Até o mais otimista dos otimistas não consegue ver um
futuro brilhante para o Vasco de hoje nas mãos de Cristóvão. E não, não seria
muito radical tirá-lo antes que 2015 se repita. O atual condutor da nau
vascaína não conseguiu navegar por conta própria em nenhum clube brasileiro
depois que saiu da tutela de Ricardo Gomes, naquele Vasco de 2011. A grande
pergunta que fica após o problema exposto é: Por que Eurico Miranda trouxe de
volta ao Vasco um técnico que nos últimos quatro anos não produziu nada de
concreto no cenário brasileiro?
Cristóvão Borges em sua volta ao Vasco (Fonte: O Dia)
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As opções no mercado realmente eram escassas, mas a
escolha poderia ter sido feita com um pouco mais de critério. Pela falta de experiência
e de criatividade técnica também, continuamos a ver um time apático que ainda
depende muito de um jogador: Nenê. O mesmo já não está mais conseguindo responder
a toda sobrecarga colocada em seus ombros. O camisa 10 vascaíno hoje demonstra
que não consegue mais carregar todo o time sozinho, e precisa dividir esta
tarefa com outros jogadores que façam um bom futebol fluir dentro das quatro
linhas o quanto antes.
Dos reforços que foram anunciados e do que ainda está
pra ser anunciado (Bruno Paulista), o Vasco ainda não conseguiu reforçar o seu
setor defensivo. Ainda necessitamos de um bom zagueiro e um lateral esquerdo.
Os porquês dessas mudanças estão ficando mais evidenciados jogo a jogo quando a
zaga titular já não consegue render o que um dia já rendeu; e a necessidade de
se trazer um bom lateral esquerdo é para além de dar mais segurança na posição,
incentivar e auxiliar o crescimento das duas "pratas da casa" (Alan e
Henrique).
Luan e Rodrigo (Fonte: NetVasco)
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Alan e Henrique na sala de imprensa vascaína (Fonte: GloboEsporte.com)
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O setor ofensivo vascaíno foi bastante modificado, e
peças como Julio dos Santos e Diguinho dão lugar para jogadores como Jean e
Wagner. O antigo 4-4-2 de Jorginho pode dar lugar a um 4-2-3-1 com dois
volantes jovens, rápidos e que saibam jogar bola como esperamos que Bruno
Paulista e Douglas Luiz joguem. Nenê poderia jogar armando no tempo ofensivo
com dois jogadores que alternassem no ataque para um 4-3-3 como Manga e Kelvin,
dando bastante velocidade e volume de jogo a um setor que, hoje, ainda possui
suas vagas em aberto. Contudo, no tempo defensivo, o inicial 4-2-3-1 apareceria
e assim, fechando as jogadas pela lateral do campo ou lançamentos atrás dos
laterais.
Outra opção seria um 4-2-2-2 com Wagner em campo
auxiliando Nenê nas jogadas de armação. Enfim, essas são somente diferente
formas de poder armar este elenco que, na presente data, conta com um plantel
melhor para o setor que, ano passado, foi pouco convincente no segundo turno.
O futuro deste conjunto sob a tutela de Cristóvão
Borges ainda é algo que preocupa muito toda a torcida. Os clássicos perdidos e
a quase não classificação para as finais da Taça Guanabara são motivos que
fazem refletir até o mais otimista dos vascaínos.
Fotografia feita pelo jornalista Felipe Schmidt (Fonte: Globoesporte.com) |
A segunda metade deste texto precisa começar com uma
verdade que precisa ser dita: O Estádio Raulino de Oliveira não poderia ter
recebido o Clássico dos Milhões e não pode recebê-lo novamente. A história do
maior clássico deste país não poderia ter sido escrita com menos de sete mil
pessoas como público presente, além de estar em um palco que não comporta toda
a sua grandeza. Apesar de termos torcedores por todo o país, o clássico não
poderia ter saído do seu grande centro e deixado ao relento seus torcedores.
Contudo, focando na partida realizada no último
sábado, ela pode ser dividida em dois atos: Antes do gol e depois do gol. O
Gigante da Colina entrou em campo com uma formação igual à do adversário, o que
fez com que os times se estudassem mais e o jogo ficasse menos fluido no
primeiro tempo. A estratégia vascaína era clara: Contra-ataque. E por 40
minutos ela conseguiu funcionar de forma razoável, com boas saídas dos três
meias avançados e dos laterais. Contudo, o gol de Diego desestabilizou muito a
equipe cruzmaltina.
Após o final do primeiro tempo, era de se esperar que
o Vasco tentasse não depender somente da sua proposta inicial, pois o empate
também levaria o Flamengo à decisão da Taça Guanabara. Contudo, o treinador
vascaíno substituiu um dos melhores jogadores em campo, o volante Douglas, e
com o seu "miolo" de zaga e seu primeiro volante já amarelados, o
treinador tentou manter o esquema tático com a troca de um volante por um meia.
O grande erro do "comandante" foi esquecer-se de que o Wagner é um
meia de criação e não um marcador por natureza. Assim, Cristóvão expôs mais ainda
o setor defensivo que, a partir desta modificação, começou a ser altamente
sufocado pela equipe rubro-negra. A substituição mais intuitiva naquele momento
seria colocar um meia-atacante ou um ponta no lugar do próprio Wagner e pôr
mais fogo no jogo para realmente ir para um verdadeiro "Tudo ou
Nada". Dos reservas, Manga Escobar seria a melhor escolha.
Muito se discutiu acerca da existência ou não
existência do pênalti cometido por Luan, porém não pode ser ele a receber todo
o peso pela derrota, pois, a equipe deveria saber como reagir frente a um
pequeno resultado adverso. É necessário saber reagir dentro do futebol, pois
como bons vascaínos devemos nos recordar de jogos como 4x3 na final da Mercosul
ou o 5x2 na Copa Sul-Americana; e não falarmos que por causa daquele lance o
time sofreu a derrota. Não, o Vasco não perdeu por causa daquele pênalti.
Perdemos porque o time que esta em campo foi inferior e se apequenou depois do
gol sofrido.
O segundo tempo foi algo que não pode ser o reflexo do
Vasco quando enfrentar qualquer time que esteve no G-4 do último Brasileirão.
Caso este cenário se repita, o pior pode voltar a acontecer pela quarta vez. E
isso realmente é constrangedor, frente à história de um dos maiores clubes do
planeta. O Club de Regatas Vasco da Gama é muito maior que esses clubes
atualmente famosos como PSG e Manchester City; e até mesmo maior do que clubes
consagrados somente em seus países como o Arsenal.
Eurico e Euriquinho (Fonte: O Globo) |
A clareza que o sócio-torcedor precisará ter na
próxima eleição para a presidência do clube irá determinar o fim (ou a
continuação) do reinado particular da família que controla e se sente dona do
Vasco: a Família Miranda. Gandhi por uma vez disse "O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente", e esse é
o pensamento que deve guiar a cabeça do nosso torcedor no momento em que for
eleger o próximo presidente. A história da Família Miranda precisa encontrar o
seu fim, e o quanto antes melhor. Precisamos de um mandatário que consiga aliar
uma equipe competitiva a uma reestruturação econômica do clube para que num
futuro não tão distante possamos começar a colher os frutos das ações feitas no
presente.
Saudações Vascaínas e um grande abraço,
J.P.Alves || @8_joaopedro
Site LF || @SiteLF
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