No último domingo (20/03) o Goiás não saiu do empate
jogando em seus domínios contra a equipe do Anápolis. Com a ausência do
artilheiro Léo Gamalho, e uma atuação apática, (diferente do que foi mostrado
nos últimos jogos) a equipe esmeraldina desperdiçou muitas chances no primeiro
tempo, e correu atrás do resultado na segunda etapa tendo ainda um pênalti
perdido pelo camisa 10 Juan.
Foto que reflete muito do que foi o jogo, Juan e Tiago com uma expressão facial não muito agradável. Foto: Goiás Esporte Clube |
Serrinha é uma atmosfera sensacional, eu confesso que
prefiro lá a qualquer outro estádio. Ontem fui levar meu primo de seis e outro
de oito anos pela primeira vez no estádio para ver os jogadores de perto, chega
ser prazeroso ver os olhos da garotada brilhando quando veem seus jogadores
favoritos por perto, são essas experiências, essa atmosfera que marcam a vida
de um torcedor e o faz amar seu clube... E ontem eu senti uma falta desse
clima. Não por parte da torcida, mas sim dentro de campo.
O que falar do primeiro tempo? O time se cansou de
desperdiçar gols e mais gols, uma chance atrás da outra, e por mais uma vez venho aqui dizer que
Carlos Eduardo não é DIGNO de usar
nossa camisa, e desta vez sou obrigado a listar meus argumentos:
Carlos Eduardo se vê pressionado, e não consegue render ao nível da expectativas criadas quando ele atingiu o profissional. Foto: Goiás Esporte Clube |
- Carlos Eduardo subiu com status de promessa das
categorias de base, pouquíssimo tempo de jogo e um gol salvador contra o Sport
em 2015 o colocaram como "o novo
Bruno Henrique", e ele passa muito longe disso.
- Carlos tem velocidade? Tem, claro. Tem drible? Também,
mesmo errando muitos. Mas atacante tem que ter duas coisas essenciais pra dar
certo dentro de campo, frieza e pontaria. Eu pergunto a você torcedor quantos
gols e grandes chances, cruzamentos, passes você já viu ele errar? Sinceramente
eu perdi a conta, a falta dessas características fica claro que Carlos subiu ao
profissional de forma precoce e foi pessimamente trabalhado na gestão passada
da base (sim, aquela mesma dos 11x1 contra nosso rival) e creio fortemente que
ainda estaria lá se tivesse sido trabalhado pela gestão atual.
- “Ah Artur, mas
quando ele sai de campo o time morre, ele é a única peça de velocidade que a
gente tem". Será? Eu garanto a você torcedor, não pelo que Thales fez
contra o Anápolis, mas sim contra Vasco e Ceará ano passado (muitos se
esqueceram disso) que ele é muito melhor que Carlos, e pode sim atuar na mesma
posição que ele, mesmo subindo ao profissional como meia-atacante. E se quiser
arriscar o Jarlan, Mael, Medina... Que arrisque! Mas por esses não coloco minha
mão no fogo.
Nem preciso dizer a vocês que ontem no início do jogo
ele desperdiçou mais uma chance cara a cara com o goleiro, mas não foi só ele
que foi extremamente mal. Aylon entrou em campo com a camisa 9 pra jogar na
lateral, e tocar a bola no meio campo como se fosse um volante. Muitos nesse
momento culpariam o treinador, mas eu mesmo o vi "berrando" para que
o atacante centralizasse mais dentro de campo. Todos nós sabemos que em certa
fase no Internacional ele jogou assim, e por que não ontem?
O castigo pelo futebol de ''corpo mole'' foi um gol do
Anápolis no início da segunda etapa. Aí vem uma coisa que percebo desde o
início do campeonato, que vem de deixando intrigado: Se você está perdendo e
sendo pressionado, colocaria três garotos inexperientes no jogo? Sendo a estreia
de dois deles?
Muitos diriam não, eu não faria isso, a não ser que eu
use o estadual como um mero teste. E agora percebo que Gilson está usando o
Goianão para testar e dar uma identidade a equipe esmeraldina, um truque de
''mestre'' (incompreendido por muitos) que costuma dar certo, pois o nível
técnico é baixo, e bom para os garotos ganharem tempo de jogo e experiência.
Além de testar a garotada, ele mudou constantemente de formação, até se
encaixar melhor com a atual, agora está testando os titulares e reservas, tudo
faz parte de um processo de criação de identidade, mas creio eu que ele não
pode ser longo demais, até a final do Campeonato Goiano precisamos estar com os
11 titulares definidos.
Para comprovar minha teoria, bastam olhar as mudanças
(Pedro Bambu e Patrick) nas laterais e no meio campo (Juan e Tiago Luís, Jean
virando reserva), além do desempenho da equipe no estadual comparado com o da
Copa do Brasil e os dois clássicos contra o Atlético. Gilson já ganhou o
vestiário e uniu o elenco, e achou a formação certa, falta a ele achar a
escalação.
São até agora cinco mudanças no time titular, duas
mudanças de posição se comparado com o time da estreia, não considerei todas as
outras formações iniciais do Kleina. Além disso, já entraram em campo 11
jogadores que hoje são reservas.
Kleina está muito critiado, com toda a razão. Mas seu trabalho ainda pode render bons frutos a torcida esmeraldina. Foto: Goiás Esporte Clube |
E foi testando a garotada que ontem o time foi em busca
do empate. Mudanças totalmente ofensivas, e uma extremamente equivocada (a
troca de Léo Sena por Jarlan, perdendo em técnica) deixaram o time com o
domínio total do jogo, ainda mais após o adversário perder um jogador. Brilhou
a estrela de Otacildo Sabino, cria esmeraldina, que joga pelo clube desde os quatro
anos de idade, mostrou durante seus poucos minutos em campo raça e enorme
dedicação, e em seu primeiro toque na bola fez muito mais que Aylon em toda a
partida, um gol. E sim, se derem mais tempo a ele, creio que chega pra competir
com Aylon pela reserva de Gamalho. O Goiás ainda perdeu um pênalti com Juan e
ficou por isso, 1x1.
Otacildo Sabino, de apenas 18 anos, brilhou e salvou a tarde esmeraldina. foto:Goiás Esporte Clube |
Conclusão:
Não sou defensor de Gilson Kleina, ele erra muito (principalmente
insistindo com Carlos Eduardo) e pra mim o que for melhor para o clube é o que
vale a pena. Se for o caso dele ficar, temos muitos pontos positivos que por
mim compensa sua permanência, dentre eles o fato de manter o vestiário e estar
começando dar uma "cara" ao seu trabalho, que começou este ano (visto
que o tempo que ele passou aqui ano passado não foi aproveitado devido à
reformulação). É só você lembrar que em muitos anos não vemos um elenco tão
unido, onde todos se esforçam dentro de campo, demonstrando prazer com o que
estão fazendo, sem estrelismo (que é
o que Walter carregava com seus 106 kg). E isso ficou muito mais visível após a
saída de Walter no jogo contra o Goianésia.
Mesmo diante tanta "crise", elenco permanece reunido. Foto: Goiás Esporte Clube |
Meu período de cinco jogos-teste pra Kleina se foi, e
pelo futebol apresentado em geral, principalmente nas goleadas e no clássico demonstram
que ele merece ficar, mas como nem tudo é mil maravilhas, está na hora dele
perceber que mudanças são necessárias na escalação. Que tal começar com quem
mais atrapalha do que ajuda jogando lá na frente? Acho que vocês sabem de quem
estou falando, saudações esmeraldinas.
Link para a campanha da Juju, cadeirante da foto que
precisa de ajuda (eu já ajudei, faça sua parte!): https://www.facebook.com/tdspelajuju/?fref=ts
Artur Pinheiro ll Facebook
Linha de Fundo ll @SiteLF
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