Os quarenta pontos
conquistados até aqui eram a sustentabilidade de minha alegria e confiança para
o jogo contra o Criciúma e nada no mundo me convenceria de algo diferente de
mais uma vitória do G. E. Brasil.
Ainda pela manhã, fui
até o Estádio Bento Freitas. Tinha que fazer o check-in, mas isto era apenas
uma desculpa porque estou sempre pelas bandas do Templo Sagrado da Torcida Xavante.
Cumprido o compromisso, voltei para casa a fim de seguir a vida nas tarefas de praxe
tipo almoçar, tomar café da tarde e esperar a hora do jogo.
Mal a noite chegou,
larguei o freio de mão deixando meu coração guiar meus passos. Não deu outra.
Pernas prá que te quero rumo à Baixada de novo. Antes de entrar no Estádio ouço
aquele som inconfundível. Era a Garra Xavante que, com seus tamborins, caixas,
tarols, treme-terra e frigideira, saudavam os que apreciavam o aquecimento.
Tudo
era festa, mas, sei lá, eu estava ansioso feito guri no primeiro dia de aula.
Em campo, o Brasil deitava e rolava em cima do Criciúma que, apesar do susto
que nos dera ao colocar uma bola na trave logo aos três minutos parecia que não
ia dar muito trabalho e a nossa vitória seria ao natural. Para aumentar a
adrenalina o Brasil também deu uma bola na trave do Criciúma. Um petardo do
Ramon aos dezenove minutos fez a Torcida gritar gol num coro ouvido até na
cidade de Rio Grande.
Aos
quarenta e seis do primeiro tempo, nos acréscimos e num lance cinematográfico
do zagueiro do Criciúma, Diogo Oliveira é expulso deixando o Time Xavante com
um jogador a menos. Se Dino Sani fosse o nosso treinador de certo que
repetiria: “Em futebol se ganha, se empata e se perde”. E hoje foi uma noite
dessas. De procurar um motivo capaz de justificar esta injusta derrota.
Em
campo, só deu Brasil. Nem a expulsão do Diogo Oliveira diminuiu a beleza do
espetáculo e a certeza da vitória estava mais viva do nunca. Seria dramática,
mas para cada um daqueles que assistiam ao jogo, meter um ou dois gols no
Criciúma era questão de tempo. Foi um grande primeiro tempo apesar do zero a
zero.
Quem
não foi para a copa se divertiu com o malabarismo de um vendedor ambulante que
gritava incessantemente: “Touca, Bandeira e manta! Touca, Bandeira e manta! Touca,
Bandeira e manta!” tentando vender o seu peixe nesse finalzinho de inverno.
E
veio o segundo tempo. Com um jogador a menos, o Brasil jogava com uma garra
descomunal e o gol decerto que viria. E foi o que aconteceu aos sete minutos da
etapa derradeira. Cirilo mandou um testaço abrindo o placar a favor do Brasil.
O experiente zagueiro correu para o abraço numa alegria só. Oriundo das Categorias
de Base, Cirilo sabe como ninguém o prazer de ouvir a Torcida Xavante gritar
gol. A festa estava completa e a Arquibancada dançava na cadência da Garra
Xavante.
Mas
o Criciúma não estava morto, não. Quando a vitória parecia certa para o Brasil
veio aquele chute estrambólico do Thiago Humberto num golaço raro de se ver.
Eram trinta e oito do segundo tempo. A bola foi no ângulo, estufou a rede e
voltou para a beirada da área pequena. Meus olhos, incrédulos assistiram a isso
sem nada poder fazer.
E
eu que sempre digo que pimenta nos olhos dos outros é colírio ainda vi a bola
entrar mais uma vez no gol do Brasil. Foi aos quarenta e dois minutos e Roberto
decretou o castigo imerecido fazendo dois a um para o time Barriga Verde.
Tche!
Sei que já ganhamos jogos sem merecer, mas hoje nossa derrota foi de uma
injustiça sem precedentes. Acabou com o texto que eu formatara em minha mente e
empanou a boa partida do W8. Fugindo às minhas origens me detive o máximo que
pude em observar cada lance do qual Washington participou. Realmente uma pena o
resultado porque hoje a vitória entraria para a História de tanto que o Time
jogou e foi aguerrido. Claro, aquela bola que foi acabar com o sono da coruja
me colocou em depressão como a muitos Torcedores presentes no estádio.
Procurando uma justificativa
para o ocorrido na noite do dia dezesseis de setembro de dois mil e dezesseis
encontrei as palavras que tão realisticamente narram o que aconteceu nesta
fenomenal partida: “O Brasil nem
parece que tem onze jogadores em campo. Parece que tem onze Torcedores!
Impossível não sair com orgulho da pegada desses caras com a Camisa do Brasil.
Hoje sai muito de cara com o resultado que foi MUITO injusto! Vai ser foda
dormir.” – João William Domingos, em sua manifestação no facebook após a
partida.
Além
da tarimba “política” do jogador do Criciúma no lance que originou a expulsão
do atleta Xavante Diogo Oliveira, minha indignação vai para o “dirigente” do
Criciúma que fez gesto obsceno provocando os torcedores na arquibancada. Fica
fácil de comprovar ao ver os lances na tv e espero que a CBF venha a punir este
cidadão exemplarmente.
Essa derrota foi um soco, mas ninguém vai nos
tirar a Série B e ainda vamos buscar a Série A com certeza.
A tristeza é muito grande não nego, mas este Time já deu provas que é vencedor
e vamos sim “em busca de mais essa Taça”. Sábado que vem tem mais e, quem sabe,
a sorte, tão madrasta hoje, não caia no meu colo? Dá-lhe Brasil!
1 Comentários
Abraço seu Antonio meu freguês hahaha, ótimo texto como sempre
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