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Sábado negro do Palace

A "Black Friday" já se tornou um evento tradicional no Brasil. Na última sexta-feira do mês de novembro, lojas nos Estados Unidos liquidavam seus estoques para iniciarem as vendas de natal. Esse costume se espalhou pelo mundo globalizado, e nesse contexto é que o Crystal Palace teve o seu "Black Saturday" (Sábado Negro). Mais uma vez sucumbimos, agora de maneira nebulosa e com doses de crueldade. Após jogo maluco com nove gols, Palace não consegue sair do seu calvário. 

Dann acusa o golpe após virada nos acréscimos.
Reprodução/Twitter oficial do Crystal Palace.
Hoje não farei mais uma crônica sobre o jogo, como de costume. Tomei a liberdade de aqui expressar um desabafo do torcedor das águias. O início da temporada foi dourado, além das expectativas do Palace, que desde que voltou à Premier League na temporada 2013/14, sempre se notabilizou por conseguir campanhas medianas, com pouco ou nenhum risco eminente de rebaixamento. Exceção feita ao campeonato passado, quando as águias brigaram contra a volta à Championship (2ª divisão inglesa). 

O Palace se mostrou aparentemente forte nas primeiras rodadas, a esperança do torcedor era reforçada por contratações como as de Benteke e Remy (lesionado, ainda não jogou) e Flamini que ajudariam a rechear o nosso elenco, dano mais opções de qualidade similar ao técnico Alan Pardew. Após perder as duas rodadas de abertura da Premier League, para depois engatilhar cinco partidas sem derrotas (3V-2E), onze pontos e um lugar garantido na primeira parte da tabela, não só pelos resultados, mas por conseguir se impor e jogar bem principalmente fora de Selhurst Park, os sempre fiéis de Croydon eram só alegria.

Após a tenra euforia, a calmaria deu lugar a tempestade. No dia 15 de outubro foi quando se iniciou o calvário dos azuis e vermelhos, o jogo contra o West Ham em casa era o próximo passo para a afirmação na competição, os adversários estavam na zona de rebaixamento e ainda sem vencer. Os Hammers surpreenderam o Palace que a partir de então não mais conseguiu vencer e assim já se vão seis jogos saindo derrotados de campo, com isso vários pontos a serem melhorados saltaram aos olhos dos torcedores e que com os resultados positivos haviam sido jogados para debaixo do tapete. 

A equipe apresenta uma dificuldade grande em construir as jogadas, o meio de campo não possui um jogador de articulação, a exemplo de Payet (West Ham) e Sigurdsson (Swansea), que os recentes algozes possuem em seus plantéis. Outra dependência da equipe, são as jogadas individuais pelas alas, através de Puncheon, Zaha ou Townsend. Sem mencionar ainda, os excessivos cruzamentos buscando Mcarthur, sempre entrando na área como elemento surpresa ou a Benteke que é de fato um excepcional finalizador de cabeça. Mas na minha avaliação o maior problema é o Palace não ter passado um jogo sequer sem ter sido vazado, sofremos gols em todas as partidas, alguns números confirmam tal desequilíbrio: 5º melhor ataque (21 gols feitos) e 2ª pior defesa, juntamente com o Swansea (26 gols sofridos). 

No réves em destaque, Pardew mandou a campo: Hennessey, Ward, Dann (capitão), Tomkins, Kelly (Fryers), McArthur (Sako), Cabaye, Puncheon, Zaha, Wickham (Townsend) e Benteke. O Palace chegou ao seu primeiro gol logo a 19 minutos com Zaha, aos 36 minutos Sigurdsson empatou novamente o embate. 

O segundo tempo iniciou-se em igualdade, que foi movimentada em dois gols relâmpagos de Leroy Fer, um aos 21 minutos e outro aos 23. Com meio tempo para ser jogado o placar adverso de 3 a 1, não evitou o Palace de tentar reescrever a história do jogo, e impressionantemente a remontada heroica aconteceu de maneira fulminante em 9 minutos: Tomkins a 15 minutos do fim descontou; com o gol contra de Cork, o Palace empatava a partida; e na sequência Benteke virou o placar para o Crystal. 

Pardew e seus comandados não vencem a 6 jogos e veem a zona do rebaixamento se aproximar.
Reprodução/Twitter oficial do Crystal Palace.
Ali a sequência indigesta parecia estar chegando ao final, e de maneira épica. E realmente foi epicamente que o Swansea revirou o marcador com Llorente duas vezes, já nos acréscimos, dano um banho de água fria na felicidade prévia e um choque de realidade na comunidade do Crystal Palace. Eram cinco, agora são seis derrotas seguidas. A equipe comandada por Pardew, segue sofrendo gols em todas as partidas, fica enraizado nos 11 pontos e agora tem a mesma pontuação do Hull City, que abre a zona de rebaixamento. Só o Sunderland perdeu mais vezes que o Palace (3V - 2E - 8D).

Próxima partida do Crystal Palace pela Premier League:
03 de Dezembro - 13h00min (hora Brasília) - Selhurst Park.
Crystal Palace x Southampton.

Por: @carlosjr92educa
Carlos Alberto de Sousa Júnior - Colunista do Crystal Palace

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