O conto de
fadas foi breve, 100% de aproveitamento do Zé Ricardo durou apenas dois jogos.
Domingo (05/06), no Mané Garrincha, em Brasília, o Fla perdeu sua segunda
partida no campeonato, porém, fez uma partida muito boa. A torcida foi o
principal destaque da tarde, tanto para o lado positivo quanto para o negativo.
Torcida mista no Mané Garrincha. Bela iniciativa que promove uma linda festa (foto: Gilvan de Souza/Flamengo)
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Antes de falar
sobre o jogo, gostaria de demonstrar o total repúdio às cenas lamentáveis
durante o intervalo de jogo. Onde uma parte da organizada do Palmeiras partiu
para o confronto com uma organizada do Flamengo dentro do estádio, colocando em
risco a vida de torcedores e até de crianças. Devido ao confronto, a partida
teve o início do segundo tempo atrasado, pois até os jogadores sofreram com o
spray de pimenta utilizado pela polícia para afastar os brigões. Infelizmente,
essas tristes cenas estragaram a linda festa que faziam as duas torcidas, com
setores mistos para curtir com os familiares e setores destinados às
organizadas que apoiam incondicionalmente o time. Foram 30 presos durante o
ocorrido e um torcedor do Flamengo se encontra internado em estado grave.
Torcedores de Palmeiras e Flamengo se protegendo do spray de pimenta utilizado durante a briga. (foto: Fred Gomes)
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Vamos ao jogo.
Apesar da derrota o Flamengo fez uma boa partida. Zé Ricardo voltou a utilizar
o questionável 4-3-3, deixando Mancuello novamente no banco. A formação foi a
mesma, mas a atitude foi outra. Ao invés de ter a falsa posse da bola, o
rubro-negro preferiu jogar no contra-ataque (até pelas características do time
do Palmeiras), o que parece ser a melhor opção para um time de velocistas. A
partida começou promissora para o Flamengo, se não fosse um velho problema, a
zaga.
O problema da
zaga tem um nome, César Martins. O zagueiro havia sido afastado pelo Flamengo,
porém a falta de planejamento do time o trouxe de volta, após perder Wallace
(também afastado) e Juan (por contusão). No jogo do ultimo domingo, César
Martins logo no início deu um passe açucarado para Tchê Tchê achar Gabriel
Jesus e abrir o placar para o verdão.
O Flamengo não
se abateu e na sequencia Alan Patrick, jogador mais lúcido e regular do
rubro-negro, fez um golaço para empatar a partida. Após os gols relâmpagos o
jogo ficou mais morno, o Palmeiras tomava a iniciativa e o Flamengo tentava
criar as chances no contra golpe. Só no 1º tempo o rubro-negro criou mais
chances que no ultimo jogo contra o Vitória, mostrando que é melhor jogar no
contra-ataque que ter uma posse de bola sem nenhuma criação. O Flamengo não tem
nenhum armador de fato, mas tem pelo menos quatro velocistas no elenco. Não
precisa dizer mais nada né?!
Alan Patrick comemorando seu golaço de empate. (foto: Gilvan de Souza/Flamengo)
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No segundo
tempo, após os efeitos do spray de pimenta passarem, o jogo foi retomado e o
Flamengo até começou melhor. Mas o velho problema da zaga continuou, aos 19
minutos o jovem Léo Duarte - que pela falta de planejamento da diretoria foi
lançado as pressas no olho do furacão - falhou e acabou colocando a mão na bola
dentro da área, para sua sorte o juiz não marcou nada, causando a revolta dos
palmeirenses. Entretanto, Léo Duarte voltou a falhar na marcação, deixou
Gabriel Jesus na cara do gol e César Martins fez uma linda defesa. Pênalti para
o Palmeiras, César Martins expulso e cobrança convertida por Jean.
Após o segundo
gol e com um a menos, o Fla perdeu forças e ânimo de reação. A equipe paulista
apenas controlou até o apito final. Em uma das poucas partidas convincentes do
Flamengo, a equipe é penalizada por falhas individuais da dupla de zaga. O jogo
de domingo mostrou duas coisas já evidentes. Primeiro, o Flamengo precisa
urgentemente de um bom zagueiro - e não, Rafael Vaz não é nem de longe o nome
ideal - e segundo, com um time de velocistas sem nenhuma técnica, é melhor
jogar no contra-ataque, com uma marcação forte no meio e saídas em velocidade,
que ficar tocando bolas de lado, errar passes de 2 metros e levar bola nas
costas da defesa.
O Flamengo
terá uma semana inteira para treinar e se preparar para o próximo confronto,
contra o Figueirense no Orlando Scarpelli. Zé Ricardo parece ter encontrado a
maneira ideal de jogar, basta agora aperfeiçoar. Com o treinador e o time
fazendo sua parte, falta apenas à diretoria cumprir seu papel e trazer um bom
zagueiro para ajudar o trabalho de Zé Ricardo. Se o rubro-negro repetir a
atuação do ultimo jogo e contar com a ajuda dos zagueiros, tem boas chances de
surpreender o time catarinense.
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