Flávio Caça-Rato foi um dos reforços do carijó (Foto: Olavo Prazeres/Tribuna de Minas) |
A espera está chegando ao fim. Restando pouco mais de
uma semana para a estreia no Campeonato Mineiro, o Tupi está fazendo os últimos
ajustes para o jogo-treino contra o Bangu, visando uma boa campanha na primeira
das duas competições que o clube terá em 2017. Antes de falar sobre isso,
convenhamos que 2016 só poderá servir como aprendizado para Galo Carijó, que
"ano novo, vida nova" nunca fez tanto sentido para nós e é importante
ressaltar os acontecimentos recentes, inclusive, as eleições no fim do ano
passado.
Hoje, o sentimento do torcedor alvinegro é de
frustração e incerteza, ou seja, totalmente oposto ao do início de 2016, quando
esbanjávamos realização e esperança na expectativa de um ano atípico. Aliás, os
últimos anos têm sido uma "montanha russa de emoções": título mais
importante da história (2011), rebaixamento no centenário (2012), acesso à
Série C (2013), frustração do quase acesso à Série B (2014), a realização de um
sonho (2015) e novo rebaixamento (2016). O que será de nós em 2017?
Em condições normais, já seria bastante difícil prever
como seria o ano seguinte, devido a sua "típica imprevisibilidade".
Mas, com as eleições no início de dezembro, essa missão ficaria quase
impossível, o futuro seria uma incógnita e, a única certeza é que, tentaríamos
deixar o que passou para trás. Com a visível incompetência da atual diretoria,
demonstrada através de um ano pífio e que culminaram na queda, creio que a
maioria dos torcedores – eu, inclusive – aclamava por mudanças. Mesmo não havendo
certeza de melhorias, uma renovação na diretoria poderia renovar também as
nossas esperanças.
A chapa "Sempre Tupi" venceu as eleições no fim de 2016 (Foto: Leonardo Costa/tupifc.esp.br) |
A eleição veio e com ela mais uma das muitas
frustrações recentes. Isto por que, a chapa "Sempre Tupi", encabeçada
por Myrian Fortuna e Roberto "boizinho", venceu as eleições e
permanecerá durante o triênio de 2017/2019. Acredite, este torcedor que vos
escreve também reconhece os bons frutos desta gestão, tem consciência das
dificuldades que é para gerir um clube do interior (principalmente pelo
desleixo da maioria dos empresários/torcedores juiz-foranos) e foi bastante
cauteloso antes de manifestar uma opinião sobre o resultado, pois havia
esperanças que o rebaixamento havia deixado um legado maior.
Entretanto, as primeiras atitudes visando o estadual,
já demonstram que não foi bem assim. E, mesmo no início, podemos afirmar que
passaremos mais três anos sendo reféns de uma metodologia que não visa nos
levar a um patamar acima no futebol brasileiro. A pré-temporada foi um filme
repetido de anos anteriores: a mesmice de dizer que o orçamento é curto (até
quando recebemos a cota de TV?), poucos remanescentes da temporada anterior e
chegada de jogadores desconhecidos; falta continuidade e ambição.
Éder Bastos e Fabinho foram os responsáveis pela montagem do elenco (Foto: Divulgação/tupifc.esp.br) |
Para 2017, foram feitas apostas e mais apostas. A
começar pela contratação do ex-jogador e agora novo diretor de futebol,
Fabinho. Éder Bastos, por sua vez, foi auxiliar de Ney Franco – sendo odiado
pelos atletas na época do São Paulo, inclusive – e como técnico trabalhou
apenas em clubes modestos (mais precisamente Valeriodoce e CAP Uberlândia).
Ambos não possuem tanta experiência em seus respectivos cargos, o que nos deixa
ainda mais preocupados, mas com receio de cometer injustiças numa avaliação
imediata.
De qualquer forma, sabemos que estes poderão ser
apenas mais alguns coadjuvantes de um "teatro", assim como Gustavo
Mendes e tantos técnicos e jogadores que passaram no clube foram. Todos
chegaram, serviram de escudo para erros de quem mais deveria ser
responsabilizado e depois seguiram seus rumos para outros clubes. Enquanto
isso, o Tupi ficou e os torcedores – me refiro àqueles que realmente são
frequentes no estádio – foram quem pagaram a conta.
Passada a frustração, teremos apenas duas competições
pela frente – sim, estaremos de fora da Copa do Brasil pelo segundo ano
consecutivo –, sendo uma estadual e outra nacional. Sinceramente, eu gostaria
poder cravar coisas melhores para este ano, talvez projetando voltar às
semifinais do Campeonato Mineiro – o que não acontece desde 2012 – e num
retorno à Série B, mas não há nenhuma garantia disso até então. E não é questão
de ser pessimista, apenas uma precaução para não se decepcionar novamente.
Os jogadores vindos do Flu são algumas das muitas apostas (Foto: Raphael Lemos) |
Neste sábado (21), o Tupi fará um jogo-treino contra o
Bangu com portões abertos, no Estádio Radialista Mário Helênio, às 16h. Este
será apenas o primeiro com acesso de torcedores no ano e muitos jogadores terão
o contato com a torcida carijó pela primeira vez. Entre eles, Gideão (com
passagem notável pelo Náutico), Jajá (artilheiro do estadual 2008 pelo
Guarani-MG e com passagem pelo Cruzeiro) e Flávio Caça-Rato (o "CR7 do
Nordeste" dispensa apresentações), as contratações de maior destaque.
Resta saber se estes reforços chegam a condições de repetir a performance
demonstrada em outros clubes e uma boa campanha no estadual passa, sobretudo,
por isso.
A maior parte do elenco, contudo, é formado por
jogadores jovens. É impossível não temer o mesmo desfecho do Boa Esporte na
edição passada, quando tinham uma das médias de idade mais baixas da
competição, fez uma campanha pífia e acabou rebaixado para o Módulo II, tendo
que se reformular novamente para a Série C. Por ora, o fato é que a pergunta do
título só poderá ser respondida daqui algum tempo, e espero que seja positiva.
Assim como o Brasileirão, o estadual também é importante para nós, precisamos
retomar a soberania do interior mineiro e voltar a fazer jus à alcunha de
"Fantasma do Mineirão", dando trabalho aos grandes da capital.
O Tupi precisa reconquistar a confiança do torcedor (Foto: reprodução/Youtube) |
Por inúmeros motivos, é compreensível não vermos
tantos torcedores no estádio e é visível o cansaço dos que estão lá. Porém,
muitos não entendem que este afastamento só prejudica ainda mais o Tupi, que
deveria estar acima de qualquer dirigente. Quanto menos torcedores, menos
cobrança. Quanto mais abandono, mais acomodação. Peço, portanto, que deem esse
voto de confiança ao clube que representa Juiz de Fora. Vão ao estádio, cobrem
ainda mais e apoiem o nosso Galo Carijó incondicionalmente! Feliz 2017 para nós
carijós!
Por: Marcelo Júnior || Twitter: @marcelinjrr
0 Comentários