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Com chuva de gols, Palmeiras bate Grêmio em jogo de duas viradas

Palmeiras e Grêmio criaram uma rivalidade à parte na década de 90 com confrontos épicos e emocionantes e que, desde então, sempre promete grandes jogos. Foi assim no ano passado quando o Verdão fez sua última boa partida no Brasileirão sob o comando de Marcelo Oliveira e venceu por 3x2 em jogo disputado no Pacaembu. Voltou a ser hoje, ironicamente no mesmo estádio, com um emocionante 4x3.

E o jogo nem demorou a esquentar os torcedores de uma noite fria e bastante chuvosa em São Paulo: com pouco mais de um minuto de jogo, Dudu enfiou ótima bola para Gabriel Jesus bater firme e abrir o placar. Mal deu tempo do torcedor perceber uma boa intervenção de Cuca, lançando Thiago Santos como zagueiro.

Foto: Globo Esporte
Uma das maiores críticas destinadas ao antecessor Marcelo Oliveira era o pouco uso de um elenco equilibrado, coisa que de maneira alguma se repete sob o comando de Cuca. O treinador palmeirense tem alternado bastante o estilo de jogo e testado opções interessantes. Colocar um volante e tirar um zagueiro faz todo sentido contra um time que trabalha muito a bola e que entrou sem centroavante no jogo.

O problema foi que o Palmeiras recuou demais e deixou a bola o tempo todo com o Grêmio à espera de um contra-ataque, tornando o jogo perigoso. Prass não era exigido, mas viu bola de Luan passar com perigo. Aos poucos a péssima arbitragem começou a enervar os jogadores e inverter diversas faltas. Em uma dessas veio o gol de empate gremista – impedido, diga-se. A irregularidade, porém, premiou um Grêmio que não foi pior nos primeiros quarenta e cinco minutos da partida.

No intervalo, Cuca corrigiu um defeito importante no time. Com um jogo leve e de toques, Alecsandro mais atrapalhou do que ajudou. Muitas das jogadas do primeiro tempo morreram pela sua lentidão na puxada de contra-ataque. Ele deu lugar ao rápido Roger Guedes para formar a dupla de ataque mais dinâmica palmeirense com Dudu e Gabriel Jesus.

Os deuses do futebol também fizeram uma alteração e trocaram a chuva torrencial que desabou durante o intervalo por uma chuva de gols no segundo tempo. E começou com mais um gol gremista em falha incrível de marcação pelo lado esquerdo do Verdão. Poderia ficar pior não fosse um gol antológico (e absolutamente sem querer) de Roger Guedes no minuto seguinte.

Arbitragem foi o ponto negativo de um ótimo jogo no Pacaembu. (Foto: Globo Esporte)
O gol tranquilizou o Palmeiras que jogava contra o Grêmio e contra uma arbitragem desastrosa. As chances passaram a aparecer aos montes. Roger Guedes bateu por cima, Tchê Tchê e Gabriel Jesus obrigaram ótimas defesas do goleiro gremista. O domínio era grande e Fernando Prass sequer era ameaçado. Os gols em bolas paradas de Dudu fizeram justiça a um ótimo segundo tempo do Verdão: Vitor Hugo e Thiago Santos viraram e ampliaram.

A noite ainda reservou um gol de Edílson, apenas para aumentar ainda mais o drama de um jogo cheio de emoção e com duas viradas. Não deu nem tempo de assustar o torcedor palmeirense: mesmo sem Allianz Parque, o alviverde segue 100% como mandante.

PONTO TÁTICO: Cuca ganha cada vez mais pontos pela ousadia. Improvisar um volante parecia loucura contra o líder do campeonato, mas acabou mais do que justificado. Sem centroavante do outro lado, o time perderia no meio-campo. Ponto para Cuca que ainda confirmou a proposta na entrevista coletiva. A entrada de Roger Guedes no intervalo também ajudou a quebrar a marcação gremista que tinha facilidade em controlar Alecsandro, mas se perdeu para acompanhar a velocidade do trio palmeirense na segunda etapa.

O DESTAQUE: Foram várias as boas atuações, mas considerando a diferença de qualidade de jogo do Palmeiras entre os dois tempos é impossível não atribuir à melhora à entrada de Roger Guedes. Além de permitir uma formação mais rápida no ataque, foi dele o gol que evitou problemas maiores para o Palmeiras após levar o segundo gol.

BOLA MURCHA: Se por um lado à mudança melhorou o Palmeiras, Alecsandro atrapalhou bastante nos contra-ataques do primeiro tempo. Sem acompanhar o ritmo dos demais, não funcionou bem. Nada que preocupe: o atacante ainda será muito útil em partidas de características diferentes.

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