Desde o calciopoli (escândalo envolvendo alguns times
italianos com supostas manipulações de resultado), o clássico entre Juventus e
Inter passou a ter maior importância na mente das torcidas, mas principalmente
na mente dos bianconeri, que depositaram toda sua raiva na conta daquele que
foi o grande beneficiado com todo o ocorrido.
Onze anos depois, foram disputados 10 campeonatos
italianos ao todo (o 11º está em disputa neste momento), a Inter venceu os quatro
campeonatos seguintes ao evento, o Milan um e a Juventus venceu os últimos
cinco scudetti. Uma incompetência sem tamanho dos outros dois times grandes da
Itália, que “deixaram” a moribunda Juventus pós Série B se recuperar nessas
condições e tornar-se dona da Itália.
Para completar, nossos outros dois “coirmãos” não
suportaram a lama sozinhos e foram vendidos (ou estão em processo – caso do
Milan) para ver se o dinheiro será capaz de devolver as glórias de outrora.
Por isso, se você que não é italiano perguntar a algum
bianconero (não precisa que este seja italiano, apenas que seja torcedor mesmo
e não ‘simpatizante’ da Juventus) se não seria “legal para o campeonato” que houvesse
outros vencedores que não a Juventus, este vai se encher de orgulho e rebater
seu argumento, dizendo que sofremos na pele sozinhos (as punições de Milan,
Lazio e Fiorentina foram apenas meras formalidades) e que, se possível, vamos
ganhar os próximos cinco scudetti, pela honra e glória bianconera.
Agora, após esta pequena introdução, ontem (05) foi
realizado o Derby d’Italia entre Juventus e Internazionale na cidade de Torino.
A Juventus era a líder do campeonato, renovada com a
formação dos últimos jogos (com Cuadrado, Dybala, Mandukic e Higuaín jogando
juntos) e enfrentava uma Inter embalada por sete vitória consecutivas, fazendo
com que seu técnico, jogadores e torcedores acreditassem que uma vitória em
cima da Juventus em Torino poderia colocá-los de volta a disputa do campeonato.
Allegri repetiu o 4-2-3-1 que vem dando certo e
renovou o espírito da torcida e dos jogadores, colocando a Juventus em campo da
seguinte maneira: Buffon, Lichsteiner, Bonucci, Chiellini, Alex Sandro;
Khedira, Pjanic, Cuadrado, Dybala, Mandzukic; Higuaín.
Jogo começou tenso, a Juventus teve boas chances no
início. A Inter logo equilibrou o jogo. Dybala em linda batida de fora da área
e Pjanic, de falta, acertaram o travessão do goleiro Handanovic. Enquanto isso,
os jogadores da Juventus eram amarelados por Nicola Rizzolli e Gagliardini
podia bater a vontade, com a benção da arbitragem.
No final do primeiro tempo, aos 44 minutos, depois de
batida de escanteio pelo lado esquerdo do nosso ataque, a defesa interista
rebateu a bola para a intermediária, quando ele, o colombiano que ganhou a
titularidade com o novo esquema, nosso motorzinho pelo lado direito, encheu o
pé, marcando um GOLAÇO, sendo comemorado por todos seus companheiros,
reconhecendo a importância de Juan para todo o time.
O jogo seguiu tenso até seu término. Ambas as equipes
tiveram chances de gols, mas a Juventus soube controlar os nervos até o final.
Mesmo com a arbitragem distribuindo cartões amarelos para nós. Aos 49’ do
segundo tempo, após os jogadores da Inter quererem apitar o jogo inteiro, o
árbitro expulsa Perisic do jogo.
Não havia tempo para mais nada, a Juventus garantiu a
vitória por 1x0, fez a festa e garantiram os três pontos que valeram por nove (três
ao Cuadrado): três pontos pelo campeonato (que nos deixa em uma boa situação),
três pontos a menos para a Inter (que fica mais distante da classificação a
próxima UCL) e coloca mais três na conta do Moratti.
Isso, meus amigos bianconeri, graças ao chute do nosso
irreverente Juan Cuadrado. O colombiano nunca escondeu sua felicidade em atuar
pela Juventus. Sempre muito carismático, querido pelos jogadores e pela
torcida, Cuadrado vem tendo sua melhor sequencia de jogos desde que chegou a
Torino. Homem do jogo!
Sempre visto como um jogador útil para entrar no segundo
tempo e dar novo fôlego ao time, Cuadrado, assim como Mandzukic e Pjanic ganhou
sobrevida com o 4-2-3-1 que Allegri pôs em prática desde a derrota para o Milan
na Supercoppa. Tal esquema parece mostrar a força do elenco montado para essa
temporada.
Marchisio entrou em campo após sequencia de alguns
jogos fora. Nitidamente tenta retomar o futebol de antes da lesão. Dani Alves
entrou pela primeira vez em campo após se recuperar da lesão na fíbola.
Totalmente sem ritmo de jogo, o lado direito tornou-se vulnerável com sua
entrada. Rugani foi a outra mexida de Allegri, para travar o jogo aéreo
interista.
Destaque para a ótima partida de Chiellini. Dispensa
apresentação, mas a solidez defensiva do narigudo é impressionante. Mandzukic
sempre surpreendendo com sua onipresença. Higuaín recebeu poucas bolas, mas
segurou as que recebeu, fazendo pivô, prendendo a marcação. Muito importante.
Por fim, apenas um último destaque individual dentre a boa/muito boa
apresentação coletiva, de Alex Sandro. Impressionante a fase que vive o lateral
brasileiro. Em minha opinião o Brasil conta com os três melhores
laterais-esquerdo do mundo. Alex não deve em nada a Marcelo e Filipe Luis, pelo
contrário.
Para a Juve o importante é focar no restante da
temporada. Temos jogos duros pelas copas e pelo campeonato. Serão mais três
enfrentamentos com o Napoli (duas pela Copa Itália e uma pela Série A), um
contra a Roma no olímpico, Porto pela UCL... Podemos fazer história.
Fino alla fine, FORZA JUVENTUS!
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