Foi sofrido. No sufoco. No último minuto. O final,
apesar de tudo, foi positivo: Com gol de Mina já nos acréscimos, o Palmeiras
conseguiu finalmente furar o bloqueio do Jorge Wilstermann e conquistar a
vitória que, além do alívio, ainda garantiu a liderança do grupo ao Verdão.
Mina comemora o único e sofrido gol da partida. (Foto: Divulgação/Cesar Greco/Ag. Palmeiras) |
Eduardo Baptista escalou bem o time com Guerra
centralizado e Dudu pela esquerda. A decisão por deixar Keno no banco diante de
uma equipe que ficaria o tempo todo atrás foi acertada já que a principal
característica do jogador é a velocidade e ele não teria espaço para isso
durante o primeiro tempo.
Jogos como esse tem um script padrão: Se o Palmeiras
marca um gol cedo, provavelmente conseguiria uma goleada com a natural
exposição do visitante. À medida que o tempo passa sem gol, porém, o jogo tende
a ficar mais perigoso com o time cada vez mais exposto e vulnerável aos
contra-ataques. Foi exatamente o que aconteceu.
O primeiro tempo não foi ruim. O Verdão tinha a posse
de bola, conforme esperado, e trabalhava em busca de espaços na organizada
(embora limitada) defesa boliviana. Algumas chances surgiram – a melhor delas
em cabeceio de Borja -, mas o gol não saiu. Os bolivianos assustaram uma única
vez em bola parada que obrigou ótima intervenção de Prass.
O grande nome palmeirense era do meia Guerra. Com boas
jogadas, ele conseguia quebrar a primeira linha de marcação do Jorge
Wilstermann, mas a segunda linha permanecia muito sólida.
Com muita cera e uma boa colaboração do juiz, os
bolivianos conseguiram cozinhar o jogo e levaram o 0x0 para o intervalo. Desta
forma, não deram ritmo ao Palmeiras, travando a partida o tempo todo e não
permitindo que o Verdão se sentisse confortável ou fizesse uma forte pressão -
a cada ataque perigoso, um ou dois minutos de bola parada.
O jogo seguiu o mesmo panorama do primeiro tempo na
etapa final. Contra um time tão recuado, o jogo seria de paciência. O Verdão
voltou bem e até marcou, mas o gol foi anulado. Depois de dez minutos, o time
passou a acelerar as jogadas e errar passes simples.
Com os bolivianos mais cansados e espaçados, surgiu à
oportunidade de colocar os velocistas Keno e Roger Guedes, boas opções de
Eduardo. A noite muito abaixo da média de Dudu e Tchê Tchê também atrapalharam
o desempenho ofensivo palmeirense já que os dois costumam ser o motor desse
time desde o ano passado.
Se não era uma grande noite tecnicamente, inspiração e
vontade nunca faltaram. Em um jogo tão travado e truncado, o grande ponto
positivo foi a torcida que em nenhum momento vaiou o time e seguiu apoiando,
fato esse destacado pelo treinador depois da partida. O ambiente favorável fez
o time seguir pressionando até o final quando Mina finalmente conseguiu
balançar as redes após boa assistência de Roger Guedes.
A vitória na raça dá ainda mais confiança para o time
alviverde. Um empate diante dos bolivianos, ainda que não tenha sido uma
atuação horrorosa, seria bastante trágico – em especial considerando a
eliminação precoce de 2016. Essa é daquelas partidas em que o resultado vale
mais do que a atuação, principalmente porque dificilmente jogadores tão
importantes voltarão a atuar tão mal.
O que não pode existir é uma ilusão de que jogos serão
mais tranquilos daqui para frente: Na Libertadores o jogo será sempre mais
brigado do que jogado, com muita cera e quebra de ritmo. Que tenha servido de
lição.
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