Arena Corinthians, zona leste de São Paulo. Assim como
em 2014, o mundo está com os olhos focados no estádio alvinegro. Não é um
simples jogo, como nenhum jogo é simples para Corintianos e Palmeirenses.
Imagina um que envolve as duas equipes. E esse era literalmente um jogo
especial. Em 2017 completa-se 100 anos do primeiro registro de um Dérbi. E um clássico
centenário, como previsto, foi um clássico disputado. E com um final de fazer
inveja a muito escritor. Só que para cada fim, um começo. Logo nos primeiros
minutos a equipe Corintiana mostrou o seu cartão de visitas: Com o apoio da
fiel, o favoritismo alviverde para o duelo, se existia, se encerrou assim que o
juiz apitou. O jogo estava bom. Estava. No final do primeiro tempo, após um
contra ataque puxado por Keno, o árbitro Thiago Duarte Peixoto expulsou o
volante Gabriel. O problema é que não havia problema. Não foi Gabriel que
cometeu a infração, foi Maycon. Um ingrediente indigesto.
O juiz, ao apontar o centro de campo, já apontava um
perdedor: O torcedor. O desânimo era evidente, tão grande que ultrapassou o
indignado vestiário e estádio Corintiano. Mas estamos falando de um Corinthians
x Palmeiras, um jogo diferente. E o segundo tempo foi um ótimo resumo disso. Em
um esboço de ataque contra defesa, a estratégia alvinegra foi de apostar em um
contra-ataque veloz e eficiente, com Kazin isolado para organizar o inicio das
jogadas. Do outro lado, Eduardo Baptista fez da paciência o sinônimo dos seus
comandados. Troca de passes laterais, que não surtiram efeito para furar o bem
montado esquema defensivo adversário. Com um Michel Bastos pouco eficiente,
isolado hora no lado esquerdo, hora na zona central, e com Rafael Veiga
amarelado, faltava uma cabeça pensante na faixa central palmeirense: Guerra. A
aposta ficou na teoria, pois a prática era alvinegra. Anulou qualquer tipo de
tentativa alviverde. E o empenho corintiano teve o seu reconhecimento premiado
pelos deuses do futebol. Aos 42 minutos, na bacia das almas, com uma delas. Foi
do jeito que o torcedor Corintiano gosta. Foi do jeito que um jogo deste
tamanho merece.
Merecimento que não é dado a Eduardo Baptista. Após
comandar a equipe que aplicou uma goleada de quatro a zero no Linense no último
final de semana, volta a sofrer pressão da torcida palmeirense que critica
duramente seu trabalho. Após o jogo, em meio às entrevistas coletivas e a
avalanche de comentários da opinião pública, surgiu a dúvida: As criticas
seriam as mesmas o cabeceio de Keno, seguido da bela defesa do goleiro Cássio,
tivesse resultado em gol? Ou se o chute de Willian, acertando o travessão após
encobrir o goleiro Corintiano, fosse milimetricamente mais abaixo? Imaginando
esse cenário, dois a zero para o Palmeiras, qual seria a tônica da partida?
Certo é que o grande destaque da partida, juntamente com a fiel torcida, foi
Carille. No tabuleiro alviverde, o xeque-mate foi alvinegro.
(Eduardo Knapp/Folhapress) |
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