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Déjà vu

Não vou destinar esse texto para falar única e exclusivamente sobre o jogo de ontem. Mas tenho que começar falando sobre isso, ou melhor, sobre mais uma tragédia. Depois de algum tempo, conseguimos terminar em primeiro lugar no nosso grupo da UCL. Como felicidade de Gunner dura pouco, teríamos (de novo) o Bayern no nosso caminho.

No primeiro tempo, até que as coisas não foram tão ruins: O Bayern amassou - podendo até ter feito vários gols - nos 20 minutos do primeiro tempo. Depois desse tempo, o Arsenal conseguiu encaixar o seu jogo de contra-ataque e chegou com perigo duas vezes, uma com Özil e a outra com Xhaka, mas não passou de Manuel Neuer. Os bávaros abriram o placar em uma obra prima de Robben, que (pra variar) cortou pra esquerda e bateu com maestria para o gol. Ainda conseguiríamos empatar, com Alexis no rebote do pênalti que ele mesmo perdeu.

Iríamos (pelo menos eu) com a esperança de continuar com a mesma pegada no segundo tempo. Como os contra-ataques estavam encaixando, o ideal seria Walcott no lugar do Iwobi, mas Wenger optou por não mexer, opção dele. Com pouco mais de dez minutos, o nosso atestado de óbito seria assinado: Koscielny sentiu dores e deixou o jogo, dando lugar a Gabriel. O resto da história todos já sabem, um 5 a 1 humilhante e (praticamente) mais uma eliminação nas oitavas da Champions League. 

A imagem que define perfeitamente a atuação do Arsenal. (Foto: BongartsGetty Images)
Mas isso já não é novidade pra gente. Na verdade, já é um filme que já decoramos todas as falas. Mas será que repetir esse filme todo ano é o ideal? Será que não é hora de mudança? Tempo de tentar mudar os atores e tentar escrever um novo roteiro?

A culpa disso tudo não é inteiramente de Arsène Wenger, mas o francês é muito responsável por essa outra goleada. Como eu disse antes, quando o Arsenal se encontrou nos contra-ataques, era pra ter colocado Walcott no lugar do Iwobi, que estava apagado. Falta pulso para o treinador achar soluções quando o time está jogando mal, não há uma variação tática e ele continua insistindo nos mesmos jogadores que há muito tempo pouco jogam.

Esse é o caso de Mesut Özil. Ele é bom jogador? Indiscutivelmente sim. Mas, infelizmente, não está jogando nada. Desde que saíram as cavadas da imprensa sobre renovações de contrato, o desempenho de Mesut caiu. O pior de tudo não é ele jogar mal em si, mas pelo pouco caso que ele faz com os maus resultados que o time vem tendo. Dentro de campo, ele não corre atrás do volante adversário quando estamos perdendo ou recua para tentar buscar a bola no campo de defesa. Pra ele, tanto fez como tanto faz - e esse é o grande contraste dele com Alexis Sanchez.

Muitos podem falar "Ah, a função dele não é essa, não é correr atrás dos adversários". Realmente não é a função dele, mas ele podia se empenhar mais no momento em que mais precisamos dele. Ontem, por muitas das vezes que o Bayern dominava a bola, ele apenas olhava e admirava. Estava em um camarote dentro do campo.

Mas o maior problema não é o alemão. Em minha opinião, esse foi o grande sinal de que precisamos de mudanças urgentes. Mas antes de qualquer julgamento, não podemos queimar Arsène e deixar que ele simplesmente vá. Ele é o maior treinador da história do Arsenal. Mas seus ideais já estão enferrujados. Arsène, obrigado por tudo, mas é hora de ir. É hora de novos ares. É hora de evitar novos déjà vus.

COYG.

Sergio Santana (@sergiostn_)

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