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Nem tão perto, nem tão longe: até algum dia Série B

O Tupi está rebaixado para a terceira divisão em 2017. Restando apenas duas rodadas para o fim da Série B, o Galo Carijó viu as chances matemáticas de permanência chegarem ao fim, após ser derrotado para o Atlético-GO neste sábado (12), assim, retornará à Série C. A queda me fez refletir, mais do que nunca, sobre uma declaração do técnico do acesso...
O Tupi está rebaixado para a Série C (Foto: Felipe Couri)
Antes mesmo do término da Série C, Leston Junior já alertava a diretoria sobre as condições para que o clube pudesse disputar uma divisão superior no ano seguinte: "O aspecto estrutural é algo que a diretoria já tem esta noção. A estrutura do Tupi é limitadíssima e todo mundo sabe disso, isso disputando a Série C. Disputando a Série B, o clube vai passar por uma reestruturação. Isso pode pesar sim, a favor ou contra."

Sem perspectivas de mudanças, o treinador preteriu o Tupi e foi para times que disputariam divisões inferiores  o Remo no início da temporada e o Mogi Mirim no segundo semestre –, enquanto a diretoria já demonstrava desleixo com um ano atípico, desde janeiro. O Campeonato Mineiro seria apenas o início de uma temporada sofrida para os alvinegros.

Após um primeiro semestre longe de ser bom, o time juiz-forano até conseguiu se manter na elite do estadual, mas bastou as primeiras pelejas na competição mais difícil do ano para que tamanho incompetência fosse punida. Nas duas primeiras rodadas, porém, foram jogos que não serviram para expôr a limitação do elenco, já que Goiás e Vasco eram, até então, postulantes ao acesso  apenas o Cruzmaltino confirmaria isso  e o Tupi teve duas atuações rasoáveis nas derrotas pelo placar mínimo.


O alvinegro comemorou os 104 anos em grande estilo (Foto: Divulgação/tupifc.esp.br)
A primeira vitória foi um dos raros momentos de felicidade para os carijós na competição. De volta à Juiz de Fora, o antigo algoz Paysandu levou o "troco" de 2014, ao sofrer uma sonora goleada para o Tupi por 5 a 1. Porém, se ainda havia dúvidas que a briga seria na parte de baixo da tabela, isso ficou nítido na sequência. Foram quatro derrotas consecutivas para Bragantino, Joinville, Londrina e Oeste, que cuminaram na demissão de Ricardo Drubscky na 7ª rodada, esta que seria apenas a primeira troca de comando na competição.

De certa forma, a troca foi positiva e Estevam Soares trouxe consigo resultados melhores, mas longe de serem suficientes. Com um aproveitamento rasoável, o treinador passou exatamente um turno à frente do time e conseguiu 5 vitórias, 7 empates e 7 derrotas nos 19 jogos, chegando próximo de sair do Z-4 em duas oportunidades  contra Avaí, em casa, e Goiás, fora, só uma vitória bastava. Entretanto, vários tropeços em confrontos diretos, o péssimo aproveitamento como visitante e a permanência na degola, causaram a sua demissão.

Por fim, Ricardinho assumiu com uma difícil missão de ter que vencer quase metade dos jogos, para que o time pudesse escapar da degola. Um técnico inexperiente e com pouco resultado em sua breve carreira, era tudo que o Tupi não precisava e foi mais uma escolha equivocada, a ponto de poder ser comparada com a bizarríce que está sendo Gustavo Mendes à frente do futebol do clube. O ex-jogador teve um aproveitamento pífio, assinou a senteça do rebaixamento e pediu demissão, antes da partida que confirmou a queda.


O futuro do Galo Carijó depende dos juiz-foranos (Foto: Leonardo Costa/tupifc.esp.br)
Com a queda confirmada, o futuro do Tupi Football Club torna-se uma grande incógnita, assim como as eleições do clube. Confesso que não sei se estamos mais próximos de retornar à Série B, ou até mesmo à Série D, em 2018. Apesar da frustração de um sonho de 26 anos ter se tornado um pesadelo, sempre há como tirar coisas boas das ruins e esta experiência deve servir de aprendizado, como foi em 2012.

Ainda sobre a declaração de Leston Júnior, o técnico também falou sobre o legado, talvez prevendo uma possível queda: "A Série B tem que deixar um legado aqui. Se você disputar uma divisão superior, tiver percalço e caia, você cai estruturado e sobe novamente. Mas se não ficar um legado, algo marcado como melhora da instituição como um todo, você subir, ficar lá dois, três, quatro anos, mas quando cair, nunca mais pisa lá, porque não se preparou para isso."

Entre os fatores que não nos permitem alcançar vôos maiores no cenário nacional, estão o amadorísmo por parte de quem comanda o clube, o baixo investimento financeiro e a falta de apoio da maioria dos juiz-foranos, que culturalmente tem um apelo maior por times cariocas e deixam o da sua cidade em segundo plano.

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Mas será que a Série B deixou um legado para a diretoria e os torcedores? Espero que sim... Conseguir um novo acesso será mais fácil do que se estruturar para se manter na segunda divisão. Hoje é uma realidade nem tão perto, nem tão longe para nós...


Feliz 2017 para nós torcedores alvinegros! 

Por: Marcelo Júnior || Twitter: @marcelinjrr

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