Com polêmicas, goleadas, craques,
festa da torcida e eliminações precoces, a Copa América Centenário teve sua
primeira fase encerrada com o fim das disputas entre os grupos. Agora, duas
seleções de cada um dos quatro grupos vão para as quartas de final.
O Linha de Fundo está fazendo
cobertura completa da Copa América e traz para você um resumo de como foi a
primeira fase desse torneio que já contou com diversos momentos interessantes,
felizes e até tristes.
Grupo
A
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EUA passaram de fase pela primeira vez na Copa América (Foto: DON EMMERT/AFP/Getty Images) |
O Grupo A contava com Colômbia,
Costa Rica, os donos da casa Estados Unidos e Paraguai. Nenhum time conseguiu
vencer os três jogos e manter o 100% de aproveitamento, e a grande decepção foi
o Paraguai que conseguiu conquistar apenas um ponto.
Estados Unidos e Colômbia, líder
e vice-líder do grupo, avançam de fase com seis pontos cada. Os
norte-americanos ficam em primeiro pelo saldo de gols depois de aplicar uma
goleada de 4 a 0 na Costa Rica, que ficou em terceiro lugar na classificação,
se despedindo da competição com dignidade em um jogão de bola diante do Los
Cafeteros no bonito 3 a 2.
Conseguindo apenas um empate
diante dos Venegas, os paraguaios dão adeus à competição apresentando um
futebol pífio e apático. Com certeza essa era a seleção que não merecia
absolutamente nada.
Grupo
B
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Peruanos comemoram; Renato Augusto desaba após eliminação (Foto: Tim Clayton/Corbis via Getty Images) |
O Grupo B contou com uma das
grandes decepções da Copa América e uma reviravolta na tabela. Já sabendo que
não tinha como competir com seus adversários, o Haiti acabou saindo dos Estados
Unidos sem pontos e sofrendo onze gols na competição. Entretanto, os haitianos
podem comemorar. Além da participação inédita, o time marcou um gol no Brasil e
pressionou bastante o Peru.
Já o Equador teve motivos para se
irritar na estreia, quando acabou prejudicado contra o Brasil e ficou apenas no
empate. No jogo seguinte, mais um ponto contra o Peru em duelo que os
equatorianos acabaram saindo no lucro. A única vitória veio contra o Haiti, por
3 a 0, o que garantiu à seleção a classificação na próxima fase.
Se havia uma seleção que, apesar
de suas limitações, tinha torcedores confiantes era o Peru. Na estreia, o magro
1 a 0 contra o Haiti serviu como alerta para os peruanos, que logo mudaram de
postura e foram fortes para o duelo contra o Equador, mas não conseguiram a
vitória. Contra o Brasil, apesar de vencer com gol irregular, o Peru conseguiu
fazer com que a equipe de Dunga se desequilibrasse no segundo tempo, levando a
vitória, a classificação e seguindo na competição.
A grande decepção ficou
justamente por conta do Brasil. Com um elenco contestado e um treinador sem
capacidade para comandar a seleção, os brasileiros sofreram muito contra o
Equador, fizeram um 7 a 1 no Haiti sem convencer ninguém e perderam para o Peru
quando precisavam apenas de um empate para se classificar. No fim, a
participação brasileira foi desastrosa e fez Dunga ser demitido poucos dias
depois.
Grupo
C
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Suárez não pôde ajudar o Uruguai na Copa América (Foto: MARK RALSTON/AFP/Getty Images) |
A Copa América Centenário chegou
ao final da primeira fase e o Grupo C apresentou de uma vez só um dos favoritos
ao título, um candidato à surpresa e uma decepção. Para começar, a Jamaica fez
uma campanha bastante regular, três jogos, três derrotas e nenhum gol marcado.
O destaque negativo foi o
Uruguai, líder das Eliminatórias Sul-Americanas e maior campeão da Copa América
(quinze títulos), que foi eliminado com duas derrotas nas duas primeiras
rodadas para México e Venezuela. A última rodada contra a Jamaica foi só para
cumprir tabela para a Celeste Olímpica e a vitória por 3 a 0 serviu apenas para
uma despedida em clima de fim de festa.
Aproveitando que a Jamaica só foi
a passeio aos Estados Unidos e a fraquíssima campanha uruguaia, a Venezuela
acabou terminando com um surpreendente segundo lugar no grupo, empatada em
pontos com o líder México. La Vinotinto ganhou força na fase de grupos e
aparece como uma potencial surpresa na fase final da competição.
Com o grande número de imigrantes
e a fronteira com os Estados Unidos, o México acabou se sentindo em casa no
torneio. O recorde de público da competição é de México x Jamaica, quando mais
de 83 mil pessoas foram ao Rose Bowl, em Pasadena, assistir o confronto. O
apoio dos torcedores e principalmente o ótimo futebol apresentado fez os
mexicanos despontarem como um dos favoritos ao título.
Grupo
D
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Argentina passou com facilidade no Grupo D (Foto: Stephen Brashear/LatinContent/Getty Images) |
O Grupo D foi a confirmação do
que se imaginava, mais pelos nomes do que pelo apresentado dentro de campo. A
líder Argentina e o Chile se classificaram para a próxima fase e mostraram um
futebol totalmente diferente do que foram apresentados no ano passado. Já
Panamá e Bolívia ficaram pelo caminho e se despediram da competição com resultados
surpreendentes.
A Argentina demonstrou em campo o
porquê de ser a grande favorita ao título da Copa América Centenário. Mostrou
um futebol muito bem organizado e extremamente compacto, tanto que não
necessitou da presença integral de Messi para garantir a vaga. A derrota do ano
passado estava engasgada e, no duelo com o Chile, o time apresentou o
"desejo de vingança". Contra Panamá e Bolívia, a Albiceleste passeou,
duas goleadas para ninguém botar defeito. A presença de Messi em 75 minutos,
divididos em duas partidas, foi capaz de mostrar a genialidade e a simplicidade
que pra ele é jogar futebol. A equipe jogou bem seu sua principal peça, mas com
ela deu show para ninguém botar defeito.
A Bolívia, que buscava ser a
surpresa na Copa América, realmente foi, mas negativamente. A Verde tinha como
objetivo igualar a campanha que fez no Chile em 2015, mas conseguiu a proeza de
sair sem pontos. A renovação e as brigas da comissão técnica com os atletas
foram levadas para dentro de campo. A ausência de Moreno foi notória. Duk, que
era a grande aposta para gols e nome badalado dentro da seleção, não fez boas
apresentações e não conseguiu marcar sequer uma vez.
O Chile, atual campeão entrou com
toda a expectativa e obrigação de defender seu título. Porém, o processo de
adaptação do novo técnico, Juan Antonio Pizzi, que substituiu o Jorge Sampaoli,
pesou e muito. Os jogadores ainda não conseguiram fazer a transição para os
moldes do novo treinador e a seleção não demonstrou um futebol coeso e bem
postado, tanto que somente no último jogo conseguiu fazer uma boa apresentação,
mas com certo sofrimento.
A equipe do Panamá deixou um
grande legado nessa Copa América. Talvez tenha sido apontada por muitos como a
seleção mais fraca do grupo, porém, eles demonstraram dentro de campo uma força
imensa, vencendo a Bolívia e apresentando um bom futebol. E, nos enfrentamentos
com seleções maiores, encarou de cabeça erguida, tanto que dificultou muito
contra a Argentina e somente tomou a goleada porque Messi entrou em campo. Já
contra o Chile dominou boa parte do jogo e com um descuido sofreu o empate,
levando o time a se atirar para o ataque para tentar o tudo ou nada. A equipe
se despediu na terceira colocação do grupo mais complicado da Copa, mas honrou
muito as suas cores dentro das quatro linhas.
Por
Lucas Felipe, Mariana Sá, Isabela Macedo e Ismael Santos
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