastidores.

Em épocas de eleições pra nova diretoria, as especulações foram três: Quem assumiria o cargo de presidente? Quem investiria no time? O Metrô vai mesmo jogar a série D?

Pois bem, foi cogitada (e até confirmada por alguns) a desistência da Série D por motivos financeiros. Além de ter a folha baixa, sem um patrocinador fixo, pouca renda no estadual e ainda construindo o nosso CT, não seria novidade a desistência. Mas, no dia da eleição, mesmo negando que seria presidente, Ivan Kuhnen foi eleito presidente. Mas com uma condição: Que fosse formada uma comissão de empresários, onde estes fossem atrás de dinheiro para o clube. O combinado foi 10 empresários com $20 mil cada, totalizando $200 mil por mês para ajudar o time a formar um time forte na Série D. Prometido isso, Ivan assumiu como presidente e prometeu levar o time para a série C do Brasil.

Ivan Kuhnen(esq) e Vadinho foram eleitos presidente e Vice presidente do Metrô. Créditos: Sidnei Batista (Assessoria/Metropolitano)
SÉRIE D

A principal meta do clube no ano era o acesso para a série C. E pra já animar a torcida, a diretoria anunciou o 1º reforço: Lima, maior artilheiro da história do Joinville e grande expectativa sobre ele. Após ele, muitos jogadores com experiência e reconhecimento nacional foram apresentados. O mais conhecido, Joílson, meio campo ex Botafogo e São Paulo e Rafael Córdova, goleiro com vários grandes clubes na carreira. Com um elenco teoricamente forte, o Metropolitano tinha tudo para entrar forte na briga pelo acesso. A boa e adiantada pré-temporada animaram a torcida, e se viu uma qualidade muito melhor em relação ao elenco do estadual. A empolgação estava grande, pois o que se via era um time mais entrosado, mais focado e mais experiente. A expectativa pelo início da Série D estava alta. Os adversários foram conhecidos: Lajeadense- RS, um velho conhecido; Volta Redonda-RJ, tradicional time do interior carioca; São Caetano- SP, um time que chegou a ser vice-campeão da Liberta e do brasileirão e o Foz do Iguaçu- PR, um novato no cenário nacional.

Apresentação do elenco e comissão para a Série D. Muita badalação para pouco futebol. (Créditos: Sidnei Batista/Assessoria Metropolitano)
A estreia, já na 2ª rodada, mostrava que esse grupo seria difícil. E o Metrô parece ter entrado em ritmo de férias. Jogo muito ruim, time desencaixado e goleiro brilhando. No final, uma ducha de água fria: Derrota por 1x0 no interior gaúcho.

Com a má atuação e a derrota, o Metrô teve uma semana difícil e tensa, principalmente porque iria encarar algo novo no jogo seguinte: Jogar longe de casa e com portões fechados, devido a uma punição que o clube sofreu no jogo diante da Tombense, pela série D 2014. Eram dois jogos de punição. O estádio escolhido para jogar foi o Orlando Scarpelli. Lá, tivemos a 1º vitória na série D, 2x1 de virada contra o Volta Redonda. Na rodada seguinte, derrota para o São Caetano por 3x2, também no Scarpelli, com falhas bisonhas da defesa. Com três pontos em três jogos, a pressão aumentou, principalmente pelo péssimo futebol apresentado. Mas a esperança de uma classificação estava lá em Foz do Iguaçu. O adversário, até então com três derrotas, dispensou quase todo o elenco, que estava há três meses sem receber salários. Iam jogar o resto da série D com o time sub18 (vulgo time Júnior). A vitória virou obrigação. Até jogamos melhor os primeiros 30 minutos de jogo. Mas depois fomos dominados pelo time sub18 do Foz, e conseguimos a proeza de perder para eles. 2x0, com uma atuação patética no 2º tempo.

Após o jogo, foi anunciada a demissão do técnico Pingo. Com pouco tempo de preparação, e já com poucas chances de classificação, o Metrô trouxe o velho conhecido, e sempre presente César Paulista. Um dos responsáveis pela categoria de base e também de trazer e observar jogadores para o elenco principal. Mas o sonho do acesso tava indo para o buraco, ainda mais com uma nova derrota pro São Caetano, 3x1. Depois, um tropeço inadmissível com o Foz, já jogando em Blumenau, em 2x2 com um público pífio. Já eliminado, era hora de cumprir tabela. Jogando no Rio de Janeiro, vencemos o Volta Redonda por 1x0. Na despedida dos campos em 2015, jogo fraco, público fraco, placar zerado contra o Lajeadense, no SESI. Fim de linha pro Metrô na série D, na sua pior campanha nesta divisão: 2V, 2E e 4D 8GP 12GC. O que era pra ser o melhor time (e mais forte!!) do Metrô, virou a maior decepção verde. Panelinhas, invejas? Ninguém sabe, somente o "elenco" e comissão técnica pra responder. Toda estrutura e conforto foram oferecidos a eles. Mas o maior prejudicado, novamente foi o Metropolitano, a torcida e a cidade.

Uma das tantas decepções do ano: Empate contra o Foz17 em casa. Crédito: Sidnei Batista Assessoria/Metropolitano
Depois da vergonhosa campanha, novamente quem entrou em destaque foram os bastidores: Uma limpa foi feita na diretoria, inclusive o presidente, Ivan Kuhnen pediu para entregar o cargo, já que o prometido não foi cumprido: Os empresários que iam buscar recursos pra ajudar o Metrô na D, não entregaram esses recursos. Mas, quem então assumiria o time? No dia das novas eleições, sem uma chapa se quer, foi montado então, um comitê gestor do Metropolitano: 10 diretores e empresários passaram a comandar o Metropolitano, ainda sendo Ivan o principal. Com esse comitê formado, eles passaram a se reunir semanalmente, para planejar o futuro do Metropolitano, e o ano de 2016.

Os novos "chefões" do Metrô. Inovação na presidência. Créditos: Sidnei Batista(Assessoria/Metropolitano)
Em Novembro, o Metropolitano foi pego de surpresa, desagradável: Não poderia jogar o estadual de 2016 no SESI, visto que o mesmo vai ser reformado para ser um possível centro de treinamentos para as Olimpíadas no Rio2016. Sem o SESI, a diretoria correu para encontrar outro estádio, com condições para receber o estadual. O escolhido foi o estádio João Marcatto, do Juventus em Jaraguá do Sul, já que era a única opção que não precisaria de reformas e não tinha problemas com laudos e afins. A distância de 70 km entre Blumenau e Jaraguá, afastará a torcida, ainda mais depois de um ano fraco como foi 2015. Mas o Metropolitano já sabe como é jogar fora de Blumenau, e vai ter que superar mais esse obstáculo. Isso que da, depender de um estádio privado, e uma cidade que não possui um estádio municipal. Já está mais do que na hora, do nosso estádio (ou o municipal) sair do papel, e nos livrar de vez do SESI, que sempre dificulta a vida do Metrô.

A nova Casa Verde: Distância será um obstáculo difícil de se quebrar. Créditos: (Avante/GE Juventus)
A primeira grande "contratação" foi Paulo Pelaípe, conhecido gerente de futebol, com passagens por Grêmio e Flamengo. Mas não durou nem um dia. Pelaípe pediu um valor inviável e acima do que o clube poderia oferecer para montar um elenco forte para o estadual. Não desanimaram, e logo trouxeram outro conhecido gerente: Sidnei Loureiro, responsável por levar o Botafogo a Libertadores 2014. Ele chegou, já fazendo promessas de acessos e time forte. Já no primeiro anúncio, um impacto forte: Valdir Espinosa, técnico campeão do mundo com o Grêmio em 1983 foi anunciado como técnico. Um ótimo técnico, um dos mais experientes do país, mas que volta a treinar depois de um longo tempo: Seu último trabalho foi no Duque de Caxias, em 2011. Mas, quem conhece, nunca esquece.

Valdir Espinosa( Acima) e Sidnei Loureiro foram apresentados no Metropolitano. Créditos das Fotos: Sidnei Batista (Assessoria/Metropolitano)                  
Que 2016, seja, enfim o nosso ano. Que 2016, a gente supere cada obstáculo, e que vença cada objetivo. Que 2016 seja o nosso empurrão para crescermos a nível nacional. Que 2016, seja um ano VERDE.

Sendo em Blumenau, ou Jaraguá do Sul, VOU COM ELE ATÉ O FIM!

Postar um comentário

1 Comentários

  1. Boa retrospectiva. Parabéns, Frederico!
    Vamos retomar nossas energias nesta virada de ano, torcer pela união do grupo de jogadores (o que faltou em 2015). A experiência e competência do Sidnei na gestão, e principalmente do Espinosa na formação e treinamento do time podem ser o que nos faltavam para alcançar os objetivos do Metropolitano. Vamos torcer! Abraço e Boas Festas.
    Hélio

    ResponderExcluir