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Miguel Borja. FONTE: El Colombiano (Medelín)
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Por Marcos Paulo Fernandes Alves
A noite do dia 14/12, na cidade de Osaka, prometia
reservar um arsenal de sonhos para o campeão da Libertadores 2016. Após todos
os acontecidos nas semanas que antecederam esta partida, acreditava-se que o
time Verdolaga estava mais preparado e com o psicológico afiado na ponta dos
cascos para buscar o seu inédito título do Mundial Interclubes da FIFA,
almejando ainda uma final contra o poderoso time do Real Madrid. Mas não foi
exatamente o que aconteceu no Suita Stadium.
A partida começou a caráter para a equipe Verdolaga,
que foi criando inúmeras chances com o seu toque de bola envolvente e refinado.
As jogadas pelos flancos dava a ideia de como estava tranquilo de chegar e
perfurar a defesa do time japonês, mas a intranquilidade dos seus atacantes de
finalização, a falta de precisão nas conclusões e a excelente partida que o
goleiro Sogahata fizeram a confiança dos atacantes Miguel Borja e Orlando
Berrío ficassem ainda mais minada por conta das situações criadas. A chance
mais perigosa criada foi com uma bomba na trave do meia Jhon Mosqueira, que
acertara outra em cabeçada no final do primeiro tempo.
Pra piorar, aos 30 minutos, numa falta cobrada por
Shibasaki na área, Berrío deixou o pé e derrubou o lateral Nishi dentro da
área. O arbitro Viktor Kassai, três minutos depois e com a ajuda do arbitro de
vídeo, sinalizou o pênalti para o Kashima Antlers. Shoma Doi foi para a
cobrança e deslocou o goleiro Franco Armani, abrindo o placar. A partir deste
momento, os japoneses cresceram na partida e fizeram com que os colombianos
ficassem ainda mais nervosos para correr atrás do placar.
O jogo foi continuando e o Atlético Nacional foi
aumentando a pressão para o encontro do seu gol de empate, mas não contavam com
a noite iluminada do goleiro Sogahata. O mesmo realizava defesas espetaculares,
impedindo a sua equipe levasse um número de gols considerável na partida. Nem
Berrío, nem Borja, nem Mosqueira e nem Uribe conseguiram em finalizações
transpor a meta do goleiro.
No segundo tempo, a equipe japonesa teve a sua marcação
ainda mais ajustada e com as linhas mais próximas, dificultando a armação de
jogadas inicialmente com Macnely Torres, e depois na companhia de Alejandro
Guerra que entrara no lugar de Diego Arias, deixando o time ainda mais
ofensivo. Mas a aplicação tática oriental, aliado ao cansaço físico dos
jogadores, por conta da baixa temperatura e do fuso desfavorável (14 horas de
diferença entre Medelín e Osaka). A entrada de Jeróme Dajome deixou o time
ainda mais incisivo no intuito de tentar buscar o gol de empate.
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Golaço de Endo, sacramentando a classificação. FONTE: UOL Esporte
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As chances perdidas no segundo tempo, aliado ao
nervosismo da equipe e o passar do tempo de jogo fizeram com que o Nacional se
tornasse uma presa muito fácil de serem batidos nos minutos finais devido os
fatores mencionados anteriormente, mesmo criando inúmeras chances de gols (18
chutes, sendo oito no alvo). Aos 38 minutos do segundo tempo, os japoneses
ampliaram o placar após grande jogada de Shibasaki pelo lado esquerdo que
cruzou para Yasushi Endo dividir e ganhar de Franco Armani e dar um belo calcanhar
para as redes, aumentando o drama Verdolaga.
Aos 40 minutos, num contragolpe mortal, as mexidas do
treinador Masatada Ishii surtiram resultado e Mu Kanazaki organiza a jogada
pelo lado direito de ataque e acerta um belo cruzamento rasteiro para a chegada
de Yuma Suzuki para completar para as redes e dar números finais a goleada
sofrida pelo time Verdolaga.
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Yuma Suzuki comemorando o gol da classificação. FONTE:
Globoesporte.com
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Para quem não viu o jogo, pode falar que os
colombianos jogaram de salto alto e menosprezaram o futebol japonês, mas as
particularidades envolvendo cada uma das equipes fizeram a diferença e nos
mostrou que, nem sempre, o futebol mais bonito e ofensivo consegue vencer uma
partida. A aplicação tática dos japoneses mostrou o porquê chegaram nesta fase
e o porquê conseguiu eliminar bons adversários nestas duas últimas fases.
Só resta agora a equipe Verdolaga esperar o jogo de
domingo, às 05 horas (horário de Brasília), 02 horas (horário de Medelín) e 16
horas (horário de Yokohama) para a disputa do terceiro lugar contra,
provavelmente o América do México. Talvez seja a chance dos colombianos
terminarem de uma maneira mais honrosa o torneio e coroar de certa forma o
excelente ano de 2016.
Melhores Momentos:
Atlético Nacional 0X3 Kashima Anlters
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