O ano de 2015,
sem dúvidas, foi um ano atípico para o Joinville Esporte Clube. O tricolor do
norte catarinense começou a temporada com esperança e projetos, conquistou o
título estadual, entrou em uma polêmica - que ainda vai render - foi muito mal
na janela de transferências e terminou o ano na lanterna do Brasileirão,
juntando os cacos para a próxima temporada. Vamos relembrar o ano de 2015 do
JEC!
O INÍCIO DA TEMPORADA:
Um ano com
tudo para ser o melhor ano da história do JEC, foi um verdadeiro desastre, mas
não desde o início. O Joinville iniciou o ano com a cidade em festa: acesso à
elite do futebol brasileiro com direito a título, derrubando o favoritismo do
Vasco da Gama, que era o mais cotado a ser o campeão da competição.
A Série B
conquistada pelo tricolor em 2014, animou a cidade toda e trouxe a esperança de
uma boa temporada. O JEC conseguiu manter uma parte da base campeã para o
Campeonato Catarinense (alguns jogadores eram emprestados e retornaram aos seus
clubes) e reforçou os setores que sofreu com a perda de atletas.
CAMPEONATO CATARINENSE:
O campeão da
Série B de 2014 foi a campo na estreia, em casa, contra um de seus maiores
rivais: o Avaí. O JEC abriu dois gols de vantagem e acabou cedendo o empate.
Normal? Não. Mas é compreensível... Os jogadores tiveram uma temporada
brilhante no ano anterior, conquistaram o título mais importante da história do
clube e estavam voltando de férias. Na 2ª rodada, um novo empate contra o fraco
Atlético Ibirama, no mínimo, inaceitável pra uma equipe que disputaria a elite
do futebol brasileiro.
Na 3ª rodada,
uma vitória magra sobre o Marcílio Dias, "espantou" o empate - mas não por muito tempo. Um empate na
quarta rodada, fez com que o tricolor entrasse numa turbulência. O JEC visitou
o Inter de Lages, empatou a partida e houve uma desavença entre o goleiro Ivan
e o treinador Hemerson Maria. O ex-treinador do JEC, resolveu colocar o ídolo
no banco na rodada seguinte, o goleiro rejeitou, e pronto: a 1ª polêmica no ano
e o goleiro teve seu contrato rescindido. O campeonato Catarinense seguiu e o
Joinville não fez uma campanha tão boa quanto deveria, mas conseguiu uma
classificação no hexagonal final na 6ª colocação junto com Chapecoense,
Figueirense, Metropolitano, Criciúma e Inter de Lages (respectivamente).
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Goleiro Ivan em um dos seus jogos pelo JEC |
Ao final do
estadual, o JEC conseguiu se superar e se sagrou Campeão Catarinense em cima do
Figueirense dentro de campo, mas a decisão não foi exatamente ali. O alvinegro
da capital catarinense resolveu recorrer aos tribunais (No tapetão? Que
feio...) alegando uma irregularidade no contrato de André Krobel (lateral
direito da base do JEC), que havia sido relacionado para uma partida, mas não
chegou a atuar. A Federação Catarinense de Futebol (FCF) não soube resolver e a
situação foi parar na CBF. JEC campeão em campo, Figueirense no tribunal. Mas o
título no tribunal que foi para o papel. E foi a 2ª polêmica no ano.
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O elenco tricolor levantou a taça e comemorou o título conquistado em campo |
COPA DO BRASIL:
Quando a fase
é ruim, nada colabora. Na Copa do Brasil 2015, o Joinville foi eliminado logo
na primeira fase da competição.
O confronto
entre paulistas e catarinenses, foi melhor para os paulistas. No jogo de ida,
no Novelli Júnior, o Ituano venceu por 3x0. Já no jogo de volta, na Arena
Joinville, o JEC venceu por 1x0, mas não foi o suficiente para avançar na Copa
do Brasil.
CAMPEONATO BRASILEIRO:
Após 28 anos,
o Joinville Esporte Clube retornou à elite do futebol brasileiro e foi ao
Maracanã - o maior palco do futebol mundial - visitar o Fluminense. O tricolor
catarinense teve Naldo expulso logo aos 20 minutos da etapa inicial, mas
conseguiu segurar a pressão do tricolor carioca até os acréscimos da etapa
final, que foi quando Vinícius acertou um belo chute sem chances para o goleiro
Oliveira, que havia sido o melhor jogador em campo daquela partida. Na segunda
rodada, um empate contra o Palmeiras, e na terceira, um passeio do São Paulo no
Morumbi. Nessa situação, o JEC se encontrava na lanterna da competição com
apenas um ponto somado.
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Fred e Guti disputando a posse de bola |
Nas rodadas
seguintes, as derrotas para Atlético Paranaense e Chapecoense, derrubaram
Hemerson Maria do comando tricolor. Adilson Batista chegou e rebaixou o JEC.
Ué!? Na 5ª rodada? Sim! Na 5ª rodada... No papel, o Joinville tinha uma boa
equipe e só faltava alguém para fazer o ataque funcionar e o time se encaixar.
Adilson Batista, que veio para ser o cara que solucionaria os problemas, só os
aumentou. Com a janela de transferências aberta, o superintendente de futebol,
César Sampaio, deu "carta branca"
para Adilson fazer o que bem entendesse com o elenco. E foi aí que o Adilson
nos rebaixou!
Oliveira, que
vinha em boa fase, foi substituído por Agenor - que deu conta do recado. Bruno
Aguiar, até então, capitão e titular absoluto, foi barrado. Suéliton, melhor
lateral direito do campeonato estadual e Jael, artilheiro da conquista da série
B, voltando de lesão, dispensados. Não foi só isso, mas as principais besteiras
iniciais foram essas. Dias depois, o JEC começou a contratar a pedido de
Adilson Batista. A torcida não "comprou
o peixe"
do Adilson, que trouxe atletas por amizade e transformou o clube, numa
panelinha dele. Os jogadores contestados pela torcida e até pela imprensa,
foram mantidos até o último dia de Adilson Batista no clube.
Com a situação
insustentável, Adilson Batista foi demitido junto com Cesar Sampaio
(superintendente de futebol) após 10 jogos, seis derrotas, dois empates e duas
vitórias, com um aproveitamento de apenas 26,6%. O JEC já não podia contratar mais
jogadores da série A, e o Adilson montou um elenco de amigos dele com jogadores
como Fabrício e Douglas Silva, que foram liberados pelo Vasco da Gama sem
dificuldades. O novo nome anunciado para tentar salvar o JEC, foi o de PC
Gusmão como treinador e João Carlos Maringá, ídolo da torcida no passado, para
superintendente de futebol. O carioca conquistou o respeito da torcida,
recuperou a garra do Coelho e fez o que pode com o que tinha no elenco.
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PC Gusmão foi o homem que (quase) salvou o JEC do rebaixamento |
Antes do PC
Gusmão, o Joinville já havia feito 35 contratações e dessas, 21 não foram úteis
(a maioria já saiu do clube antes do fim do campeonato) e algumas outras foram
contestadas. Mesmo com essa dificuldade, PC Gusmão fez o que pode, ele sentiu o
JEC e a torcida sentiu isso. O esforço do comandante tricolor quase deu certo,
mas não foi suficiente graças aos erros anteriores e o coelho foi rebaixado com
duas rodadas de antecedência após a derrota de 2x1 para o Vasco da Gama. Mesmo
com o rebaixamento, o treinador teve seu contrato renovado devido ao desempenho
que teve no comando do tricolor.
TORCIDA:
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Torcida do JEC lotando a Arena Joinville |
Em campo, o
JEC fez feio, mas nas arquibancadas, deu show. A torcida do Joinville foi fiel
ao tricolor até o último lance do último jogo do Campeonato Brasileiro. Mesmo
com a pífia atuação do tricolor catarinense, a torcida não deixou de comparecer
nos jogos em casa e fora de casa. Como exemplo disso, temos a estreia contra o
Fluminense, encheu o setor destinado ao JEC no Maracanã.
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Capa de divulgação do jornal 1976 |
Um dos
destaques na torcida foi o grupo Sou JEC. Durante toda a temporada 2015, mesmo
sem ajuda financeira do clube, o grupo se mostrou disposto a incentivar o
Joinville e conseguiu mobilizar uma grande parte de seus seguidores a aderirem
às campanhas lançadas. O Sou JEC distribuiu um tipo de jornal com materiais
exclusivos sobre o JEC, o 1976 - em alusão ao ano de fundação do Joinville
Esporte Clube. O grupo lançou também a campanha Sou JEC Até o Fim, que foi
adotado pelo perfil oficial do clube e a campanha VoltAremos como forma de
incentivo ao clube para retornar à série A na próxima temporada.
- Campanha "Sou JEC Até O Fim": A campanha foi divulgada com o seguinte texto:
“Eu vou ao próximo jogo, e depois ao próximo,
e ao próximo. Porque o amor que sinto por você, JEC é maior do que qualquer
derrota e está acima de qualquer divisão. Sim, eu sei que não estamos passando
por um bom momento, mas também sei que eu faço parte da torcida mais apaixonada
de Santa Catarina e não é agora que vamos desistir. Sempre estarei com você,
Joinville.
Chegamos à série A juntos, e juntos vamos até o fim!”
Nós, do Sou
JEC, lançamos hoje a campanha de incentivo “#SouJECAtéOFim”. Nossa ideia é usar
a força das redes sociais para mostrar que a torcida está junto com o time até
nos momentos mais difíceis.
Se você quiser
colaborar, pode gravar um vídeo ou fazer uma foto de incentivo, e publicar nas
suas redes sociais usando a hashtag #SouJECAtéOFim. Vamos fazer um compilado e
pretendemos que esse material chegue até os jogadores.
- Campanha "VoltAremos": A campanha foi divulgada com o seguinte texto:
"Um time que representa uma cidade, a nossa
cidade. As nossas cores nos destacam em meio à multidão, o preto e branco da
zona sul, o vermelho da zona norte. Vamos mostrar para todos que aqui nós
levamos a serio o ato de torcer. Não é agora que vamos desistir.
Propomos a todos os torcedores irem com o rosto
pintado no próximo jogo do tricolor na Arena. Este será um ato que mostrará que
#voltAremos
e que não iremos abandonar o NOSSO time, o time da NOSSA cidade, o time que NOS
representa.
Podem nos tirar a Série A, mas não nos tirarão o amor
que sentimos pelo nosso tricolor. #SouJECAtéOFim"
O Sou JEC
também pode ser encontrado no facebook através do endereço:
A BARCA E AS PREPARAÇÕES PARA UM 2016 DIFERENTE:
A primeira barca já partiu, e
nela foram os jogadores Arnaldo, Dankler, Geandro, Lucas Crispim, Marcelo Costa,
Bruno Furlan, Marion e Willian Henrique. Diego Felipe e Diones chegaram e Bruno
Aguiar teve o seu contrato renovado por mais duas temporadas. Domingues foi
para o Novorizontino, Marcelinho Paraíba foi para o Oeste. Anselmo e William
Popp receberam propostas de clubes europeus e podem não ficar no Joinville para
a temporada 2016. Na situação atual, o elenco que iniciará a temporada de 2016
é o seguinte:
Goleiros: Agenor, Matheus e Jhonatan;
Laterais: Mário Sérgio, Héracles, Edson
Ratinho e Diego;
Zagueiros: Bruno Aguiar, Guti e Danrlei;
Volantes: Diones, Anselmo, Naldo, Kadu e
Luiz Meneses;
Meias: Luiz Júnior, Gustavo Sauer, Ítalo e Willian Popp.
Atacantes: Rafael Furlan, Fernando Viana,
Welinton Júnior, Mariano Trípodi e Mateus Silva.
Segundo João Carlos Maringá, o
Joinville deve contratar, aproximadamente, mais 12 atletas na próxima
temporada. Que o JEC de 2016 não cometa os mesmos erros de 2015 e volte a
trazer muitas alegrias a todos os seus torcedores!
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