O ano de 2015
para o Goiás se resume em apenas uma palavra: "fracasso". Um clube que não teve planejamento, vontade,
ambição, garra, amor à camisa, que decepcionou e jogou contra a vontade do
torcedor. Fez de tudo para ter um ano manchado. Esse foi o Goiás, e por mais
que doa escrever um texto sobre retrospectiva depois de uma temporada
detestável como essa, é necessário para podermos enxergar os principais erros e
sabem em quem devemos confiar.
A expressão do torcedor mostra bem o que foi o ano de 2015 para o Goiás. Foto: Esportes Terra |
Pré-temporada:
O ano de 2014
teria sido um ano complicado para a equipe esmeraldina, então, o presidente
Sérgio Rassi queria fazer um planejamento maior para 2015. Primeiramente,
confirmou a saída do diretor de futebol, Marcelo Segurado, o que talvez tenha
sido o primeiro erro do clube esmeraldino, e piorando a situação ao colocar o
ex-goleiro Harlei para assumir o posto, que tinha acabado de se aposentar e não
tinha nenhuma experiência na área. Após isso, o presidente quis tentar manter o
treinador Ricardo Drubscky, que tirou leite de pedra do time do Goiás no ano
passado, evitando o rebaixamento, mas Drubscky não gostou do projeto e acabou
deixando o time.
Após isso, era
necessário um treinador novo. O Goiás foi procurar no seu rival e trouxe Wagner
Lopes, que quase subiu de divisão com o Atlético Goianiense disputando uma
Série B de Campeonato Brasileiro. Bom nome, mas arriscado. E as primeiras
contratações não estavam agradando: zagueiro Júnior Lopes, laterais Diogo
Barbosa e Bocão, atacantes Ruan e Bruno Henrique e o retorno do meia Felipe
Menezes, além de uma aposta ferrenha nos jogadores da base. Por mais que a
diretoria colocasse confiança no elenco, a torcida continuava com muito receio
na direção e também no elenco que estava sendo montado.
Coletiva de Sérgio Rassi, Harlei e o treinador Wagner Lopes no começo do ano. Foto: Globo Esporte |
Campeonato Goiano:
As
preocupações começaram logo na primeira partida. Um empate sofrido contra o
Trindade jogando em casa deixou a torcida preocupada e as críticas começaram a
crescer. As vitórias começaram a vir depois disso, mas o Goiás seguia com uma
média de público muito baixa, até pelo nível técnico do Goianão, que estava
péssimo. Nem as vitórias em cima do Atlético Goianiense nos dois clássicos
disputados agradaram tanto. O campeonato era ruim e todos nós sabíamos disso,
mas o trabalho de Wagner Lopes era até satisfatório, pois as vitórias estavam
vindo normalmente, mesmo sem uma apresentação de gala.
Goiás vence os dois clássicos contra o Atlético Goianiense no Goianão. Foto: Globo Esporte. |
Mas as
vitórias não estavam satisfazendo a diretoria, que ao invés de ver que o elenco
estava fraco, resolveram colocar a culpa no treinador Wagner Lopes e o
demitiram, contratando assim, o velho conhecido do clube, Hélio dos Anjos. Um
dos treinadores mais ultrapassados e encrenqueiros desse país estava retornando
ao Goiás.
No início,
tudo estava dando certo, mas era esperado, pois era o Campeonato Goiano mais
fraco da história. Nas semifinais, eliminamos o Goianésia vencendo os dois
jogos e na final, batemos a Aparecidense no primeiro jogo, para que no segundo
jogo, bastasse um simples empate para levantarmos a taça de campeão goiano pela
25ª vez. Foi o que aconteceu, diante de um público de 38 mil pagantes. Detalhe
que a torcida estava tão desanimada, que só foi para o jogo por causa da
promoção dos palitos de picolé, mas o título veio mesmo assim.
Único momento de felicidade: Goiás é campeão goiano de 2015. Foto: Globo Esporte. |
Copa do Brasil:
A campanha na
Copa do Brasil não foi nada agradável. Ficou explicito o quanto éramos ruins e
o quanto iríamos sofrer no ano no restante das competições. O primeiro jogo
ocorreu contra o Santo André, ainda no comando de Wagner Lopes, que venceu os
dois jogos por um a zero, mas logo após sua demissão, Hélio dos Anjos assumiu o
Goiás e na primeira partida contra o Independente-PA, perdemos por um a zero.
Nessa época, eu disse uma coisa que virou verdade: "O pesadelo começou em
Tucuruí", e não deu outra. O Goianão tinha acabado, e daí só iria sofrer
com derrotas.
No segundo
jogo, todo mundo achava que iria ser uma parada fácil, mas não foi. Até que
vendo apenas o resultado, podia parecer isso, mas assistindo ele por inteiro,
vimos à dificuldade e a falta de qualidade do elenco do Goiás. A vitória por
três a zero veio só no final, mas o mico maior veio na terceira fase, quando
fomos atropelados pelo Ituano no primeiro jogo graças à retranca desnecessária
de Hélio dos Anjos, e mesmo vencendo o segundo jogo, acabamos sendo eliminados.
Era a primeira vergonha de 2015.
Ituano atropela o Goiás na Copa do Brasil. Foto: sobreisso.com |
Copa Sul-Americana:
Talvez, uma
das maiores decepções do Goiás no ano, além do rebaixamento no Brasileirão, foi
a Copa Sul-Americana. O time entrou empolgado na competição com o técnico
Julinho Camargo, que depois de muitas rodadas no Brasileirão, conseguiu algumas
vitórias, mas infelizmente, isso não se repetiu na competição internacional. O
Goiás pegou o time mais fraco de todos, que se classificou pela Copa Verde: o
Brasília. Classificação garantida? Não mesmo.
Brasília cresce na frente do Goiás e tira ele da Sul-Americana. Foto: Fox Sports |
No primeiro
jogo, em um gramado horrível e jogando com o time reserva, não saímos do zero a
zero em um jogo entediante. No segundo jogo, a vaga poderia vir facilmente, mas
o time fez corpo mole e aconteceu o inesperado (ou não): o Brasília venceu por
dois a zero e eliminou o Goiás. Foi à noite mais decepcionante para toda a
torcida esmeraldina e a desanimação voltou a reinar.
Campeonato Brasileiro:
O Goiás venceu o Palmeiras na Allianz Arena e empolgou no começo do campeonato. Foto: Globo Esporte. |
As primeiras
rodadas para o Goiás não foram muito decepcionantes. No comando de Hélio dos
Anjos, o Goiás pontuou nas primeiras rodadas e até chegou a dormir nas
primeiras posições, mas é claro, com Hélio dos Anjos, isso tem um prazo. O
Goiás perdeu para o Sport e Avaí, e assim, começou uma série de derrotas no
campeonato, e depois da derrota para o Joinville, Hélio deixou o clube. O
interino Augusto assumiu e tentou dar uma melhorada na equipe, retornando até o
garoto Erik para o time titular. Hélio dos Anjos havia sacado ele do time em
mais uma de suas "birras".
Com Augusto, o Goiás conseguiu uma vitória importante contra o Santos, mas eis
que chegou o Julinho Camargo quando todos esperavam Falcão, mas o Goiás usou a
mesma desculpa do "salário muito
alto".
O "pequeno Hulk" esmeraldino nas arquibancadas do Serra Dourada. Foto: Globo Esporte. |
O Goiás era um
"pequeno Hulk" no
campeonato. Queria passar medo, mas era pequeno demais em campo. Com Julinho
Camargo, perdemos para Cruzeiro, Internacional, Flamengo, empatamos com
Coritiba e Chapecoense, e só no jogo contra o São Paulo, vencemos o jogo em um
show de toda a equipe. O Goiás parecia empolgado para ressurgir no segundo
turno, e trouxe Zé Love como a esperança de salvar o Goiás. Em sua primeira
partida, fez gol de bicicleta e afundou o Vasco na lanterna em um jogo cheio de
emoções.
Zé Love, a promessa que ficou só na promessa. Foto: Globo Esporte. |
Mas foi só
aquilo e fim. Depois disso, nenhuma partida satisfatória do atacante.
Conseguimos vitórias importantes em cima de Palmeiras e Sport, mas depois da
derrota para a Ponte Preta em casa, Sérgio Rassi se enfureceu com Julinho Camargo
e o demitiu. Na partida contra o Joinville, vencemos tranquilamente por três a
zero, mas era a equipe mais fraca de todo o campeonato, porém, o maior desastre
do Goiás na temporada veio quando Hailé Pinheiro se intrometeu e contratou
Artur Neto para ser treinador e destruir a equipe por completo.
Artur Neto foi o pior treinador que passou pelo Goiás em 2015. Foto: Site Oficial do Goiás Esporte Clube. |
Com Artur
Neto, foram quatro jogos e quatro derrotas, a mais difícil de engolir foi à
contra o Figueirense na qual o técnico discutiu por causa de um pênalti que ele
não queria que Zé Love batesse e assim, criou uma racha no elenco. Depois de
sua demissão, a diretoria que já havia "aceitado" o rebaixamento, nem se interessou em contratar um
novo técnico e colocou Danny Sérgio no lugar, que tentou fazer o possível para
salvar o Goiás, mas a equipe era fraca demais. Com Danny, o Goiás perdeu para o
Cruzeiro, venceu o Inter, perdeu para o Flamengo, e no jogo decisivo contra o
Coritiba, foi derrotado em casa e praticamente deu adeus à Série A. Conseguiu
um empate com o Atlético Mineiro e uma vitória com a Chapecoense, chegando à
última rodada com chances de permanência, mas acabou perdendo para o São Paulo
e foi rebaixado.
Goiás nem faz sua parte contra o São Paulo e se despede da Série A. Foto: ESPN |
Depois de um
ano desastroso, Sérgio Rassi bateu o martelo e vai procurar profissionalizar o
Goiás. Demitiu Harlei de um lugar onde ele nem deveria ter ido, e trouxe Enderson
Moreira de volta, mas sabemos que ele ainda vai ter um duro caminho pela frente
e um mau-caráter sem noção como o Hailé Pinheiro para enfrentar. De qualquer
forma, fica a minha torcida para que no próximo ano, eu possa fazer uma
retrospectiva com um sorriso no rosto.
VOLTAREMOS!
1 Comentários
Parabens wag, sintetizou o desastroso ano do verdao.. O pior que ja vi, mas voltaremos!
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