Mergulhados num mar sem fundo
Antes de começar, gostaria de lhes pedir desculpas pelas vezes em que estive ausente do site. Tantas coisas aconteceram nesse meio tempo dentro do AvaĂ que eu gostaria de explicar o que estĂ¡ havendo. Ano passado, um pouco antes da nossa queda Ă SĂ©rie B, comentei com alguns amigos avaianos e alvinegros que quem caĂsse iria mergulhar num mar sem volta, entraria numa marĂ© impossĂvel de remar a favor.
Infelizmente sabemos o que sucedeu. De lĂ¡ pra cĂ¡, tivemos um pouco de esperança: novo gerente de futebol, meninos vitoriosos subindo da base, novos contratados, um tĂ©cnico que merecia um voto de confiança. O campeonato catarinense começou e, com ele, veio uma campanha digna dos meus parabĂ©ns no primeiro turno, um segundo lugar merecido por todos.
PorĂ©m, o pior estava por vir. Parece que, num passe de mĂ¡gica ou, quem sabe, de macumba, as coisas começaram a dar errado de uma forma inimaginĂ¡vel. O rendimento daqueles que estavam reescrevendo a histĂ³ria do maior do estado simplesmente desapareceu. A partir do inĂcio do segundo turno, o terror acometeu o pensamento do torcedor avaiano.
Durante uma sequĂªncia de OITO derrotas pra times totalmente incapacitados tecnicamente, resolvemos nos mexer. Primeiro, veio a demissĂ£o do atĂ© entĂ£o culpado tĂ©cnico Raul Cabral. Nossa esperança, no entanto, seria um novo nome, capaz de trazer vida nova ao vestiĂ¡rio azurra. ApĂ³s algumas especulações, pĂ©ssimas diga-se de passagem, o nome menos terrĂvel surgiu e foi aprovado: Silas, de novo. Foi-lhe compartilhado um fardo que estĂ¡vamos carregando hĂ¡ trĂªs anos, em que lutamos para nĂ£o cair no estadual.
Mesmo diante do novo tĂ©cnico, da nova luz no fim do tĂºnel que embaraçosamente enxergĂ¡vamos, continuamos na labuta. Labuta essa que ainda nĂ£o acabou. Vimos, entĂ£o, a necessidade de pedir a renĂºncia do entĂ£o presidente Nilton Macedo Machado e seu vice Francisco JosĂ© Batisttotti, pois durante toda sua gestĂ£o atravessamos apenas caminhos Ă¡rduos. ApĂ³s vĂ¡rias manifestações organizadas pela torcida avaiana, conseguimos entĂ£o fazer com que o senhor presidente renunciasse. Entretanto, seu vice permaneceria para cumprir o estatuto.
Revisamos todo o estatuto do clube e encontramos o artigo 35 inciso IV, e, na noite de segunda-feira, no jogo contra o Guarani da Palhoça, em que pela graça divina conseguimos nosso primeiro ponto no returno, ocorreram as assinaturas do sĂ³cios no abaixo assinado, que visam a convocaĂ§Ă£o de assemblĂ©ia geral para esclarecimentos financeiros e definições de cargos como o do senhor Francisco JosĂ© Battistotti, no AvaĂ Futebol Clube.
Nosso objetivo era apurar o mĂ¡ximo de assinaturas possĂveis (1/5 dos associados) para que tal assemblĂ©ia fosse convocada, entretanto, devido ao pouco tempo e muitas dĂºvidas dos torcedores, arrecadamos 637 ASSINATURAS. Como o torcedor azurra jĂ¡ sabe, o atual presidente jĂ¡ atua no clube hĂ¡ alguns anos e teve bastante tempo de mostrar o seu trabalho juntamente com o Nilton Macedo Machado, porĂ©m nĂ£o o fez.
As dĂºvidas da maioria Ă©: Quem assumiria o clube a essa altura do campeonato? SerĂ¡ que nĂ£o vale a pena dar um voto de confiança a ele? Nome concreto realmente nĂ£o hĂ¡. O que temos sĂ£o interesses de empresĂ¡rios da grande FlorianĂ³polis em assumir o nosso clube, empresĂ¡rios estes que, atĂ© o momento, nĂ£o investiram no AvaĂ por causa da presença deste senhor.
Tantas chances foram dadas, tantos anos desperdiçados e jogados no lixo por uma mĂ¡ gestĂ£o que vem acometendo o AvaĂ desde sempre. SerĂ¡ que a inocĂªncia do torcedor realmente acha que em trĂªs, quatro meses ele farĂ¡ pelo o AvaĂ o que poderia ter feito EM ANOS? A dĂºvida fica, mas a consciĂªncia e a necessidade de mudar o AvaĂ impregna.
Meu coraĂ§Ă£o azul e branco implora por misericĂ³rdia, implora pelo fim dessa fase que NUNCA havera de ter acontecido. Aquelas brincadeiras sadias hoje jĂ¡ nĂ£o sĂ£o mais suportĂ¡veis, o assunto futebol nunca esteve tĂ£o abandonado pra mim. A paciĂªncia se vai, a tolerĂ¢ncia jĂ¡ nĂ£o existe. Em 24 anos da minha vida, jamais passei por tamanha tristeza que Ă© ver o MAIOR TIME DO MUNDO afundar desse jeito.
A torcida avaiana nĂ£o merece tanta humilhaĂ§Ă£o e desprezo. Termino o desabafo de hoje com as palavras do nosso atacante Lucas de SĂ¡: "É preciso ter fĂ© para remar contra a marĂ©, diante das ondas bravias sentir arrepio, mas chegar sĂ£o e salvo na outra margem do rio".
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