Apesar do meu percalço, a noite começou com boas notícias. Brasil escalado com força máxima, tendo em
campo Eduardo Martini; Wender, Cirilo, Leandro Camilo e Marlon; Leandro Leite,
Washington, Diogo Oliveira e Felipe Garcia; Marcos Paraná e Ramon. No dial de
meu confessor, a Rádio Xavante esbanja alegria com o César Porto entrevistando
os torcedores. Isto já é uma marca registrada e vai virar programa diário nos
microfones desta que veio para abafar as concorrentes. Cutucado pelo César,
Tabiran, Comandante-em-Chefe da Xaranga Garra Xavante manda soltar o som. Os
treme-terra, a frigideira, surdos e tamborins, acariciados por trombones e
pistons explodem numa sintonia conhecida em todo o Rio Grande do Sul e Brasil a
fora. É de arrepiar e para a noite ficar perfeita só falta a bola rolar para
testemunhar mais uma vitória do Brasil.
Aos primeiros acordes
do Hino Nacional, me vem na lembrança um pouco de tudo que passamos para chegar
até aqui. Batalhas homéricas, entreveros jurídicos e o dedo de Deus a nos abrir
os olhos para o velho Bento Freitas. É, um jogo do Brasil, para mim, não é só
um jogo. Nem vou chorar a minha ausência no Estádio hoje porque sei da Massa
que estará vibrando não só por mim, mas por todo e qualquer Rubro Negro que não
pode ir para a Baixada hoje. O jogo começa e eu em casa dividido entre o rádio,
a internet e um filhote que está de cama. Não vai ser fácil torcer hoje, mas
Deus é minha luz e meu caminho. Dá-lhe Xavante!
Trinta e um minutos e
já estou preocupado com esse juiz. Quarenta e cinco e teremos mais dois de
descontos. Acho que estou febril, porque cada vez que a tv mostra os torcedores
na arquibancada, tento me ver. Coisa de maluco mesmo. Fim do primeiro tempo. Está
muito estranho para mim assistir esta partida nesta telinha minúscula do Premier. Não há muito que comentar desses
quarenta e cinco minutos de jogo porque estou na dividida.
Os times em campo, batalharam às pampas e a defesa do Paysandu deu conta do recado, segurando Paraná, Ramon e Felipe Garcia. Um torcedor paraense se embonecou com uma camisa de um time da segundona gaúcha. Parece que ele vive no Rio Grande do Sul e tomou água do Guaíba. Dá para dar um desconto então. Mas é melhor ele tomar cuidado. Vá que pega... Mas a nota destoante desse primeiro tempo foi o juiz. Eu bem que desconfiei dele. Dois pênaltis claríssimos para o Brasil e ele chupou bala. Os dois lances, se fora da área, seriam marcados.
Os times em campo, batalharam às pampas e a defesa do Paysandu deu conta do recado, segurando Paraná, Ramon e Felipe Garcia. Um torcedor paraense se embonecou com uma camisa de um time da segundona gaúcha. Parece que ele vive no Rio Grande do Sul e tomou água do Guaíba. Dá para dar um desconto então. Mas é melhor ele tomar cuidado. Vá que pega... Mas a nota destoante desse primeiro tempo foi o juiz. Eu bem que desconfiei dele. Dois pênaltis claríssimos para o Brasil e ele chupou bala. Os dois lances, se fora da área, seriam marcados.
Segundo tempo, o Brasil
vem na mesma balada rumo a mais uma vitória. Não dá para passar em branco e torcedores do Paysandu gozam a torcida Xavante imitando macacos. Só podia, se
aconchegaram aos segundinos. Mais um erro grosseiro da arbitragem. Já não tenho
nenhuma dúvida. Esta é a pior arbitragem até aqui. Opa! Aos setenta e sete
minutos de jogo, finalmente o sr. Claudio Francisco Lima e Silva concorda que
falta dentro da área é pênalti e manda a gorduchinha para a marca penal. Diogo
Oliveira na cobrança e, claro, GOL DO BRASIL! O Paysandu finalmente
conheceu a força do time liderado por Leandro Leite. Trinta e oito do segundo
tempo, dá para ver claramente os áureo-cerúleos enrustidos de Papão da Curuzu
socando a bandeira entre as pernas e saindo afoitamente do Estádio Bento
Freitas. Que felicidade!
Foi um jogo dramático
para mim. Dividido entre o computador e as atenções a meu filho, senti-me como
um cego em tiroteio. Na hora do gol então, não tinha certeza de quem era até
ouvir os foguetes explodirem de alegria na Princesa do Sul. Agora tudo está
tranquilo. O guri está bem e dorme. Difícil vai ser eu assimilar que hoje não
fui ao Bento Freitas ver o meu Xavante jogar.
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