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Nova moral, velho roteiro

O Palmeiras tomou um banho nesta tarde de domingo (28) diante da Ferroviária, no Allianz Parque. O banho, porém, não foi apenas da forte chuva que veio do céu paulistano, mas principalmente o "banho de bola" que o time de Marcelo Oliveira tomou dos visitantes. 

O bom futebol do time de Araraquara não é mais segredo para ninguém, especialmente depois do jogo contra o Corinthians. A pontuação da Ferroviária hoje é a segunda maior do campeonato e não é mero acaso - perde apenas para o próprio Corinthians, com 17. 

Ferroviária vence Palmeiras no Palestra
Ferroviária voltou a jogar bem neste domingo.
(Foto: Futebol Interior)
Mesmo assim, Marcelo Oliveira pareceu não se importar com o bom retrospecto do rival e preferiu acreditar que a moral erguida em cima de erros na última quinta-feira seria suficiente para bater um dos melhores times do campeonato. Errou.

Apesar de tudo, o começo não foi ruim. Jean bateu cruzado e Alecsandro quase marcou o primeiro. Logo depois, Zé Roberto apareceu bem, rolou para trás e Robinho obrigou o goleiro Rodolfo a uma defesa incrível.

Gabriel Jesus disputa pelo alto: Verdão voltou a abusar do chutão.
(Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
Aos poucos, porém, o time voltou a mostrar os mesmos erros de sempre e o roteiro voltou a se repetir: muito chutão e uma marcação absolutamente perdida. O time de Araraquara chegou a ter uma posse de bola à la Barcelona no primeiro tempo. O Palmeiras simplesmente insistia em uma bola longa que não dava em nenhum resultado e, insistindo em uma opção manjada, devolvia a bola constantemente para a Ferroviária.

Apesar de criar pouco, a Ferroviária tocava a bola com muita propriedade e tentava, com paciência, envolver a bagunçada defesa alviverde - uma tarefa relativamente simples, convenhamos. Essa tarefa acabou facilitada por Gabriel Jesus, que fez falta boba convertida por Fernando Gabriel: 1x0.

Fernando Gabriel apenas observa sua cobrança de falta que abriu o placar no Allianz Parque.
(Foto: Globo Esporte)
O intervalo não foi bem aproveitado pelo alviverde e o começo de segundo tempo foi muito parecido com o primeiro. A Ferroviária teve outra chance clara de gol antes de ver Cristaldo, que acabara de entrar, empatar. É inegável a estrela que tem esse argentino. 1x1.

Na base da empolgação da torcida, o Palmeiras passou a fazer alguma pressão sobre a Ferroviária, mas o time do interior seguia tocando melhor a bola e aproveitando bem os contra-ataques. 

Ao contrário do que costuma acontecer, não houve cera exagerada ou conformismo com o empate fora de casa por parte dos visitantes, que acabaram premiados: em contra-ataque rápido nos acréscimos, veio o segundo gol e fez maior justiça, premiando o bom desempenho da Ferroviária.

Cristaldo voltou a mostrar sua estrela e marcou no seu primeiro toque na bola.
(Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
PONTO TÁTICO: Daria para fazer um texto explicando o melhor desempenho da Ferroviária, mas boa parte dela se passa pelo posicionamento de Rafael Miranda. O meia vai buscar o jogo na zaga e articula a saída como um terceiro zagueiro. A estratégia estimula a marcação pressão do adversário e faz o rival expor sua defesa. O time tem uma noção tática e de posicionamento impressionantes, ajudados pela bagunça que é o Palmeiras de Marcelo Oliveira.

O DESTAQUE: a exposição da defesa é assustadora, mas Roger Carvalho entrou sob forte desconfiança e continua se destacando nos desarmes. Ele foi um dos responsáveis pelo placar não ser pior, ainda que tenha pecado nos lançamentos.

BOLA MURCHA: ainda que não tenha características de armador, muito da falta de bola no chão do Palmeiras deve-se a Robinho. O meia, que deveria trabalhar melhor a bola, é dos que mais tentou a bola longa hoje e atrapalhou a criação alviverde. Marcelo Oliveira é grande responsável por essa falha.

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