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Vencemos, mas precisamos ter paciência


Um Guerrero feliz é um Flamengo feliz. Quem diria que o rubro-negro sairia com uma boa vitória de Belo Horizonte na noite de ontem? Contra o Atlético-MG – desfalcado, mas que ainda contava com peças importantes e a base do ano passado –. Fora de casa, o Mais Querido sofreu, mas se organizou e dominou no segundo tempo, marcando dois gols e levando os três pontos.

Sim, o Flamengo fez uma pré-temporada fraca. Contra Ceará e Santa Cruz, o rubro-negro não conseguiu convencer que começaria bem o ano. Tivemos dois times: o titular, que foi mal no primeiro e bem no segundo amistoso; e o reserva, que fez exatamente o oposto. Os adversários eram difíceis? Claro. Mas, olhando mais a frente, estava uma equipe que dá trabalho há muito tempo.

Antes de analisar o jogo, é importante exaltar uma questão que fez muita diferença e já mostra uma evolução no Flamengo. Já estávamos vendo Muricy insistir que a maior preocupação dele é com a parte física e o número de lesões do ano passado. Pois bem, pensando nisso clube e treinador trabalharam em conjunto, organizaram uma comissão técnica especializada na área, contrataram a EXOS, empresa referência no assunto, e já mostram, desde a pré-temporada, que o trabalho está a todo vapor. Ontem, todos os atletas usavam o Catapult, equipamento individual de monitoramento em tempo real utilizado para aprimorar a performance dos jogadores. O primeiro golaço da diretoria.


Agora vamos por partes. O primeiro tempo foi péssimo, isso é fato. A equipe estava perdida, o meio-campo não criava e não defendia, Guerrero não recebia nenhuma bola e tinha jogador andando em campo, parecendo que nem no jogo estava. Porém, é importante lembrar que o Flamengo passou esses terríveis 45 minutos sem levar gols, o que foi, além de sorte pelo Atlético não finalizar direito, mérito da defesa, que teve, por exemplo, Paulo Victor pegando um chute muito difícil e Gabriel tirando a bola em cima da linha.

O que quer que Muricy Ramalho tenha falado – e deve ter dito muita coisa, pois ele já gritava na beira do campo antes – funcionou e o Mais Querido voltou com outra postura. O Atlético-MG não conseguiu acompanhar o ritmo, cansou e foi totalmente dominado pelo rubro-negro. O visitante teve muitas oportunidades, mas faltava alguma coisa. Foi aí que ter um treinador inteligente fez a diferença. Muricy sacou Gabriel e mandou Marcelo Cirino para o jogo. Depois disso, amigo, foi só alegria.

Cirino renasceu no comando de Muricy. Aquele jogador que entraria e faria a diferença que era esperado no ano passado, finalmente, resolveu aparecer. O – quase novo – camisa sete entrou aos 18 minutos e aos 22’ recebeu uma ótima bola de Guerrero, avançou o campo e tocou de volta para o peruano. Cinco meses e muitos erros depois, Paolo Guerrero voltou a marcar, aliviando seu coração, o de seus companheiros e o da Nação.

Depois, o Fla continuou ditando o ritmo da partida e foi segurando o resultado, o que já era esperado. Porém, Guerrero não podia deixar o Mineirão sem chutar a má fase para longe, pelo menos por agora. Emerson Sheik, que foi muito mal no primeiro tempo e reagiu no segundo, fez passe longo aos 43’ e o peruano, sem pensar demais, colocou a bola no canto, marcando o 2x0 e fechando o placar.


Vencemos e não podemos tirar nosso mérito do resultado. Porém, ainda não é a hora do famoso “empolgou”. Muricy falou exatamente sobre isso na coletiva. Melhoramos? Certamente. Mas a temporada começou agora. O Flamengo ainda não pôde contar com algumas peças, o time ainda está em formação. Claro, erramos e precisamos identificar cada problema para que eles possam ser resolvidos. Mas nem tudo é ruim. Acertamos mais passes, a parte física não pesou e conseguimos vencer, fora de casa, um time tão forte.

Como disse o treinador, “estamos no caminho, mas é cedo para se empolgar”. Com calma e trabalho, podemos alcançar objetivos maiores.

Mariana Sá | @imastargirl fla

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